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Estado de Minas S�O F�LIX DO XINGU

Amaz�nia se aproxima de 'ponto de inflex�o' e pode virar savana

Regi�o vai se transformando em um 'para�so perdido'; previs�o � de morte de suas 390 bilh�es de �rvores


09/11/2021 07:47 - atualizado 09/11/2021 09:20

Queimada ilegal em Labreia, no Amazonas
Queimada ilegal em Labreia, no Amazonas (foto: MAURO PIMENTEL / AFP)


Vista do c�u, a Amaz�nia � uma imensid�o de um verde profundo, onde a vida explode em cada superf�cie, cortada apenas por rios sinuosos.

Uma imensid�o, por enquanto.

Prosseguindo o sobrevoo em dire��o aos confins da maior floresta tropical do mundo, chega-se a gigantescas cicatrizes marrons, onde a mata � derrubada e depois queimada para abrir caminho para estradas, garimpos de ouro, cultivos e fazendas de cria��o de gado.

S�o os famosos "arcos do desmatamento", que sulcam canais atrav�s da Am�rica do Sul - uma cat�strofe para o nosso planeta.

At� recentemente, gra�as � sua vegeta��o exuberante e ao milagre da fotoss�ntese, a bacia amaz�nica absorvia grandes volumes das crescentes emiss�es de carbono da atmosfera, freando o pesadelo das mudan�as clim�ticas antes de se tornarem incontrol�veis.

Mas estudos mostram que a Amaz�nia se aproxima do "ponto de inflex�o", que a ver� se transformar em savana, com a morte de suas 390 bilh�es de �rvores, uma depois da outra.

Atualmente, a destrui��o se acelera, sobretudo desde que o presidente Jair Bolsonaro, um c�tico do aquecimento global, chegou ao poder em janeiro de 2019. Ele quer abrir as terras protegidas ao agroneg�cio e � minera��o nos 61% da Amaz�nia localizada em territ�rio brasileiro.

A destrui��o tamb�m est� em andamento para o viveiro extremamente rico de esp�cies interdependentes - mais de tr�s milh�es catalogadas - entre elas o emblem�tico gavi�o-real e a majestosa on�a.

Os povos ind�genas, guardi�es da floresta gra�as a suas tradi��es milenares, sofrem ainda com incurs�es violentas de garimpeiros em seus territ�rios.

Mas a cat�strofe n�o vai parar a�. Se a Amaz�nia atingir o "ponto de inflex�o", em vez de limitar o aquecimento global, ela ir� aceler�-lo bruscamente, liberando na atmosfera uma d�cada de emiss�es de carbono.

"N�s estamos matando a Amaz�nia", diz Luciana Gatti, qu�mica atmosf�rica.

"Hoje a floresta j� � fonte (de carbono), muito antes do que se imaginava que isso aconteceria. Aquele cen�rio horr�vel vai chegar muito mais cedo", lamenta.

Em muitos aspectos, trata-se de uma hist�ria de terror: sujeitos violentos com chap�us de caub�i exploram uma regi�o sem lei, aproveitando-se da corrup��o pol�tica e de irregularidades maci�as para enriquecer.

Mas � tamb�m uma hist�ria da Humanidade: nossa rela��o com a natureza, nosso apetite insaci�vel, nossa incapacidade de nos determos antes que seja tarde demais.

Pois o ouro, a madeira, a soja, o gado que destroem a Amaz�nia t�m a ver com a oferta e a demanda mundiais.

Os produtos que asfixiam a Amaz�nia podem ser encontrados nos lares de todo o mundo.


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