
Ao menos 65 pessoas morreram e 340 ficaram feridas em um atentado suicida neste domingo � noite em um parque em Lahore, grande cidade do leste do Paquist�o, onde crist�os celebravam a P�scoa, segundo as autoridades. Entre os feridos h� 50 crian�as e v�rias mulheres, muitos em estado cr�tico. "Requisitamos a ajuda do ex�rcito. Militares est�o ajudando no resgate e na seguran�a", indicou um funcion�rio de emerg�ncia.
O chefe do Estado-Maior do Ex�rcito, general Raheel Sharif, presidiu uma reuni�o de alto n�vel para coordenar a resposta ao "atentado suicida" e "levar � justi�a os assassinos de nossos irm�os, irm�s e filhos". A explos�o ocorreu em um estacionamento perto do parque de Gulshan-e-Iqbal, pr�ximo ao centro da cidade, enquanto a comunidade crist� celebrava o domingo de P�scoa. "Condeno com firmeza o atentado em Lahore no qual cidad�os inocentes, entre eles mulheres e crian�as, perderam a vida", declaro o l�der da oposi��o, Imran Khan.
Os Estados Unidos condenaram "fortemente o aparente ataque terrorista em Lahore, Paquist�o", denunciando "um ato covarde no que foi durante muito tempo um precioso e pl�cido parque e agora morreram dezenas de civis inocentes". O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que o Papa Francisco foi informado deste "horr�vel massacre de dezenas de inocentes, que projeta uma sombra de tristeza e ang�stia sobre a festa da P�scoa".
"Uma vez mais o �dio homicida afeta vilmente as pessoas que est�o menos protegidas. Com o Papa, oramos pelas v�timas, estamos ao lado dos feridos, das fam�lias afetadas por uma imensa dor, dos membros das minorias crist�s afetadas novamente pela viol�ncia fan�tica, e de todo o povo paquistan�s ferido".
Horror no parque
Um m�dico, o doutor Ashraf, descreveu cenas de horror no hospital Jinnah onde trabalha. "At� agora j� recebemos mais de 40 corpos e 200 feridos, e a maioria est� em situa��o cr�tica. Temo que o n�mero de mortos aumentar�. Estamos atendendo as pessoas no ch�o e nos corredores do hospital, e segue chegando mais gente ferida”, comentou.
O parque Gulshan-e-Iqbal, muito popular, estava especialmente cheio neste domingo de primavera, quando a comunidade crist� celebrava a P�scoa em Lahore, cidade de 8 milh�es de habitantes.
Javed Ali, residente de Lahore, 35 anos, cuja casa est� situada diante da entrada do parque, disse � AFP que escutou "uma enorme explos�o que destruiu as vidra�as" de sua resid�ncia. "Tudo tremeu, as pessoas gritavam e havia poeira e fuma�a por todas as partes".
Em novembro de 2014, um atentado suicida dos talib�s em Wagah, na fronteira com a �ndia, matou mais de cinquenta pessoas. Nos �ltimos anos, as igrejas t�m sido alvos de ataques em Lahore, reduto do primeiro-ministro Nawaz Sharif, na prov�ncia de Punjab.
No Paquist�o, grupos isl�micos armados atacam com frequ�ncia a minoria crist�, que representa cerca de 2% da popula��o deste pa�s mu�ulmano, predominantemente sunita, de 200 milh�es de habitantes. Alguns crist�os tamb�m foram acusados de ter ofendido o Isl�, um crime pun�vel com a pena de morte no Paquist�o, segundo uma lei controversa de blasf�mia.
Neste domingo, a pol�cia disparou g�s lacrimog�neo para dispersar cerca de 25.000 partid�rios de Mumtaz Qadri, um islamita executado no m�s passado por matar em 2011 o governador de Punjab, Salman Taseer, que se manifestavam em Rawalpindi. Mumtaz Qadri tinha reivindicado o assassinato, alegando querer vingar Salman Taseer, um pol�tico progressista que havia defendido Asia Bibi, uma crist� condenada � morte por blasf�mia.
A manifesta��o de Rawalpindi n�o foi transmitida pelos canais de not�cias, uma vez que os meios de comunica��o est�o sujeitos a uma censura crescente do Estado que n�o quer ver esse tipo de protesto crescer no resto do pa�s.