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Estado de Minas SAN��ES

Guerra na Ucr�nia: banco do Brics suspende empr�stimos para a R�ssia

Decis�o foi tomada pela dire��o do banco em meio ao agravamento do conflito na Ucr�nia


04/03/2022 14:54 - atualizado 04/03/2022 15:31

Bandeiras dos países que compõem o Brics
Banco do Brics foi criado em 2015 para servir de alternativa a financiamentos para pa�ses do bloco (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
O New Development Bank (NDB), tamb�m conhecido como "Banco do Brics" suspendeu empr�stimos e financiamentos � R�ssia. O an�ncio foi feito na quinta-feira (03/03) em um comunicado divulgado pelo banco. A medida foi tomada em meio ao agravamento da invas�o russa � Ucr�nia e �s recentes san��es econ�micas impostas por pa�ses como Estados Unidos, Reino Unido e pela Uni�o Europeia.

 

 

A decis�o suspende a aprova��o de novos projetos apresentados pela R�ssia e os desembolsos para projetos j� aprovados e que dependiam do repasse de recursos do banco.

 

No an�ncio, o banco n�o cita a guerra na Ucr�nia, mas menciona um cen�rio de "incertezas e restri��es".

O NDB foi fundado em 2015 pelos pa�ses que formam o grupo Brics: Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul.

 

Ele foi criado como uma alternativa aos pa�ses do bloco para obterem financiamento de projetos em �reas como infraestrutura e desenvolvimento fora dos principais mercados financeiros do mundo. Cada um dos pa�ses aportou pelo menos US$ 10 bilh�es para a forma��o do capital inicial do banco.

 

"� luz do desdobramento de incertezas e restri��es, o NDB suspendeu novas transa��es com a R�ssia. O NDB vai continuar a conduzir neg�cios em total conformidade com os mais altos princ�pios de compliance como uma institui��o internacional", diz um trecho do comunicado divulgado hoje pelo banco.

 

A BBC News Brasil apurou que a decis�o foi tomada pela ger�ncia da institui��o, comandada pelo ex-secret�rio especial de Com�rcio Exterior e Assuntos Internacionais do Minist�rio da Economia, Marcos Troyjo. Ele foi indicado ao cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em 2020.

 

Uma fonte ouvida pela reportagem afirmou que a decis�o foi "t�cnica" e que o governo brasileiro n�o chegou a ser consultado sobre ela. A medida foi comunicada pela diretoria do banco a membros do governo brasileiro em uma reuni�o na manh� desta sexta-feira.

 

Ainda segundo essa fonte, os principais motivos para a suspens�o das opera��es com a R�ssia foram as dificuldades projetadas para que o pa�s venha a cumprir seus compromissos financeiros ap�s uma s�rie de rodadas de san��es econ�micas impostas pelos Estados Unidos e pela Uni�o Europeia.

 

Como o NDB repassa e recebe recursos por meio de bancos internacionais, a avalia��o � de que, em meio �s san��es, os canais financeiros com a R�ssia dever�o ficar comprometidos. Al�m disso, pesou na decis�o o fato de as principais ag�ncias de classifica��o de risco terem rebaixado a nota do pa�s.

 

Na quinta-feira, a Standard & Poors baixou a nota da R�ssia de BB+ para CCC-. A redu��o da nota � um indicativo para investidores sobre a capacidade de um pa�s arcar com seus compromissos.

 

A BBC News Brasil enviou questionamentos ao banco, mas at� o fechamento desta mat�ria, nenhuma resposta havia sido enviada.


Marcos Troyjo
Banco � presidido por Marcos Troyjo, ex-secret�rio especial de Com�rcio Exterior e Assuntos Internacionais do Minist�rio da Economia (foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AG�NCIA BRASIL)

Cerco financeiro se fecha

O an�ncio do NDB fecha mais uma op��o para os russos de conseguir financiamento internacional.

De acordo com dados oficiais, a R�ssia tem projetos aprovados junto ao banco no total de US$ 4,8 bilh�es, e equivalente a R$ 24,3 bilh�es.

 

O valor corresponde a 17% de todo o valor que o banco emprestou aos pa�ses membros do banco desde a sua cria��o, que totaliza US$ 29 bilh�es. O dinheiro vinha sendo usado para financiar projetos de infraestrutura em diferentes partes da R�ssia.

 

A decis�o do banco chama aten��o porque, nos �ltimos dias, membros do Brics mostraram hesita��o em condenar abertamente as a��es tomadas pelo presidente russo, Vladimir Putin.

 

Na quarta-feira, a Assembleia Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) aprovou uma resolu��o condenando a a��o russa. Dos cinco pa�ses que comp�em o Brics, apenas o Brasil votou a favor da medida. China, �ndia e �frica do Sul se abstiveram. A R�ssia, obviamente, votou contra a resolu��o.

 

Apesar da posi��o brasileira na ONU, o presidente Jair Bolsonaro n�o condenou publicamente as medidas tomadas pelo presidente russo. Questionado sobre se aplicaria san��es � R�ssia, Bolsonaro disse, na quinta-feira (03/03), que a posi��o mais sensata para o pa�s era manter o equil�brio em rela��o ao conflito.

 

"N�o temos a capacidade de resolver esse assunto, ent�o o equil�brio � a posi��o mais sensata do governo federal", disse.

 

Nos �ltimos dias, ele citou o fato de o Brasil ser dependente das exporta��es de fertilizantes russos usados pelo agroneg�cio brasileiro.

San��es e impactos econ�micos

Em meio � escalada de viol�ncia na regi�o, diversos pa�ses anunciaram rodadas de san��es econ�micas contra a R�ssia. Na quarta-feira (02/03), a Uni�o Europeia anunciou a suspens�o de sete bancos russos do Swift, um sistema global de transa��es financeiras usado pelas principais institui��es banc�rias do mundo. A medida afeta a capacidade de transferir recursos para dentro ou para fora da R�ssia.

 

A medida, segundo o bloco, visa atingir bancos que tenham liga��o com a a��o militar. Os Estados Unidos tamb�m impuseram san��es a bancos russos e criou medidas para impedir que a R�ssia possa financiar sua d�vida soberana no pa�s e junto a aliados europeus. Al�m disso, operadoras de cart�o de cr�dito como Visa e Mastercard anunciaram a suspens�o de suas atividades no pa�s.

 

Na quinta-feira, outro banco multilateral, o Banco Asi�tico de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em ingl�s) anunciou a suspens�o de seus projetos com a R�ssia e com a Belarus, pa�s aliado ao regime de Vladimir Putin.

 

Desde o in�cio das san��es, o Rublo (moeda russa) registrou quedas hist�ricas do seu valor em rela��o ao D�lar.

 

Em Moscou e em outras cidades do pa�s foram registradas filas de clientes tentando sacar dinheiro em caixas autom�ticos numa tentativa de evitar as consequ�ncias de um eventual colapso do sistema banc�rio local.

 

A invas�o da R�ssia � Ucr�nia come�ou no dia 24 de fevereiro. Segundo o presidente russo, a a��o visa a "desnazifica��o" da Ucr�nia. O governo ucraniano, por outro lado, alega que a invas�o tem o objetivo de controlar o pa�s.

 

A invas�o tem sido condenada internacionalmente por diversos pa�ses e organismos internacionais. De acordo com o Alto Comissariado das Na��es Unidas para Refugiados (Acnur), mais de um milh�o de pessoas j� deixaram a Ucr�nia em dire��o a pa�ses como a Pol�nia, Rom�nia e Hungria.

 

O n�mero de mortos n�o pode ser verificado de forma independente, mas de acordo com a ONU, pelo menos 227 civis j� foram mortos. A quantidade de soldados v�timas do conflito tamb�m n�o pode ser verificada, mas o governo ucraniano afirmou, h� dois dias, que pelo menos cinco mil soldados russos j� haviam sido mortos desde o in�cio do conflito. A R�ssia n�o confirma esses dados.

 

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