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Estado de Minas HOMENAGEM

Quatro pais e um desafio em comum: a paz

No dia dos pais, uma homenagem aos que d�o a vida e amor a seus filhos representados por homens que fazem da harmonia uma miss�o para ter esperan�a no futuro


13/08/2023 04:00 - atualizado 13/08/2023 15:23
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Na foto, o Juiz de Paz Leonardo Miguel e seu filho Victor Miguel
O juiz de paz Leonardo Miguel de Lima com o filho Victor, que inspirou composi��o do pai: harmonia (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
No Brasil de dimens�es continentais, as palavras “pais” e “paz”, dependendo do sotaque, t�m o mesmo som. E a elas ainda poderia se juntar outra: “pa�s” – com o sinal diferencial para acentuar a for�a cultural de seus 203 milh�es de habitantes. Neste domingo especial, o Estado de Minas presta uma homenagem, reunindo pais que t�m a paz como miss�o, trabalho, cren�a, e, com sua experi�ncia, ajudam a construir a na��o onde vivem 51,2 milh�es de homens que t�m filhos – na Regi�o Sudeste, s�o 21,7 milh�es de pais (acima de 15 anos), de acordo com a Pesquisa Nacional de Sa�de (2019) do IBGE. Sem contar os outros tantos que, ainda que sem la�os sangu�neos ou legais, t�m a paternidade no cora��o.

Carregar esse sentimento significa estar de olho na paz, em qualquer idioma, terra, momento. “Defender a paz exige mais coragem do que promover a guerra”, diz, com conhecimento de causa, o capit�o do Ex�rcito Carlos Henrique Pereira, de 69 anos, nascido e residente em Sete Lagoas, na Regi�o Central de Minas, a 70 quil�metros de Belo Horizonte.

Pai de Mariane Almeida Pereira Figueiredo, fonoaudi�loga e estudante de medicina, e av� de Henrique, de 2 anos, o capit�o, hoje na reserva do Ex�rcito Brasileiro, integrou a miss�o de paz da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) em Angola, em 1996, no per�odo da guerra civil que devastou o pa�s africano. “Vimos a situa��o de mis�ria das pessoas. Pensava na minha fam�lia, e s� aumentava a saudade da minha filha, a exemplo de tantos pais brasileiros que estavam l�”, lembra o militar, que passou seis meses longe de casa.

Passados quase 30 anos, o capit�o explica que, na busca da paz para se evitar uma guerra, � preciso esquecer todas as quest�es pessoais e se concentrar apenas no coletivo. “Como militar, estava preparado para servir em um pa�s destru�do pelos conflitos, mas, a cada instante, fortalecia o pensamento que o mais importante era a coletividade.”

 O capitão do Exército Carlos Henrique Pereira com o neto Henrique, a filha Mariane e o genro Clauber.))
O capit�o do Ex�rcito Carlos Henrique Pereira com o neto Henrique, a filha e o genro: miss�o pela pacifica��o em Angola sem tirar a fam�lia da cabe�a (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)

Concerto para celebrar a uni�o

Em Belo Horizonte, o juiz de paz Leonardo Miguel de Lima v� a esperan�a e a harmonia como fundamentais ao mundo. E a confian�a aumenta ao lado do filho Victor Miguel de Mattos Amaro Lima, de 23, bi�logo. Al�m de advogado, Leonardo � m�sico, e, diante do teclado do piano, conta que comp�s “Victoriosos” para o jovem que est� se preparando tamb�m para estudar medicina.

Leonardo Miguel, de 58, atuou, a partir de 1989, como especialista no Direito das Fam�lias, “conhecendo bem as facetas e as agruras desse of�cio”, e, h� nove anos, foi nomeado juiz de paz pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), passando a celebrar casamentos civis. “Por quase 25 anos separei/divorciei casais, agora, estou unindo as pessoas”, destaca.

Em uma compara��o entre os dois trabalhos, Leonardo considera o atual mais prazeroso. “Sou movido pela esperan�a. No exerc�cio da advocacia, presenciei situa��es muito dif�ceis, discuss�es �speras e muito sofrimento dos envolvidos no curso dos processos, principalmente dos menores. Como advogado, por estar equidistante do lit�gio, pude enxergar com melhor clareza o que o casal, no momento, n�o conseguia ver. Sempre busquei o consenso entre as partes antes de ajuizar qualquer a��o”, observa.

Em suas celebra��es civis como juiz de paz, ele faz quest�o de incluir a solenidade da troca de alian�as, por ser um elemento simb�lico da uni�o. Celebrante ecum�nico, realizando casamentos ao ar livre, em s�tios e casas de campo ou em sal�es de festas, ele proclama: “Fico feliz ao unir as pessoas”.

Cantor, pianista, compositor e atualmente integrante de uma banda de BH, o advogado n�o se preocupa somente com a harmonia musical, mas com todos os sentidos que envolvem a palavra. “Fico triste ao perceber que a humanidade est� em uma escalada de �dio. E me assusta muito essa beliger�ncia. As guerras continuam, mas serei sempre a favor da paz. O meu esp�rito � pacificador”, afirma. Com essa inspira��o, e com abra�os e cora��o aberto, o dia promete ser de esperan�a no futuro, qualidade indispens�vel a qualquer pai. 

O acupunturista Humberto Mattarelli Carli, a esposa Lúcia de Almeida Carli, os filhos Lorena e Bernardo
O acupunturista Humberto Mattarelli junto dos familiares: "A paz no mundo depende das fam�lias, pois tudo come�a no lar" (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o )


Uma aposta na for�a da fam�lia


Ter os olhos na paz implica manter todos os sentidos elevados na dire��o da harmonia mundial. Afinal, “quem semeia a paz vive em paz”, reflete o acupunturista Humberto Mattarelli Carli, casado h� 40 anos com L�cia de Almeida Carli, pai de Bernardo, de 35, e Lorena, de 33, ambos fisioterapeutas. Na resid�ncia da fam�lia em Sabar�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o dia hoje � de festa e de uni�o em prol do planeta. “A paz no mundo depende das fam�lias, pois tudo come�a no lar”, afirma o profissional, formado, na d�cada de 1980, na Faculdade de Medicina Tradicional Chinesa, em Pequim.

Em busca de pr�ticas positivas no dia a dia, envolvendo tanto a sa�de quanto preocupa��es ambientais, Humberto Mattarelli coordena tamb�m o Ter�o da Paz, na Catedral Cristo Rei, em constru��o no Bairro Juliana, na Regi�o Norte de Belo Horizonte. Todos os s�bados, �s 15h, homens e mulheres se re�nem para agradecer, pedir gra�as, enfim, unir for�as. “Um dos objetivos � fazer o resgate das fam�lias, pois muitos sofrem e �s vezes n�o sabem como agir”, afirma.

Desde julho de 2016, quando o grupo come�ou a se reunir por orienta��o do arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, foram registrados v�rios relatos memor�veis de participantes. “A ora��o tem o poder de transformar as pessoas. Como dizia a beata mineira Nh� Chica, de quem sou devoto: ‘Tudo acontece porque vivo com f�’.”

Considerando-se agraciado por coordenar o Ter�o da Paz, Humberto destaca integrantes do grupo que conseguiram p�r fim a jornadas dolorosas, como a viol�ncia em casa, especialmente contra mulheres, e infernos dom�sticos causados pelo uso de drogas e alcoolismo, al�m de perdas familiares e das doen�as curadas com apoio da f�. “Muita gente desempregada, ao recuperar o equil�brio interior, teve condi��es de voltar ao mercado de trabalho”, ressalta o coordenador.

Em Sabar�, Humberto participa tamb�m do Ter�o dos Homens, que agrega cerca de 1,1 mil casados e solteiros, toda ter�a-feira, �s 20h, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Concei��o, no Centro Hist�rico. “Acredito piamente em dias melhores para a humanidade. Neste Dia dos Pais, repito que as fam�lias deve cultivar os valores que Jesus quer de n�s: caridade e boa conduta. S� assim teremos um caminho seguro.”

João Francisco de Oliveira com a esposa Maria de Lourdes de Oliveira e os filhos Arminda e João Francisco
O di�cono Jo�o Francisco de Oliveira, com a esposa e filhos: f� no futuro baseada em esfor�o di�rio e aposta na educa��o (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)


Esfor�o por uma conquista di�ria


Integrante h� seis anos do Ter�o da Paz, o di�cono permanente Jo�o Francisco de Oliveira, morador de Vespasiano (Grande BH), n�o tem d�vida de que a paz � uma conquista di�ria, com pilares essenciais ao mundo. A base est� na dignidade humana, afirma. “Precisamos de justi�a social, comida na mesa, trabalho, habita��o, e de forma especial, educa��o”, afirma Jo�o Francisco.

Casado h� 47 anos com Maria de Lourdes Oliveira e pai de Arminda e Jo�o Francisco, o di�cono ligado � Arquidiocese de BH acredita que s� existe futuro, inclusive para a paz, com educa��o. E p�e f�: “Em qualquer tempo, ainda mais quando h� dificuldades e priva��es, devemos ter o cora��o aberto aos ensinamentos de Jesus e ao amor de Nossa Senhora. Est� a� um caminho importante para a paz. Como est� na B�blia, ‘a paz � fruto da inspira��o do esp�rito”.


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