
O dispositivo foi criado em 2015 por meio de um decreto estadual e prev� a participa��o de diversos �rg�os p�blicos e tamb�m da Defensoria P�blica e da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) para buscar uma solu��o mediada para o caso. A mesa � coordenada pela Secretaria de Planejamento (Seplag).
A reportagem n�o conseguiu contato de ningu�m da Seplag para confirmar se ser� ou n�o instalada da mesa de negocia��o pedida pelo MLB.
De acordo com Leonardo P�ricles, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), entidade respons�vel pela ocupa��o, as fam�lias s� deixar�o o local se for garantida moradia digna para todos. “Nos viemos para morar. O que a gente solicitou � uma mesa oficial de negocia��o com o governo de Minas. Queremos que ela seja instalada”, diz P�ricles.
“Estamos em um pa�s que tem, segundo censo recente do IBGE, 18 milh�es de im�veis vazios e 8 milh�es de sem-teto, sendo que 11 milh�es desses im�veis s�o perfeitamente pass�veis de serem adequados para moradia. Ent�o essa conta n�o fecha”, acrescenta o coordenador do movimento. O que o MLB deseja, segundo Per�cles, � que o pr�dio ocupado, que antes era comercial, seja transformado em residencial.
Por dentro da ocupa��o
A reportagem do Estado de Minas visitou a ocupa��o, batizada de Maria do Arraial, e conversou com algumas das pessoas que participam do movimento por moradia. A maioria dos integrantes, segundo o MLB, s�o mulheres negras m�es solo.
Caso de Aline Maria de Oliveira Gonzaga, 32 anos, que ocupa o local juntamente com suas duas filhas de 13 e nove anos. Desempregada, Aline morava de favor na casa da m�e, no Barreiro, mas antes disso chegou a viver nas ruas da capital mineira com as filhas.
“Casa � o sonho de toda m�e, porque morar de favor � uma humilha��o muito grande, s� n�o � pior do que morar na rua. Na rua a gente vive sem nenhuma condi��o e com muito medo”, conta Aline que integra a comiss�o de limpeza da ocupa��o.
Caso de Aline Maria de Oliveira Gonzaga, 32 anos, que ocupa o local juntamente com suas duas filhas de 13 e nove anos. Desempregada, Aline morava de favor na casa da m�e, no Barreiro, mas antes disso chegou a viver nas ruas da capital mineira com as filhas.
“Casa � o sonho de toda m�e, porque morar de favor � uma humilha��o muito grande, s� n�o � pior do que morar na rua. Na rua a gente vive sem nenhuma condi��o e com muito medo”, conta Aline que integra a comiss�o de limpeza da ocupa��o.
Todas as tarefas na ocupa��o s�o dividades entre os moradores, sempre seguindo a regra de paridade de g�nero. Al�m do grupo respons�vel pela limpeza, foram formadas tamb�m equipes para dividir as tarefas da cozinha, creche, seguran�a, portaria e infraestrutura.
Na hora da chegada da reportagem, as pessoas lavavam as escadas com �gua e sab�o, faziam instala��es de luz, preparavam o jantar comunit�rio e cuidavam das crian�as pequenas. As salas antes comerciais do pr�dio de dez andares foram transformadas em quartos. Cada fam�lia tem o seu. Tamb�m chegavam muitas doa��es de �gua e alimentos.
Um dos respons�veis pela instala��o el�trica � Cleiton Barroso Batista, 38 anos, que tamb�m vivia de favor na casa do irm�o, no bairro Taquaril, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, junto com a mulher e dois filhos.
Apesar de ser eletricista, instrutor de pilates e ser formado em psicologia, Cleiton n�o tem emprego formal. “A gente n�o tem sal�rio. Eu vivo da miseric�rdia de Deus, mas como vou arcar com aluguel se n�o tenho renda?”, questiona ele.
Apesar de ser eletricista, instrutor de pilates e ser formado em psicologia, Cleiton n�o tem emprego formal. “A gente n�o tem sal�rio. Eu vivo da miseric�rdia de Deus, mas como vou arcar com aluguel se n�o tenho renda?”, questiona ele.
No terceiro andar do pr�dio j� foi instalada uma creche para as cerca de 30 crian�as pequenas da ocupa��o, que ficar�o no local somente na hora em que n�o estiverem na escola, cuja frequ�ncia obrigat�ria � regra dentro da ocupa��o, conta Aldeice Silva, 37 anos, auxiliar de educa��o. A moradora da ocupa��o vivia de aluguel, com as duas filhas, na Vila Pinho, no Barreiro. “O aluguel vive com a gente, come com a gente, dorme com a gente, quem mora de aluguel sabe o que estou falando”, afirma ela.
