A presidente Cristina Kirchner, de 60 anos, foi operada com sucesso nesta ter�a-feira para extrair um hematoma do cr�nio e se recupera do procedimento em um hospital de Buenos Aires, a 19 dias de cruciais elei��es legislativas na Argentina.
"A opera��o foi satisfat�ria. Tudo correu muito bem. A presidente est� de bom humor e j� est� em seu quarto", anunciou o subsecret�rio de Comunica��o P�blica, Alfredo Scoccimarro, na porta da Funda��o Favaloro, onde foi internada.
Suas palavras foram muito comemoradas por dezenas de militantes, que levaram sua solidariedade � presidente e esperavam informa��es.
O boletim m�dico, o �nico a ser divulgado nesta ter�a-feira, indicou que a presidente evolui favoravelmente ap�s uma cirurgia sem complica��es e permanece em uma unidade de terapia intensiva.
"No dia de hoje foi realizada a extra��o de um hematoma subdural direito na presidente", indicou o boletim, divulgado � imprensa na porta do hospital, localizado a 400 metros do Congresso, em pleno centro de Buenos Aires. O documento acrescentou que antes da cirurgia "foram descartados os riscos cardiovasculares atrav�s de diferentes exames complementares". "A paciente evolui favoravelmente permanecendo internada na unidade de terapia intensiva", disse.
No entanto, no domingo Kirchner sentiu formigamento e falta de for�as no bra�o esquerdo, raz�o pela qual os m�dicos decidiram oper�-la na Funda��o Favaloro. Ali recebeu, na noite de segunda-feira, a visita do vice-presidente, Amado Boudou, de 50 anos, que - de fato - ficou a cargo do Executivo em plena campanha eleitoral, embora n�o tenha sido anunciada oficialmente a transfer�ncia tempor�ria de comando.
"� uma opera��o simples, de curta hospitaliza��o, talvez de tr�s dias, e depois uma reabilita��o. Para retomar a atividade completa levar� de 4 a 6 semanas", afirmou � AFP Anders Cohen, chefe de Neurocirurgia do Brooklyn Hospital Center de Nova York, em uma entrevista por telefone.
O especialista explicou que "o progn�stico deve ser muito bom".
"� feita uma incis�o, abre-se uma janela, isto dura 45 minutos, n�o � um procedimento longo. O sangue acumulado � removido e se assegura que n�o reste nenhuma atividade sangu�nea no local. Depois � colocado um dreno, que normalmente o paciente tolera muito bem", explicou.
Transfer�ncia em plena campanha eleitoral
Sobre a transfer�ncia, o constitucionalista Daniel Sabsay disse � AFP que a "Constitui��o n�o diz nada sobre um caso como esse", mas advertiu que "o mais correto teria sido que a presidente pedisse licen�a ao Congresso e fizesse a transfer�ncia ao vice-presidente".
A transfer�ncia de comando ganha relev�ncia em plena campanha eleitoral para as legislativas de 27 de outubro, quando ser�o renovados a metade da C�mara de Deputados e um ter�o do Senado, na metade do segundo e �ltimo mandato de Kirchner.
Depois que o governismo sofreu uma derrota em v�rios distritos-chave nas prim�rias de agosto, a presidente se lan�ou em cheio na campanha para tentar reverter a tend�ncia e manter a maioria nas duas c�maras.
Boudou ter�, portanto, a tarefa de liderar os muitos atos de campanha que a presidente deveria comparecer em todo o pa�s, num momento em que as pesquisas de opini�o preveem outra vit�ria da oposi��o na emblem�tica prov�ncia de Buenos Aires, o maior distrito.
Mas Boudou conta com uma popularidade muito baixa. � "o funcion�rio que tem a pior imagem no governo", afirmou a diretora da empresa de pesquisas Management and Fit, Mariel Fornoni.
O vice-presidente, ex-ministro da Economia entre 2009 e 2011, � investigado na Justi�a por suposto tr�fico de influ�ncia em favor de uma empresa gr�fica, embora n�o tenham sido encontradas provas contra ele e n�o esteja acusado.
A presidente sofreu quadros de hipotens�o desde seu primeiro mandato, em 2007 (reeleita em 2011 por outros quatro anos), mas seu maior problema de sa�de foi um diagn�stico de c�ncer que resultou estar errado, como foi comprovado depois de uma cirurgia para a retirada da gl�ndula tire�ide em janeiro de 2012.
Naquela ocasi�o, Boudou assumiu formalmente a presid�ncia por 20 dias. Mas permaneceu discreto. "For�a Cristina", dizem os cartazes. "For�a Cristina", "Vamos que tudo � poss�vel!", "Melhore logo", "O pa�s e os jovens est�o com voc�", "Voc� � insubstitu�vel", "Todos com Cristina", "Nos bons e maus momentos com voc�", diziam os cartazes.