A Associa��o Nacional de Rifles (NRA) dos Estados Unidos realiza neste sexta-feira (27/5) sua conven��o anual no Texas, dias depois que um adolescente matou 19 crian�as e duas professoras em uma escola.
O encontro acontece em Houston, a 450 quil�metros da escola de ensino fundamental da pequena cidade de Uvalde, onde Salvador Ramos, de 18 anos, usou um fuzil de assalto para realizar na ter�a-feira o pior massacre em uma d�cada no pa�s.
O ex-presidente Donald Trump confirmou na quarta que participar� da conven��o da NRA.
Os Estados Unidos "precisam de solu��es reais e uma lideran�a real nesse momento, n�o pol�tica e considera��es partid�rias", comentou.
Em um comunicado em seu site, a NRA - que tem sido fundamental para impedir a aprova��o de regulamentos mais r�gidos sobre a compra e posse de armas - declarou que o massacre de Uvalde foi "o ato de um criminoso solit�rio e transtornado".
J� a pol�cia do Texas enfrentou cr�ticas furiosas na quinta-feira, acusada de demorar muito para intervir na escola.
Segundo v�deos e v�rios testemunhos, os pais aguardavam desesperados na ter�a-feira para que a pol�cia agisse, enquanto Ramos executava uma carnificina em uma sala de aula.
Diante da enxurrada de perguntas sobre a a��o da pol�cia, Victor Escal�n, do Departamento de Seguran�a P�blica do Texas (DPS), disse durante coletiva de imprensa que os investigadores ainda trabalhavam para reconstituir o que ocorreu exatamente.
Depois de atirar na pr�pria av�, Escal�n explicou que Ramos bateu com seu carro perto da escola, atirou nos pedestres e em seguida entrou no centro de ensino por uma porta que aparentemente n�o estava trancada.
A pol�cia entrou minutos depois, mas recuou por causa dos tiros e pediu refor�os. Uma equipe t�tica com agentes da Patrulha Fronteiri�a dos Estados Unidos entrou e matou o atirador "aproximadamente uma hora depois", segundo o chefe de pol�cia.
Enquanto isso, policiais retiraram professores e alunos e tentaram sem sucesso negociar com o atirador, que os deteve com disparos.
Escal�n tamb�m refutou relatos anteriores de que o atirador teria sido confrontado por um funcion�rio escolar e disse que n�o havia nenhum agente armado no local quando o ataque come�ou.
Em um v�deo publicado nas redes sociais e obtido por Storyful, pode-se ver os pais frustrados, instando a pol�cia a entrar no estabelecimento. As imagens tamb�m mostram um agente empurrando violentamente uma das pessoas para fora do estabelecimento.
Daniel Myers, pastor de 72 anos, contou � AFP ter chegado com sua esposa, Matilda, em frente � escola 30 minutos depois de Ramos entrar.
Os pais "estavam prontos para entrar. Um disse: 'Estive no ex�rcito, s� me d� uma arma. N�o vou hesitar. Vou entrar'", contou.
"Os agentes responderam em minutos", assegurou o chefe da pol�cia de Uvalde, Daniel Rodr�guez.
- Enterros -
Al�m dos 21 mortos, 17 pessoas ficaram feridas na ter�a-feira, incluindo tr�s policiais.
Eulalio D�az, um funcion�rio local, se encarregou de identificar os corpos at� altas horas da noite, relatou ao jornal El Paso Times. "Algumas crian�as estavam em mau estado", disse.
O marido de uma professora da quarta s�rie que morreu protegendo os alunos faleceu nesta quinta-feira, aparentemente de um ataque card�aco, anunciaram seus familiares. O casal deixa quatro filhos.
A trag�dia abalou Uvalde, cidade de 16.000 habitantes entre a cidade de San Antonio e a fronteira com o M�xico, predominantemente latina.
A Casa Branca anunciou que o presidente Joe Biden e sua esposa, Jill, viajar�o no domingo a Uvalde para "acompanhar o luto da comunidade".
Meghan Markle, esposa do pr�ncipe Harry, que mora com o marido e os dois filhos na Calif�rnia, esteve nesta quinta no local para dar suas condol�ncias. A visita foi a t�tulo pessoal, disse um assessor.
Em uma coletiva de imprensa nesta ter�a-feira, o governador do Texas, Greg Abbott, revelou que o assassino estava armado com um fuzil de assalto AR-15.
Nesta quinta-feira, a empresa Daniel Defense, fabricante deste armamento, anunciou que n�o ir� � grande conven��o anual da NRA.
A m�e do atirador, Adriana Reyes, disse � ABC que seu filho n�o era "um monstro", mas que �s vezes podia "ser agressivo".
Nos Estados Unidos, os ataques a tiros nas escolas s�o um flagelo recorrente que os sucessivos governos at� agora n�o foram capazes de deter.
O debate sobre a regula��o das armas est� quase suspenso, diante da falta de esperan�a de que o Congresso aprove uma ambiciosa lei federal sobre o tema.
O movimento "Marcha por nossas vidas", criado ap�s o ataque a tiros em Parkland em 2018, convocou uma grande manifesta��o para 11 de junho em Washington para pedir regula��es mais restritas para as armas.