O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse � BBC que o l�der l�bio, coronel Muamar Kadafi, perdeu legitimidade ap�s ter usado armamentos pesados para combater civis do seu pa�s, mas afirmou que o destino do governante deve ser decidido pelo povo. "O coronel Kadafi, ao matar seu pr�prio povo indiscriminadamente, perdeu a sua legitimidade", disse Ban � correspondente da BBC na ONU, Laura Trevelyan. "Se ele deve sair ou ser substitu�do por outras pessoas, isto deve ser decidido e determinado pelo povo l�bio."
Embora v�rios governos da regi�o tenham recorrido a meios violentos para reagir aos protestos dos civis, Ban afirmou que foi o uso desmedido da for�a por parte das tropas de Kadafi que levou a ONU a intervir na L�bia. "O coronel Kadafi tem usado todos os meios militares para matar o seu pr�prio povo, usando avi�es, artilharia pesada e tanques”, disse. "Enquanto n�s condenamos os l�deres em outras regi�es onde muitas popula��es civis foram mortas, n�s pedimos a eles que exer�am m�xima modera��o e cautela para proteger vidas humanas. Mas no caso l�bio, ele (Kadafi) tem matado muitas pessoas com artilharia pesada".
O secret�rio-geral negou que a remo��o de Kadafi fosse o principal motivo da interven��o militar internacional. "O objetivo principal � proteger a popula��o civil. (A interven��o) n�o est� visando mudar o regime ou atingir o coronel Kadafi ou outra pessoa espec�fica”, afirmou.
Para Ban, a a��o internacional na L�bia pode criar um ambiente pol�tico que leve a uma discuss�o sobre mudan�as no regime. "Ao realizar a��es militares (na L�bia), isto pode criar uma cerca atmosfera pol�tica, onde o povo l�bio pode discutir seu pr�prio futuro, incluindo seu l�der".
Ban acredita que a resolu��o aprovada pelo Conselho de Seguran�a da ONU, impondo uma zona de exclus�o a�rea na L�bia e autorizando a��es militares contra posi��es do governo, est� sendo eficiente. "Eu acho que (a resolu��o) provou ser muito efetiva. Ela impediu novas agress�es (...) pelas autoridades l�bias e foi capaz de proteger os civis em Benghazi e em algumas outras �reas. Mas temos que ver. Eu acredito que a superioridade do poder militar vai prevalecer”, afirmou ele � BBC.
Cessar-fogo
Na quinta-feira, no plen�rio da ONU, o secret�rio-geral afirmou que n�o h� ind�cios de que o regime l�bio tenha institu�do o cessar-fogo, como tinha sido anunciado anteriormente. "Autoridades l�bias t�m alegado repetidamente que institu�ram um cessar-fogo, inclusive em uma liga��o que recebi do primeiro-ministro da L�bia, em 19 de mar�o. N�s n�o vimos evid�ncias de que este � o caso", afirmou. "Eu espero que a comunidade internacional continue a exercer total aplica��o para evitar mortes de civis e danos colaterais (na L�bia)".
Otan
O secret�rio-geral da Otan (Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte), Anders Fogh Rasmussen, anunciou na quinta-feira que a alian�a vai assumir o controle da ofensiva militar internacional na L�bia.
Segundo Rasmussen, os 28 pa�ses que integram a organiza��o concordaram em agir para frear os ataques contra opositores pelas for�as de Khadafi. A mudan�a do comando pode ocorrer j� neste fim de semana.
De acordo com o correspondente da BBC em Bruxelas, James Landale, o novo acordo permitir� que as for�as da Otan coordenem os diferentes elementos da opera��o – o embargo a armas, o monitoramento da zona de exclus�o a�rea e as a��es militares para proteger os civis.
Fontes diplom�ticas afirmaram � BBC que seria uma estrutura semelhante � que opera no Afeganist�o atualmente.