
Cerca de 40 integrantes da Esta��o Comandante Ferraz, entre eles pesquisadores e servidores civis da base, chegaram por volta da 1h15 desta segunda-feira � Base A�rea do Gale�o, no Rio, informa a Ag�ncia Brasil. O avi�o C-130 H�rcules, da For�a A�rea Brasileira (FAB), decolou de Punta Arenas, no Chile, na tarde de ontem e, antes de chegar ao Rio, fez escala em Pelotas (RS) para o desembarque de quatro pesquisadores.
No momento do desembarque no Gale�o, no rosto da maioria transparecia o cansa�o. Um dos passageiros chegou a levantar as m�os ao c�u, como se agradecesse por ter chegado bem ao Brasil. A pesquisadora Terezinha Absher, da Universidade Federal do Paran� (UFPR), ainda estava assustada ao falar com a imprensa.
"Eu estou assim, porque foi realmente assustador tudo aquilo. N�s ficamos do lado de fora, vendo a esta��o pegar fogo. Eu nem vou falar muito porque ainda estou emocionada. Foi traumatizante porque, h� 20 anos, eu trabalho na Ant�rtica, passo muitos meses l�. Era como se fosse minha casa pegando fogo. A esta��o � de todos os brasileiros, mas eu me sentia como se fosse a minha casa. Perdi tudo. Todo o meu material de pesquisa e todas os objetos particulares. N�o sei se voltaria para l�", disse Terezinha, que trabalha com invertebrados marinhos.
Jasson Mariano, servidor civil da Marinha na manuten��o da base, conta que ajudou a tentar apagar o inc�ndio na casa de m�quinas. "Fomos acordados pelo nosso superior, nos chamando apavorado, dizendo que estava pegando fogo na base. N�s sa�mos com o uniforme de trabalho e fomos apoiar o grupo-base para tentar combater o fogo. Tentamos esticar a mangueira para pegar �gua do mar com as bombas, mas o inc�ndio se propagou muito r�pido. A luta foi grande, mas n�o conseguimos", relatou ele, que estava desde novembro na esta��o e retornaria ao Brasil no fim de mar�o.
Tamb�m servidor da Marinha, Marcos da Concei��o, demonstrava muito cansa�o. "A fam�lia sempre vinha na minha cabe�a. Na cabe�a de todos n�s. Estou muito cansado. Est� at� dif�cil falar com voc�s agora", disse.
A bi�loga Fernanda Siviero, que estava desde o in�cio do fevereiro na Esta��o Ant�rtica, conta que os integrantes da base passaram por grande susto. "A gente estava na base quando foi dado o alarme de inc�ndio, a gente fez o procedimento de evacua��o e ficamos seguros em uma parte da base [isolada]. Ficamos muito consternados e assustados com essa situa��o toda do inc�ndio. A gente n�o acreditou, na verdade, que fosse tomar uma propor��o t�o grande. Imaginamos que fosse de f�cil controle. Achamos que ia ser s� um susto e que, daqui a pouco, estar�amos de volta. Infelizmente n�o foi."
J� o pesquisador da Universidade de S�o Paulo Caio Cipro lamenta a perda das amostras de sua pesquisa. "As amostras s�o insubstitu�veis. Eu estava participando de um projeto de hidrografia e a gente perdeu as amostras todas que foram coletadas desde dezembro [do ano passado]. Elas foram perdidas, porque t�m que ficar congeladas. Como a esta��o est� sem energia el�trica, uma vez descongeladas, as amostras n�o servem mais", explicou.
O sargento da Marinha Luciano Gomes Medeiros, que ficou ferido quando tentava combater o inc�ndio, foi o �ltimo a desembarcar. Com as m�os enfaixadas, ele foi colocado em uma cadeira de rodas e encaminhado a uma ambul�ncia, para ser levado ao Hospital Naval Marc�lio Dias.
Al�m de deixar o sargento ferido, o inc�ndio provocou duas mortes, a do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e a do sargento Roberto Lopes dos Santos, ambos da Marinha.