Brasil n�o tem normas para medidas de redu��o de impacto de terremotos nas edifica��es

As constru��es no Brasil n�o s�o projetadas para suportar terremoto da magnitude (8,9 pontos na Escala Richter) como o ocorrido no Jap�o. Medidas que reduziriam o impacto dos tremores nas edifica��es brasileiras n�o fazem parte das normas de projeto e constru��o. Segundo o professor de engenharia de estrutura da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Amorim de Paula, isso n�o ocorre pela baixa incid�ncia de eventos s�smicos no territ�rio brasileiro e pelo alto custo que tais medidas representariam.

A possibilidade de ocorr�ncia de terremoto de tamanha magnitude praticamente inexiste no Brasil. No entanto, caso o evento viesse a ocorrer seriam evidentes as diferen�as estruturais das edifica��es brasileiras em compara��o �s japonesas. Desde detalhes, como a disposi��o das caixas-d’ �gua, at� quest�es estruturais, como a n�o exist�ncia de um isolamento nas funda��es dos edif�cios, aumentariam o riscos de morte no Brasil em casos de terremotos.

As edifica��es brasileiras n�o s�o dimensionadas para grandes esfor�os, como ocorre no caso das constru��es japonesas. O consultor, com PHD em din�mica da engenharia, A�cio Lira, calcula que constru��es com t�cnicas para resistir a tremores podem custar at� 40% mais. Segundo o especialista, no Brasil, as edifica��es projetadas com dimens�o s�smica est�o concentradas em centrais nucleares e em grandes barragens. “Os pa�ses que adotam estas normas t�m alt�ssima sismicidade. Nestes casos, as constru��es s�o feitas sobre molas com amortecedores din�micos.”

No Brasil, de acordo com Fernando, somente as edifica��es de grande porte, como a ponte Rio-Niteroi e as centrais nucleares, s�o projetadas tendo em vista terremotos. Os projetos de edifica��es e casas brasileiras levam em conta as cargas permanentes (peso constante das edifica��es), cargas acidentais (relacionadas ao uso dos ambientes), a varia��o de temperatura e, principalmente, o impacto do vento. “No Brasil, h� preocupa��o com os abalos s�smicos, mas em um n�vel reduzido, pois os terremotos verificados s�o de baixa intensidade, e o impacto n�o afeta o aspecto final da estrutura. A nossa maior preocupa��o � com o vento”, afirma.