
A decis�o do primeiro-ministro da It�lia, Giuseppe Conte, de autorizar visitas a parentes a partir do dia 4 de maio, como parte da chamada "fase dois" do combate ao novo coronav�rus (Sars-CoV-2), tem gerado pol�mica no pa�s, principalmente entre a popula��o LGBTI.
O decreto informa que o governo permitir� visita a parentes pr�ximos - que geralmente s�o pais, av�s, netos, tios e primos - desde que seja respeitada as dist�ncias e medidas de prote��o, como o uso de m�scaras.
A pol�mica est� relacionada � palavra usada, j� que, segundo a lei, s�o considerados parentes quem tem um v�nculo legal ou de sangue. Isso inclui membros da fam�lia, c�njuges, coabitantes, noivos e afetos est�veis. No entanto, no novo decreto, o governo n�o havia fornecido uma defini��o clara de quem � "parente", o que supostamente exclu� o direito do encontro entre namorados e pessoas do mesmo sexo que se relacionam.
Com essa indefini��o, o documento foi alvo de diversas cr�ticas, entre elas da Arcigay, organiza��o gay da It�lia, que protesta em prol de "direitos iguais, autodetermina��o, supera��o de estere�tipos e preconceitos e contra todas as formas de discrimina��o".
"O fato de a flexibiliza��o das restri��es �s rela��es sociais se limitar � defini��o de 'parentes', que em nossos c�digos se refere inequivocamente � dimens�o formal de parentesco, sangue ou adquirido, representa uma situa��o in�dita e inaceit�vel", disse Gabriele Piazzoni, secret�rio-geral da Arcigay.
Em comunicado, a senadora do Partido Democr�tico (PD), Monica Cirinn�, por sua vez, afirmou n�o concordar "com a op��o de limitar as visitas com seguran�a apenas a parentes, porque isso n�o leva em conta a pluralidade de experi�ncias e afetos".
"Existem relacionamentos significativos que v�o al�m dos la�os legais e de sangue, e relacionamentos que atravessam as fronteiras das regi�es. Penso antes de tudo na situa��o de algumas fam�lias separadas, na condi��o de casais que n�o coabitam ou em fam�lias LGBTI n�o reconhecidas, mas tamb�m em muitos la�os de afeto entre pessoas solit�rias, que s�o ignorados pelo decreto", ressaltou.
Para a associa��o Centro Gay, o decreto de "Conte mais uma vez discrimina pessoas l�sbicas, gays, bissexuais e transexuais". Segundo o porta-voz da institui��o, Fabrizio Marrazzo, muitas pessoas dessa comunidade "costumam estar isoladas de suas fam�lias e parentes e constru�ram suas vidas em uma rede de amizades que muitas vezes substituem e compensam a falta de afeto de suas fam�lias".
Em meio � pol�mica, o ex-primeiro-ministro da It�lia Matteo Renzi anunciou que conversar� com Conte na pr�xima quinta-feira (30) no Senado, mas questionou: "Quem � o Estado para decidir se a pessoa vai procurar um primo e n�o sua noiva?".
Ontem (26), o premier italiano apresentou os detalhes da nova fase na luta contra o novo coronav�rus e disse que ir� afrouxar as regras de isolamento social a partir do dia 4 de maio. (ANSA)