
A vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela AstraZeneca e a universidade brit�nica de Oxford foi a primeira cujos ensaios foram avaliados por uma revista cient�fica, The Lancet, nesta ter�a-feira (8/12).
A publica��o desses resultados, examinados por um comit� de cientistas independentes, confirma que essa vacina � 70% eficaz, de acordo com o que a AstraZeneca anunciou em 23 de novembro.
As outras duas vacinas s�o as do laborat�rio americano Moderna e a da alian�a Pfizer/BioNTech (Alemanha e Estados Unidos), com a qual o Reino Unido j� come�ou sua campanha de vacina��o nesta ter�a-feira.
Moderna e Pfizer/BioNTech afirmam que seus produtos t�m uma efic�cia respectivamente de 94,1% e 95%. Seus resultados ainda n�o foram publicados por uma revista cient�fica, mas foram transmitidos �s distintas ag�ncias de medicamentos encarregadas de examinar as demandas de comercializa��o.
Efic�cia em idosos ainda n�o � conhecida
Mesmo ap�s uma primeira an�lise dos dados dos testes cl�nicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a efic�cia do imunizante entre idosos, um dos grupos de maior risco para COVID, n�o p�de ser avaliada e s� ser� conhecida depois de novas an�lises, segundo disseram os autores da pesquis no artigo publicado no The Lancet.
O texto confirma os resultados de efic�cia divulgados anteriormente pela AstraZeneca (de 62% entre o grupo de volunt�rios que recebeu duas doses completas e de 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa), mas ressalta que o n�mero de volunt�rios mais velhos � muito pequeno para aferir a efic�cia entre idosos.
Na an�lise de efic�cia, os pesquisadores avaliaram a distribui��o de 131 infec��es entre os grupos placebo e vacinados, mas somente cinco desses contaminados tinham mais de 55 anos, o que tornou imposs�vel uma an�lise estatisticamente significativa entre os mais velhos. "A efic�cia da vacina em grupos de idades mais avan�ada n�o p�de ser avaliada, pois havia poucos casos. Os autores afirmam que est� an�lise ser� conclu�da no futuro", informa nota do The Lancet divulgada para a imprensa.
De acordo com Merryn Voysey, um dos autores do artigo, a insufici�ncia de dados entre idosos ocorreu porque o recrutamento de pessoas maiores de 55 anos come�ou mais tarde.
"Para avaliar a efic�cia da vacina, precisamos ter um n�mero suficiente de casos de COVID-19 entre os participantes para indicar que a vacina os est� protegendo contra doen�as. Como o recrutamento de adultos mais velhos come�ou mais tarde do que em adultos mais jovens, houve menos tempo de acompanhamento para essas coortes e menos tempo para acumular casos de COVID-19. Isso significa que temos que esperar mais para ter dados suficientes para fornecer boas estimativas de efic�cia da vacina em subgrupos menores", afirmou o cientista.
A conclus�o pode atrapalhar os planos do Minist�rio da Sa�de de iniciar a vacina��o no pa�s entre profissionais de sa�de e idosos. At� esta segunda-feira (7/12), a principal aposta do governo brasileiro era a vacina de Oxford por causa de um acordo j� firmado de fornecimento de 100 milh�es de doses.
Segundo o cronograma apresentado na semana passada pelo minist�rio, a vacina��o come�aria em mar�o com profissionais de sa�de e idosos a partir dos 75 anos e seria gradualmente ampliada para idosos de outras faixas et�rias. A estimativa do minist�rio era imunizar quase 30 milh�es de idosos nas primeiras fases da campanha.