Pelo menos nove civis, entre eles quatro crian�as, morreram nesta sexta-feira e outros sete ficaram feridos no bombardeio americano contra uma base militar s�ria, informou a ag�ncia oficial Sana. As v�timas civis estavam nos povoados de Al Hamrat, Al Shayrat e Al Manzul, situados nos arredores da base �rea de Shayrat, atacada pelos Estados Unidos. A informa��o � da ag�ncia de not�cias EFE.
A ag�ncia Sana acrescentou que o ataque tamb�m causou uma grande destrui��o nas casas desses povoados da prov�ncia de Homs. Em Shayrat ca�ram dois m�sseis Tomahawk que provocaram a morte de cinco civis, entre eles tr�s crian�as, enquanto em Al Hamrat morreram outras quatro pessoas, entre eles um menor, pelo impacto de um m�ssil, segundo a ag�ncia.
Na cidade de Al Manzul, que fica a quatro quil�metros da base a�rea, sete pessoas ficaram feridas. O Ex�rcito s�rio confirmou que seis militares morreram no ataque, mas o Observat�rio S�rio de Direitos Humanos elevou o n�mero de v�timas militares a sete, incluindo um comandante.

Em um discurso solene exibido na televis�o a partir de sua resid�ncia na Fl�rida, Donald Trump explicou que os ataques estavam "associados ao programa" de armas qu�micas de Damasco e "diretamente relacionados" aos "horr�veis" acontecimentos de ter�a-feira. O bombardeio atribu�do ao ex�rcito s�rio na ter�a-feira contra a cidade de Khan Sheikhun (noroeste) deixou pelo menos 86 mortos, incluindo 27 crian�as, e provocou indigna��o internacional. As imagens das v�timas agonizantes comoveram o mundo.
O servi�o secreto americano estabeleceu que os avi�es que executaram o ataque decolaram da base de Al-Shayrat, conhecida como um local de armazenamento de armas qu�micas antes de 2013, segundo o Pent�gono.
'Ataque horr�vel'
Com o semblante s�rio, o presidente Trump afirmou que os Estados Unidos s�o "sin�nimo de justi�a" e pediu �s "na��es civilizadas" que interrompam o banho de sangue na S�ria. O pa�s est� devastado por uma guerra que deixou 320 mil mortos desde mar�o de 2011, al�m de ter provocado a fuga de milh�es de pessoas e a crise humanit�ria mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.Fontes do governo americano n�o informaram se novos ataques est�o previstos, mas indicaram que a resposta de Washington � "proporcional". Em dificuldade h� v�rios meses ante o regime, a coaliz�o da oposi��o pol�tica s�ria saudou a opera��o americana. "Esperamos que os bombardeios continuem", disse o porta-voz do grupo, Ahmad Ramadan.
O influente grupo rebelde Jaish al-Islam, que integra o Alto Comit� de Negocia��es (HCN) da oposi��o s�ria, afirmou que os bombardeios americanos contra apenas um aeroporto militar do regime "n�o � suficiente". "Atacar apenas um aeroporto n�o � suficiente. Existem 26 aeroportos (utilizados pelo regime) para bombardear civis. O mundo inteiro deve ajudar a salvar o povo s�rio das garras do assassino Bashar (al-Assad) e seus comparsas", afirmou Mohamed Allouche, dirigente do Jaish al-Islam.
A imprensa estatal e o ex�rcito da S�ria chamaram o ataque de "agress�o". "Esta agress�o americana destaca a continuidade da estrat�gia equivocada dos Estados Unidos", afirma um comunicado militar. "O alto comando do ex�rcito e das For�as Armadas afirmam que sua resposta ser� uma determina��o maior para cumprir seu dever nacional na defesa do povo s�rio e derrotar o terrorismo onde estiver", completa a nota militar.
A R�ssia, principal aliado de Damasco, denunciou uma "agress�o contra um Estado soberano". "Esta a��o de Washington provoca um preju�zo consider�vel �s rela��es entre Estados Unidos e R�ssia, que j� se encontram em um estado lament�vel", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O Pent�gono informou que Washington avisou Moscou com anteced�ncia sobre o ataque.A R�ssia anunciou a suspens�o do acordo assinado com Washington para impedir incidentes entre avi�es dos dois pa�ses na S�ria. "A parte russa suspende o memorando com os Estados Unidos sobre a preven��o dos incidentes e a seguran�a dos voos durante as opera��es na S�ria realizadas pelas avia��es russa e americana", afirmou a porta-voz do minist�rio das Rela��es Exteriores da R�ssia, Maria Zakharova, em um comunicado.
'A��o unilateral'
Antes do ataque, o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, advertiu para as "consequ�ncias negativas" em caso de interven��o militar. Safrankov fez a afirma��o ap�s uma reuni�o do Conselho de Seguran�a que n�o conseguiu, depois de dois dias de debate, chegar a um acordo sobre uma resolu��o de condena��o ao ataque de ter�a-feira.O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, acusou a R�ssia de ter evitado suas responsabilidades. Tamb�m defendeu a sa�da do presidente Assad, uma semana depois de ter dado a entender que esta n�o era uma prioridade. No Ir�, outro grande aliado do regime de Assad, o minist�rio das Rela��es Exteriores "condenou energicamente" os bombardeios americanos e "qualquer a��o unilateral", segundo a ag�ncia Fars. A China pediu a todas as partes que "evitem a deteriora��o" da situa��o e afirmou que � contra o uso de armas qu�micas por qualquer pa�s, organiza��o ou indiv�duo, independente das circunst�ncias e do objetivo.
Aliado dos rebeldes e vizinho da S�ria, a Turquia considerou "positivos" os bombardeios dos Estados Unidos, assim como a Ar�bia Saudita. Em 2013, o antecessor de Donald Trump, Barack Obama, decepcionou os pa�ses �rabes ao n�o atacar o regime s�rio ap�s um ataque com armas qu�micas perto de Damasco que deixou mais de 1.400 mortos. Naquele momento, Donald Trump pediu no Twitter que Obama n�o optasse pela interven��o na S�ria.
O governo turco tamb�m pediu a cria��o de uma zona de exclus�o a�rea na S�ria. "Para evitar a reprodu��o deste tipo de massacres (o suposto ataque qu�mico atribu�do ao regime) � necess�rio instaurar o quanto antes uma zona de exclus�o a�rea e zonas de seguran�a na S�ria", afirmou o porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin.
G�s sarin
Uma fonte do governo americano acusou o regime s�rio de ter utilizado em Khan Sheikhun "um agente neurot�xico que tem as caracter�sticas do g�s sarin". O sarin � um g�s inodoro e invis�vel. Mesmo se n�o for inalado, o simples contato com a pele bloqueia a transmiss�o do impulso nervoso e provoca a morte por parada cardiorrespirat�ria.O regime s�rio j� foi acusado de ter utilizado g�s sarin em 21 de agosto de 2013 no ataque a localidades sob controle dos rebeldes na periferia de Damasco, que deixou pelo menos 1.429 mortos, incluindo 426 crian�as, de acordo com os Estados Unidos. Mas o chefe da diplomacia s�ria, Walid Muallem, reafirmou na quinta-feira que o ex�rcito do pa�s "n�o utilizou e nunca utilizar�" armas qu�micas contra seu povo, "nem sequer contra os terroristas", express�o do regime para designar os rebeldes e jihadistas.
De acordo com Damasco, a avia��o s�ria bombardeou na ter�a-feira um "dep�sito de muni��es" dos jihadistas, que continha "subst�ncias qu�micas". A explica��o, que j� havia sido apresentada pelo ex�rcito da R�ssia, � considerada "inveross�mil" por especialistas militares. (Com AFP e Ag�ncia Brasil)