A Santa S� investigou nos �ltimos dez anos 3.420 casos de abusos sexual de crian�as e afastou 848 padres, informou o Vaticano durante audi�ncia nas Na��es Unidas em Genebra.
Dados divulgados pelo representante permanente da Santa S� nas Na��es Unidas, Silvano Tomasi, revelam que a Congrega��o para a Doutrina da F� investigou durante dez anos 3.420 casos com base em "acusa��es cred�veis", a maioria referente ao per�odo de 1950 a 1980.
Desses, 848 padres foram destitu�dos e a 2.572 foi ordenado que "vivam vida de ora��o e penit�ncia", preferencialmente em um mosteiro. "Isso n�o quer dizer que fiquem impunes dos crimes que cometeram. Foram todos afastados do contato com crian�as", disse Tomasi.
O representante do Vaticano disse que n�o consegue fornecer os n�meros dos casos denunciados �s autoridades judiciais dos pa�ses onde os crimes ocorreram, mas julga que a maioria dos casos foi comunicada �s autoridades. "Quando h� uma acusa��o cred�vel, deve ser reportada tamb�m �s autoridades civis", destacou.
Tomasi, que falou no segundo dia de audi�ncia no Comit� das Na��es Contra a Tortura, reiterou que a Santa S� n�o tem compet�ncia para julgar ped�filos fora do estado do Vaticano. Mas, acrescentou, “realiza procedimentos eclesi�sticos contra aquelas pessoas sobre as quais pesam abusos de menores" e garante que eles ocorram sem "preju�zo das a��es judiciais nos locais de resid�ncia dos acusados".
Silvano Tomasi explicou que quando se suspeita de um caso de abuso de menores por parte de um cl�rigo, o bispo local "tem o dever de proteger as crian�as das a��es levadas a cabo pelos sacerdotes da sua diocese". Deve elaborar um relat�rio e envi�-lo � congrega��o da Doutrina da F� para que decida sobre o assunto.
A congrega��o tem capacidade para condenar o sacerdote a uma pena can�nica e, "nos casos em que o cl�rigo seja declarado culpado, a pena mais extrema � a separa��o do seu entorno clerical", disse.
Em 2012, a Igreja Cat�lica tinha 414.313 padres. O Vaticano compareceu, segunda e ter�a-feira, ao Comit� das Na��es Unidas Contra a Tortura para responder a perguntas e peti��es dos membros do organismo. Reafirmou que n�o tem jurisdi��o penal nos casos de pedofilia por parte de membros do clero cometidos em outros pa�ses, mas apenas para punir os sacerdotes quando comprovados os abusos.
O representante do Vaticano garantiu tamb�m o empenho da Santa S� na luta conta esses abusos. "H� um total compromisso para limpar a casa, para mudar e, acima de tudo, para trabalhar em medidas efetivas que previnam a repeti��o dos abusos", disse Tomasi.
As respostas n�o convenceram as v�timas. Barbara Blaine, presidente de uma das mais importantes redes de sobreviventes abusados por padres, com mais de 18 mil membros, disse que a defesa do Vaticano "� mais do mesmo".
As conclus�es da audi�ncia ser�o apresentadas no dia 23 de maio.