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Estado de Minas ELEI��O NOS EUA

Protestos antiamericanos no Oriente M�dio colocam novo fator na disputa pela Casa Branca

Democrata aposta na experi�ncia contra o rival republicano


postado em 16/09/2012 08:10 / atualizado em 16/09/2012 09:38

Manifestantes pisoteiam retrato de Obama em Karachi, no Paquistão: presidente pressionado a equilibrar autoridade e serenidade(foto: (RIZWAN TABASSUM/afp))
Manifestantes pisoteiam retrato de Obama em Karachi, no Paquist�o: presidente pressionado a equilibrar autoridade e serenidade (foto: (RIZWAN TABASSUM/afp))

A onda de violentas manifesta��es antiamericanas no mundo �rabe e isl�mico, em protesto contra um filme considerado ofensivo ao profeta Maom�, amea�a complicar uma frente de campanha que os assessores de Barack Obama consideravam jogo vencido, a menos de dois meses da batalha pela reelei��o. Os ataques dos �ltimos dias a representa��es diplom�ticas norte-americanas, com a morte do embaixador na L�bia, projetou a sombra da lideran�a t�bia sobre um presidente que, at� ent�o, ostentava trof�us valiosos de pol�tica externa: a execu��o de Osama bin Laden, a promessa cumprida de retirar as tropas do Iraque, o cronograma para a sa�da do Afeganist�o. Questionado pelos republicanos, sempre h�beis em apresentar-se como o "partido da seguran�a nacional", Obama se v� desafiado a dosar a rea��o equilibrando as necessidades de candidato e os deveres de presidente.

Em uma disputa que se anuncia apertada at� o dia da vota��o, em 6 de novembro, como atestam as pesquisas at� aqui, uma crise internacional e o risco de uma espiral de viol�ncia que exija o recurso � for�a transformam o Oriente M�dio em tema capaz de sensibilizar os indecisos – uma faixa preciosa do eleitorado. De olho justamente nesse p�blico, o desafiante republicano, Mitt Romney, moderou sua ret�rica. Em suas primeiras declara��es sobre os incidentes, o candidato tentou mostrar o presidente como "simp�tico" aos autores dos ataques e acusou-o de "desculpar-se pelos valores americanos". O tom funcionou com a base republicana mais conservadora, mas p�s em risco a conquista dos moderados, que em 2008 votaram em grande n�mero por Obama.

O dilema de Romney se explica por sua desvantagem flagrante nas pesquisas quando o assunto � pol�tica externa. No m�s passado, uma sondagem Wall Street Journal/NBC News mostrou que 54% dos entrevistados aprovam a maneira como o presidente conduz a diplomacia. Quando se pergunta em quem confiam mais como comandante-em-chefe, 45% apontam Obama, contra 38% para Romney.

Em 2008, quando conquistou a Casa Branca, o atual presidente tinha no curr�culo apenas quatro anos no Congresso, como senador por Illinois. Para enfrentar o veterano de guerra John McCain, o Partido Democrata escalou como vice o experiente Joe Biden, ent�o presidente da Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado. Hoje, Biden � considerado um dos principais conselheiros do presidente. E, ao fim de quatro anos de mandato, o presidente responde �s crises e perigos que se insinuam no horizonte for�ando a compara��o com o advers�rio – como fez no discurso de encerramento da Conven��o Democrata, apresentando-se como um pol�tico "testado e aprovado" nas quest�es de defesa.

Por todo o contexto, o coordenador do Grupo de An�lise da Conjuntura Internacional da Universidade de S�o Paulo (Gacint/USP), Ricardo Sennes, especula que a divulga��o do filme ofensivo ao isl� tenha sido planejada para o atual momento da corrida eleitoral. Na avalia��o do especialista, a iniciativa partiu de um segmento conhecido no espectro pol�tico americano, uma direita religiosa sect�ria que j� protagonizou outros epis�dios pol�micos. "Mas a repercuss�o dessa crise superou o embate interno", afirma. "Quando radicais dos dois lados querem brigar, n�o h� moderado que segure."

DEBATES A perspectiva de uma onda de radicalismo contra os EUA no Oriente M�dio, capaz de ofuscar a crise econ�mica, evoca para os democratas o fantasma de 1980, quando a infla��o em alta e a crise dos ref�ns na embaixada americana em Teer� custaram a Jimmy Carter a reelei��o – embora o advers�rio fosse Ronald Reagan, at� hoje considerado um dos presidentes mais h�beis na comunica��o com os americanos, na hist�ria recente. Neste ano, por�m, a equipe de Obama aposta que a pol�tica externa pode pesar a favor do presidente nos debates televisionados do pr�ximo m�s.

Em 11 de outubro, no Kentucky, os vices discutir�o a situa��o internacional, e Biden, por sua experi�ncia, tende a sair-se melhor que o concorrente republicano, Paul Ryan. Melissa Miller, cientista pol�tica da Universidade Estadual Bowling Green (Ohio), pondera que Ryan � "queridinho" da base conservadora especialmente pelas duras cr�ticas que faz aos gastos do governo, mas n�o desfila maior experi�ncia internacional. "Se o foco se voltar para a pol�tica externa, ficar� claro que Paul Ryan n�o apresenta as condi��es ideais", disse. Os candidatos a presidente abordar�o o tema no �ltimo debate antes das elei��es, em 22 de outubro, na Fl�rida.


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