
O regime s�rio reconheceu pela primeira vez que possui armas qu�micas e amea�ou utiliz�-las em caso de interven��o militar estrangeira, mas nunca contra a sua popula��o, o que provocou a rea��o internacional.
Enquanto isso, o Ex�rcito parece ter retomado o controle da maior parte de Damasco, ap�s uma semana de intensos combates, enquanto os rebeldes adotam uma estrat�gia de cerco.
A S�ria rejeitou a proposta da Liga �rabe de uma sa�da negociada do presidente Bashar al-Assad para acabar com a viol�ncia, que j� causou mais de 19.000 mortes em 16 meses de revolta.
Com a escalada da viol�ncia, que deixou mais 54 v�timas em todo o pa�s, o presidente russo Vladimir Putin, aliado de Damasco, alertou para a possibilidade de uma guerra civil de longa dura��o na S�ria caso Assad seja destitu�do do poder de maneira "inconstitucional".
A comunidade internacional, incapaz de chegar a um acordo comum, refor�ou suas san��es e o controle do embargo � venda de armas. Os esfor�os poder�o ficar concentrados em retirar seus cidad�os da S�ria "se a situa��o se deteriorar ainda mais".
Reconhecendo pela primeira vez que possui um arsenal qu�mico, o porta-voz s�rio das Rela��es Exteriores, Jihad Makdessi, advertiu que essas armas n�o-convencionais "est�o armazenadas e protegidas sob a supervis�o das For�as Armadas (...) e ser�o utilizadas apenas em caso de agress�o estrangeira".
Mas Makdessi assegurou, durante uma coletiva de imprensa em Damasco, que "nunca, nunca ser�o usadas contra os nossos cidad�os, independentemente da evolu��o da crise".
Condena��es internacionais
Posteriormente, o minist�rio emitiu um comunicado tentando amenizar as palavras do porta-voz, argumentando que "� natural que essas armas, se existirem, sejam armazenadas e protegidas".
As condena��es internacionais foram imediatas.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que o regime de Assad cometeria um "erro tr�gico" e o responsabilizou pela seguran�a das armas qu�micas. Para o Pent�gono, os s�rios "n�o devem sequer pensar por um segundo usar armas qu�micas".
Berlim descreveu a amea�a de "monstruosa" e Londres considerou como "inaceit�vel".
O chefe da ONU, Ban Ki-moon, declarou que o uso de armas qu�micas pela S�ria seria "censur�vel". Israel, entretanto, alertou que n�o poder� "aceitar" que as armas qu�micas caiam nas m�os do Hezbollah, aliado do regime s�rio.
Mas para o l�der do Conselho Nacional S�rio (CNS), principal coaliz�o opositora, Abdel Basset Sayda, "um regime que massacra crian�as e que estupra mulheres, tamb�m pode usar armas qu�micas". Ele pediu que a comunidade internacional intervenha para impedir esta possibilidade.
Ap�s uma semana de intensos combates em Damasco, rebeldes do interior e autoridades confirmaram que o Ex�rcito havia recuperado o controle de grande parte da capital Damasco.
"Infelizmente, o regime militar assumiu o controle de quase a toda a capital", disse � AFP um dos opositores, lembrando que os confrontos continuavam no sul de Damasco.
As opera��es militares est�o resumidas "a buscas de terroristas escondidos", segundo fontes da seguran�a.
Bombardeio de Aleppo, morteiro sobre as Colinas de Gol�
Em Damasco, palco de combates di�rios, as execu��es se multiplicam. Ao menos 23 pessoas foram executadas sumariamente no domingo pelas for�as do regime, segundo o Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos (OSDH).
A Anistia Internacional pediu que os protagonistas do confronto poupem os civis, enquanto a organiza��o War Child acusou a comunidade internacional de n�o proteger as crian�as, v�timas diretas do conflito.
Em Aleppo, segunda cidade do pa�s, os combates prosseguem, com um "grande movimento de �xodo", segundo o OSDH.
No in�cio da noite, um membro do conselho militar rebelde afirmou que os insurgentes libertaram v�rios bairros de Aleppo. "� a primeira etapa da liberta��o da cidade", declarou o coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi � AFP via Skype.
Ele ressaltou, contudo, que intensos combates continuam na periferia desses bairros e que tanques e helic�pteros do regime bombardeiam e metralham a partir do exterior.
Ap�s o lan�amento das "batalhas de liberta��o" de Damasco e Aleppo pela rebeli�o, o CNS afirmou que o regime "vacila", mas "n�o vai se entregar facilmente".
Na regi�o de Homs (centro), um helic�ptero metralhou a cidade de Boueida, destruindo v�rias casas, segundo um correspondente da AFP.
Um morteiro disparado durante o conflito caiu a 400 metros da fronteira com Israel, nas Colinas de Gol�, um incidente que pode aumentar ainda mais a tens�o entre os governos israelense e s�rio.