Eles chegam vestindo camisas com a figura do beato, de sorriso aberto e cantando o hino “Sa�de e Paz” composto especialmente em homenagem a Padre Eust�quio: “Uma palavra de amor. Um olhar forte e protetor. Um acalanto em tua voz. Uma esperan�a em tuas m�os (...) Um escolhido filho por Deus Pai, para ser luz neste lugar. A Padre Eust�quio, a gratid�o e o nosso amor neste cantar”.
A cada m�s de agosto, romeiros partem de Po�, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, em dire��o ao Santu�rio Arquidiocesano da Sa�de e da Paz, em Belo Horizonte, para render homenagens, agradecer por b�n��os alcan�adas e fazer pedidos a Deus por intercess�o do Beato Padre Eust�quio.
A cada m�s de agosto, romeiros partem de Po�, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, em dire��o ao Santu�rio Arquidiocesano da Sa�de e da Paz, em Belo Horizonte, para render homenagens, agradecer por b�n��os alcan�adas e fazer pedidos a Deus por intercess�o do Beato Padre Eust�quio.
“A devo��o em nossa cidade continua cada vez mais forte, pois Padre Eust�quio deixou tamb�m uma importante obra social, cuidando dos pobres, doentes. Trouxe �gua da fonte de Nossa Senhora de Lourdes, na Fran�a, e isso atraiu muita gente”, conta o titular da Par�quia Nossa Senhora de Lourdes, padre Reginaldo Martins da Silva, destacando que Padre Eust�quio foi o pioneiro na par�quia.

Mas nem tudo foram gra�as durante a presen�a de Padre Eust�quio na ent�o Vila de Po�, entre 1935 e 1941. Houve inc�modo e v�rias vers�es. Com a multid�o chegando, houve preocupa��o de autoridades civis e eclesi�sticas quanto a quest�es urgentes como alimenta��o, �gua e banheiros. H� quem diga, conforme ouviu a equipe do EM, que o religioso teria incomodado poderosos, que o obrigaram a deixar a localidade ent�o pertencente ao munic�pio de Mogi das Cruzes.
Mas a press�o n�o foi capaz de diminuir a admira��o dos fi�is. “Saiu escondido, mas, mesmo assim, ficaram muitas hist�rias de f�”, diz padre Reginaldo. “Temos tr�s festas importantes na nossa cidade: da padroeira, Nossa Senhora de Lourdes, do Esp�rito Santo e de Padre Eust�quio.”
Ao lado do p�roco, a empres�ria F�tima Ramos, acompanhada do marido, Luiz Ramos, conta que ouviu muitas hist�rias narradas pela tia, Wilma Pires, j� falecida, que conviveu com o beato. “Ele fez o batizado da minha m�e, Geny Morau. Tia Wilma obteve um milagre por intercess�o dele, o que nos deixa muito felizes. Padre Eust�quio � exemplo de f�, esperan�a e amor ao pr�ximo”, resume F�tima.
COMUNH�O
No santu�rio, em BH, os romeiros assistiram � missa das 10h, no domingo (20), rezaram no memorial, que abriga uma imagem do beato, e mostraram a bandeira trazida de Po� com as palavras “Sa�de e Paz” e a figura do sacerdote. Acendendo velas, o casal Zaqueu Pires, aposentado, e Maria L�cia dos Reis Pires, diarista, renovou sua f� e pediu pela humanidade, pois muitas vezes, conforme explicou a visitante, a cura necess�ria n�o � s� do corpo, mas tamb�m da alma.
“Conheci uma senhora que estava com c�ncer na garganta, j� desenganada pelos m�dicos. N�o era crist�, mas, mesmo assim, levamos a bandeira de Padre Eust�quio at� ela, que aceitou. Em seguida, para nossa surpresa, quis comungar. Faleceu uma semana depois, mas tenho certeza que partiu em paz”, observou Maria L�cia, integrante do grupo de “rezadeiras” da par�quia.
A f� pavimenta os caminhos das irm�s Lourdes Ribeiro Thomaz Rodrigues e Aparecida Thomaz Vieira. Procedentes de Oliveira e Carmo da Mata, na Regi�o Centro-Oeste de Minas, os pais delas, Geraldo e Maria, chegaram a Po� exatamente no dia da morte de Padre Eust�quio, em 30 de agosto de 1943. O falecimento ocorrido em BH marcou a vida de Po�, e, daquele tempo, Lourdes guarda uma rel�quia do padre, que lhe foi dada pelo padrinho, Jos� Jo�o.
Junto �s irm�s, a aposentada Adelaide Ferreira Barbosa contou que sua f� no beato s� aumenta – e isso se faz evidente no cuidado e amor que os casais peregrinos M�rcio Roberto Moreira e Alessandra Maria da Silva Moreira, e Marcelo de Oliveira Pimentel e Kely Fernandes de Oliveira Pimentel devotam � bandeira que trouxeram de Po� e com a qual entraram no santu�rio arquidiocesano.

A cruz que ficou como heran�a
S�o muitos os relatos de f�, sentimento e hist�ria familiares envolvendo Padre Eust�quio. Em Po�, Aparecida Barbieri Rey, de 73 anos, guarda – e faz circular – uma cruz de madeira com o Cristo e ornamentos prateados que pertenceu ao religioso. Trata-se de uma lembran�a da av� dela, Cesira Passatore Barbieri, “que era muito religiosa, conheceu o padre e o ajudou muito na Par�quia Nossa Senhora de Lourdes”.
Era com essa cruz, diz Cida Rey, como � conhecida na sua comunidade, que Padre Eust�quio “benzia o povo”. “Ao entreg�-la � minha av�, antes de ir embora daqui, ele pediu que ela nunca ficasse em museu, mas circulando entre as pessoas que precisassem. Sou guardi� da cruz, fa�o o que foi pedido”, conta a aposentada.
Das conversas com a av�, ela guardou as informa��es de que “Padre Eust�quio era um homem caridoso, que n�o discriminava ningu�m e acolhia a todos da mesma maneira”.
MEM�RIA
Em Po�, fica o Museu Padre Eust�quio, vinculado � Par�quia Nossa Senhora de Lourdes, que, por vez, est� ligada � Diocese de Mogi das Cruzes. “Temos mais de 100 itens, entre fotografias, incluindo algumas cedidas pela Congrega��o dos Sagrados Cora��es, objetos lit�rgicos, documentos e outros objetos fruto de doa��o”, informa o coordenador do espa�o, Delcimar Ferreira.
“Ele fez um trabalho pastoral, incentivou a devo��o mariana, foi o primeiro p�roco. Durante muito tempo, houve um apagamento de sua hist�ria, mas, hoje, isso acabou. H� forte devo��o”, completa Delcimar.
Programe-se
Festa de Padre Eust�quio
Hoje (27/8)
Missas �s 7h, 8h30, 10h, 17h e 19h e novena
14h – Carreata com a imagem do beato pelas ruas do Bairro Padre Eust�quio
16h – B�n��o de autom�veis na pra�a do santu�rio e barraquinhas
Amanh� (28/8)
19h – Missa e novena
Ter�a-feira (29/8)
Missas �s 7h, 12h e 19h
Quarta-feira (30/8)
Missas �s 6h, 7h, 11h, 13h, 15h e 17h
19h – Missa solene seguida de prociss�o luminosa

DA HOLANDA A BH
1890 – Em 3 de novembro, nasce em Aarle- Rixtel, na Holanda, Hubertus van Lieshout. Para a vida religiosa, na Congrega��o dos Sagrados Cora��es, recebe o nome de Eust�quio.
1913 – Entra para o noviciado da congrega��o dos Sagrados Cora��es
1915 – Inspirado no ideal mission�rio de S�o Dami�o de Molokai, Eust�quio professa votos tempor�rios e perp�tuos, para, quatro anos depois, ser ordenado sacerdote.
1919 – Em 10 de agosto, recebe ordena��o sacerdotal, e, cinco dias depois, celebra sua primeira missa.
1924 – Na companhia dos padres Gil e Matias, Padre Eust�quio � enviado a Miranda Del Ebro, na Espanha.
1925 – Parte para o Brasil como mission�rio, sendo acolhido inicialmente no Rio de Janeiro, em seguida em Petr�polis (RJ), para, depois, seguir para Aparecida (SP).
1925 – Em 15 de junho, com outros padres da congrega��o, chega a �gua Suja, atual Romaria, na Regi�o do Alto Parana�ba, onde fica por quase 10 anos.
1935 – Em fevereiro, Padre Eust�quio se torna p�roco da Par�quia de Nossa Senhora de Lourdes, em Po� (SP).
1936 – Depois de uma viagem � Europa, retorna a Po� levando consigo �gua da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na Fran�a, considerada milagrosa.
1941 – Seis anos ap�s chegar a Po�, deixa a cidade para viver um ex�lio. Passa por S�o Paulo (SP) e interior do estado (Campos do Jord�o, Mogi das Cruzes e Campinas); retorna a Minas (Araguari, Monte Carmelo, Coromandel e Arax�); volta a SP e vai para o Rio de Janeiro.
1941 – Mora em Patroc�nio (MG) de outubro de 1941 a fevereiro de 1942. Depois segue para Ibi� (MG), onde fica por menos de um m�s.
1942 – Em 2 de abril, Padre Eust�quio chega a Belo Horizonte, onde fica por pouco mais de um ano e quatro meses. Em 8 de abril, toma posse como vig�rio da Par�quia S�o Domingos, onde hoje � o Bairro Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste.
1942 – Participa de retiros em Nova Lima, Ita�na,
Montes Claros, Juiz de Fora, Par� de Minas e Pedro Leopoldo.
1942 – O ent�o prefeito de BH, Juscelino Kubitschek (1902-1976), doa terreno para constru��o da nova matriz, atual Santu�rio Arquidiocesano dos Sagrados Cora��es, popularmente conhecida como Igreja Padre Eust�quio.
1943 – Em 16 de maio, h� a b�n��o da pedra fundamental do templo, com exposi��o da maquete dois anos depois.
1943 – em 25 de agosto Padre Eust�quio � internado, ap�s ser picado por um carrapato.
1943 – Em 30 de agosto, morre no Sanat�rio Minas Gerais (atual Hospital Alberto Cavalcanti), na capital mineira (na foto, celebra��o durante vel�rio em BH).
1943 – Em 31 de agosto, os restos mortais de Padre Eust�quio s�o conduzidos para o Cemit�rio do Bonfim, em BH. Seu t�mulo se torna lugar de preces e devo��o.
1949 – Em 31 de janeiro, ocorrem a exuma��o e o traslado dos restos mortais de Padre Eust�quio para a capela mortu�ria, na entrada da Matriz dos Sagrados Cora��es, iniciada pelo pr�prio beato e hoje conhecida como Igreja de Padre Eust�quio.
1956 – Em 5 de fevereiro, com a fama de santidade se propagando, h� o in�cio dos trabalhos preliminares para instaura��o do processo de canoniza��o de Padre Eust�quio.
2003 – Em 12 de abril, o papa Jo�o Paulo II aprova e publica oficialmente o decreto sobre a heroicidade das virtudes de Padre Eust�quio. O Servo de Deus se torna Vener�vel Padre Eust�quio.
2005 – Em 19 de dezembro, o papa Bento XVI autoriza a publica��o do decreto reconhecendo um milagre atribu�do por intercess�o de Padre Eust�quio. Padre Gon�alo Bel�m � curado de um c�ncer na garganta.
2006 – Em 15 de junho, Padre Eust�quio � beatificado, em cerim�nia no est�dio do Mineir�o, em Belo Horizonte.
2007 – Em 26 de agosto, h� o traslado dos restos mortais do beato para o novo memorial do santu�rio.
2009 – Inaugura��o da imagem de bronze no memorial.