
da Bahia-Minas, estrada natural,
que ligava Minas, ao porto, ao mar,
caminho de ferro, mandaram arrancar".
Cinquenta e sete anos ap�s ser desativada por inviabilidade econ�mica, e depois de ter sua hist�ria imortalizada na m�sica "Ponta de Areia", de Milton Nascimento e Fernando Brant, a Ferrovia Bahia-Minas pode ser reativada por um projeto a ser lan�ado no pr�ximo dia 30,, com investimento previsto de R$ 12 bilh�es.
O contrato para o projeto foi assinado entre a ANTT (Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres) e a empresa MTC - Multimodal Caravelas em 17 de fevereiro de 2023 e publicado no Di�rio Oficial da Uni�o no dia 7 do m�s passado.
Falta, agora, a realiza��o do licenciamento ambiental. A MTC afirma j� contar com investidores parceiros para a realiza��o da obra.
O novo trajeto ter� como base o original, de Caravelas, no sul da Bahia, onde ser� lan�ado o projeto no fim do m�s, a Ara�ua�, no Vale do Jequitinhonha, percurso de 442 quil�metros, sendo 400 em Minas Gerais.
Em Caravelas, onde funcionava a Esta��o Ponta de Areia, h� um porto e um aeroporto, que tamb�m precisam de investimentos. Assim como antes, a linha poder� servir para o transporte de cargas e passageiros.
Um dos focos da MTC � o transporte, para o litoral, de l�tio, utilizado na produ��o de baterias para carros el�tricos e telefones, cuja extra��o vem sendo incrementada por empresas estrangeiras exatamente na regi�o de Ara�ua�.Em 2021 uma das empresas com atua��o na regi�o, a Sigma Minera��o, anunciou investimentos de R$ 1,2 bilh�o para explora��o do mineral na divisa dos munic�pios de Ara�ua� e Itinga.
A expectativa da MTC � que as obras da ferrovia comecem assim que obtidas as licen�as ambientais. Pelos c�lculos da empresa, os documentos devem ser liberados em tr�s meses a partir da data de entrega do projeto aos �rg�os estatais do meio ambiente.
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Segundo o consultor da MTC, o ex-deputado estadual Jo�o Leite, que presidiu a Comiss�o Extraordin�ria Pr�-Ferrovias Mineiras da Assembleia, nas �reas rurais, a tend�ncia � que n�o haja entraves ambientais pelo fato de a ferrovia j� contar com seu tra�ado original.
As passagens urbanas, por�m, podem demandar an�lise por tempo maior, j� que as cidades cortadas pela linha cresceram desde o per�odo em que a ferrovia foi desativada, como s�o os casos, por exemplo, de Te�filo Otoni, Nanuque e Ara�ua�.
"O projeto vai custar cerca de R$ 12 bilh�es e j� h� acerto de investimento por parte de uma empresa russa", afirma o consultor.
O prefeito de Caravelas, S�lvio Ramalho (PP), diz que a reativa��o da ferrovia vai mudar o perfil econ�mico da cidade. "Infelizmente o maior empregador no munic�pio hoje � a prefeitura. E isso vai mudar com o projeto", aposta.
O prefeito afirma ainda que o aeroporto da cidade, que n�o est� em funcionamento, teve R$ 20 milh�es de investimentos por parte do governo federal e est� com suas duas pistas prontas para uso. � preciso, por�m, recursos para constru��o de hangares e estrutura para recebimento de cargas. O porto tamb�m precisa de investimentos de amplia��o.
Em rela��o ao transporte de passageiros, o prefeito avalia que, com a ferrovia, ser� poss�vel incrementar a visita��o, a partir da cidade, do Parque Nacional Marinho de Abrolhos.
O prefeito afirma que a Esta��o Ponta de Areia voltar� a funcionar no mesmo local, perto do porto, depois de investimentos, que ter�o que ocorrer tamb�m em outras esta��es do trajeto.
A Ferrovia Bahia-Minas chegar� a quilometragem total de 491 quil�metros, somados dois ramais saindo de Caravelas que chegar�o a Teixeira de Freitas (BA), ao norte da linha, e Mucuri (BA), ao sul da estrada, previstos no projeto.
O n�mero exato de esta��es ainda n�o est� definido. Os munic�pios cortados pela Bahia-Minas somam 11: Caravelas (BA), Alcoba�a (BA), Nova Vi�osa (BA), Serra dos Aimor�s (MG), Nanuque (MG), Carlos Chagas (MG), Te�filo Otoni (MG), Pot� (MG), Ladainha (MG), Novo Cruzeiro (MG) e Ara�ua� (MG). Em seu formato original, o n�mero de esta��es era de 38.
Segundo a ANTT, o projeto � uma autoriza��o ferrovi�ria. A partir dessas autoriza��es, segundo a ag�ncia, cabe a cada empresa tirar o projeto do papel, assumindo todos os riscos do neg�cio.
"Assim, ser�o da iniciativa privada – e n�o do Estado – as obriga��es de obten��o dos licenciamentos junto aos �rg�os competentes; o desenvolvimento dos projetos de engenharia e de viabilidade socioambiental; a busca de financiamento e a defini��o das etapas da obra", afirma a ag�ncia.
Hist�ria
A Ferrovia Bahia-Minas foi constru�da em 1881 por decreto de Dom Pedro II inicialmente para o escoamento de produtos agr�colas como milho e feij�o do Vale do Jequitinhonha, em Minas, para o litoral.
A estrada assumiu papel importante na vida econ�mica das regi�es que cortava. A ferrovia, por�m, assim como aconteceu com outras no Brasil, foi perdendo import�ncia � medida em que avan�ava no pa�s a constru��o de estradas. Em 1966, o trecho foi desativado por falta de viabilidade econ�mica.