
V�rias �reas de Beirute se tornaram uma zona de guerra . Tiros e explos�es incessantes ecoaram n�o muito longe do Pal�cio de Justi�a, diante do qual se reuniram centenas de manifestantes vestidos de preto, alguns deles armados, confirmaram jornalistas da AFP.

O ministro do Interior, Bassam Mawlawi, informou em entrevista coletiva o balan�o de seis mortos, alguns atingidos por tiros na cabe�a, sugerindo que os disparos foram obra de "franco-atiradores".

Tamb�m houve troca de tiros, com metralhadoras e lan�a-foguetes RPG, no bairro residencial de Tayouneh, que parecia uma zona de guerra. Alguns homens armados assumiram posi��es no topo dos edif�cios.
Entre os mortos h� uma mulher de 24 anos que foi baleada na cabe�a dentro de casa, disse � AFP um m�dico do hospital Sahel, ao sul de Beirute.
Em um comunicado conjunto, Hezbollah e Amal denunciaram que "atiradores posicionados nos telhados de edif�cios" tinham atirado contra os manifestantes.
Mas quem efetuou os disparos e como esse protesto degenerou t�o rapidamente n�o est� claro no momento.
Os movimentos xiitas acusaram "grupos do [partido crist�o] das For�as Libanesas posicionados nos bairros e telhados" de disparar contra os manifestantes. As For�as Libanesas, por sua vez, desmentiram essa informa��o.

As ruas se esvaziaram rapidamente e os libaneses se refugiaram em suas casas, revivendo momentos vividos em guerras passadas que pensavam ter esquecido.
V�deos de alunos escondidos embaixo das mesas ou deitados no ch�o durante a aula circulavam nas redes sociais.
"Eu me escondi com meu primo e minha tia em um espa�o de dois metros quadrados, entre dois c�modos, por medo de balas perdidas", comentou Bissan al-Fakih, um morador da �rea, � AFP.
Tanques do ex�rcito foram posicionados, e os militares alertaram que atirariam em qualquer um que abrisse fogo.
- Implos�o do governo, crise no pa�s -
Convocados pelo Hezbollah e Amal, os manifestantes exigiam a demiss�o do juiz Tareq Bitar, respons�vel pela investiga��o da explos�o no porto da cidade, ocorrida em 4 de agosto de 2020 devido a quantidades de nitrato de am�nio armazenadas irregularmente no local.
Pelo menos 214 pessoas morreram na trag�dia, que teve mais de 6 mil feridos e muitos edif�cios devastados.

O primeiro-ministro Nagib Mikati pediu calma e criticou as tentativas de mergulhar o pa�s em um ciclo de viol�ncia.
O Hezbollah e seus aliados acreditam que o juiz est� politizando a investiga��o. Na ter�a-feira, o juiz Bitar emitiu um mandado de pris�o para o deputado e ex-ministro das Finan�as Ali Hassan Khalil, membro do Amal e aliado do Hezbollah.
Foi ent�o obrigado a suspender a investiga��o porque dois ex-ministros apresentaram queixa contra ele na Justi�a, que foi indeferida nesta quinta-feira, para que o magistrado possa dar continuidade ao seu trabalho.
O assunto est� prestes a causar uma implos�o do rec�m-formado governo liban�s, ap�s um ano de bloqueio pol�tico, pois os ministros do Hezbollah e do Amal pediram a substitui��o do juiz, o que os demais membros do governo recusaram.
"O fato de o Hezbollah ir �s ruas e colocar toda sua for�a nesta batalha pode provocar grandes confrontos e desestabiliza��o de todo o pa�s", comentou � AFP o analista Karim Bitar.
As autoridades locais, acusadas de neglig�ncia criminosa, recusam-se a autorizar uma investiga��o internacional e s�o acusadas pelos familiares das v�timas e por ONGs de obstru��o da justi�a.