
Se a gastronomia � patrim�nio de Minas e Belo Horizonte � a capital dos bares e restaurantes, nada melhor do que promover um encontro das duas atra��es bem no cora��o da cidade. � o que ocorre ao lado da Pra�a da Esta��o, onde o tradicional Edif�cio Central virou palco de um novo polo gastron�mico de BH. Al�m dos j� conhecidos endere�os no n�vel da rua, dentro do pr�dio fundado em 1985 agora funcionam a todo vapor estabelecimentos de culin�ria regional, macrobi�tica e vegana.
Com um card�pio que tem gostinho de casa e ingredientes 100% provenientes da Regi�o Metropolitana de BH, “O Bo�mio” � uma das casas quem v�m atraindo clientes para o happy hour, as saidinha de fim de semana ou apenas como uma boa desculpa para experimentar comida e bebida boas e a pre�o justo.
Administrado pelo casal Ellen Sandim e Saimon Bessa, o local tem sido regido por quatro diretrizes: balc�o, comida de rua, cervejas locais e pre�o acess�vel. Com esses ingredientes, “O Bo�mio” surgiu da necessidade dos propriet�rios de abrir um espa�o mais diverso.
O ponto no Edif�cio Central foi descoberto durante uma corrida matinal. Saimon, que j� morava no Centro de BH, conta que, ao encontrar o local, se surpreendeu com a energia e, claro, com a vista privilegiada das pra�as da Esta��o e Rui Barbosa.

“Eu tinha um bar antes no Anchieta, na Zona Sul; tinha uma coisa que me incomodava: o perfil de p�blico muito espec�fico daquela regi�o. Eu pensava muito no que eu estava oferecendo, qual mensagem estava passando. A�, sa� da sociedade, desse bar anterior, e a gente come�ou a matutar sobre onde abrir outro”, conta Saimon.
Todos os produtos vendidos no bar, desde o tomate usado nos molhos at� as cervejas, s�o produzidos em BH e vizinhan�as. Para os empres�rios, esse � o diferencial que coloca a qualidade nas alturas e mant�m o custo justo.
“A proposta para comida e bebida � ser de pequenos produtores locais. A cerveja que a gente usa � de uma empresa l� do Bairro Santa Cruz [na Regi�o do Barreiro]. Daqui at� l� s�o 4,6 quil�metros. N�s n�o temos cerveja de garrafa, porque essas grandes marcas n�o est�o nem a� para nossa cidade. N�o est�o a� para essa nossa conex�o com as pessoas, e, com esse fornecedor no Santa Cruz, a gente consegue incentivar uma microeconomia. E ter cerveja fresca, que roda pouco para chegar at� aqui. O que a gente vende com esse produto fica na cidade”, explica.
Atualmente, “O Bo�mio” conta com tr�s op��es de pratos, sendo um vegetariano, e tr�s torneiras de cerveja. A su�, a alm�ndega de porco e o jil� s�o acompanhados de um molho de tomate, caseiro e sem conservantes. Dispostos em uma tradicional estufa, as refei��es t�m pre�o fixo de R$ 18, e s�o acompanhadas de p�o de sal. Cada copo de cerveja custa R$ 13. O atendimento � feito no balc�o e com comanda nominal.
“Nossa ideia s�o chopes diferentes, a R$ 13, para as pessoas daqui da regi�o, que n�o conhecem outros chopes poderem experimentar e n�o ficarem com medo do pre�o. E petiscos, que podem ser divididos, mas a gente pensou em pratos individuais. Porque tamb�m acreditamos que as pessoas saem sozinhas, se sentam ao balc�o... N�o precisam estar com o namorado, fam�lia, amigos. Acess�vel, para todo mundo, democr�tico, essa � nossa ideia”, conclui.
Embaixada do Norte em Minas
Ainda no Edif�cio Central, em outro ponto da sacada, o “Flor de Jambu” traz a culin�ria e a cultura da Regi�o Norte do pa�s para Belo Horizonte. Criado por Fernanda Souza, paraense que vive em Minas h� oito anos, o restaurante � uma iniciativa perif�rica, nortista e LGBTQIAP+. A casa nasceu em 2019, apenas com servi�o de delivery, e, a partir de uma campanha financeira coletiva, em 2022 a loja f�sica foi inaugurada.
De acordo com Fernanda, o objetivo do “Flor de Jambu” � enraizar o “orgulho de ser nortista” no Sudeste e reaproximar a cultura dos estados da Regi�o Norte de pessoas que moram por aqui. Al�m, � claro, de desmistificar informa��es das culturas.
De quinta-feira a s�bado, o restaurante recebe para a hora do almo�o. O funcionamento � por reserva, ent�o � necess�rio se programar para conhecer um pouco mais sobre os pratos, drinques e sucos. E, pelas redes sociais, toda semana tem uma programa��o especial. “Todos os nossos insumos v�m do Norte, para preservar o sabor e a qualidade e fazer o dinheiro girar tamb�m entre pessoas nortistas. At� por isso, a gente s� abre mediante reserva”, explica.
E o “Flor” tem encantado n�o s� quem j� conhece a cultura nortista, como tamb�m curiosos que t�m procurado o local para provar um pouquinho da gastronomia regional. “A maioria dos nossos clientes s�o pessoas nortistas, ou que t�m algum la�o com a Regi�o Norte. Mas tamb�m vem muita gente que nunca provou, mas vem para experimentar. Como fica no Centro, � muito f�cil de chegar”, diz a propriet�ria.
Apesar de ter come�ado com entregas, o “Flor de Jambu” n�o faz mais delivery, embora em datas especiais abra agenda para encomendas. No restaurante est�o dispon�veis para venda tamb�m produtos como geleias caseiras e a�a�, al�m de artesanato.
Cozinha vegana
Abrindo para o almo�o e trabalhando com entregas, a cozinha do “Casa de Angola” come�a a funcionar logo cedo no Edif�cio Central. Com pratos veganos e que seguem a linha macrobi�tica, as refei��es s�o ricas em prote�na vegetal, fibras e muita diversidade. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp ou via Ifood. J� quem quiser ir at� o restaurante, no primeiro andar do pr�dio, basta combinar com anteced�ncia.