Ucr�nia e R�ssia voltaram a trocar acusa��es neste s�bado (27) ap�s novos bombardeios nas proximidades da central nuclear de Zaporizhzhia, ataques que provocam o risco de "pulveriza��o de subst�ncias radioativas", de acordo com a operadora estatal ucraniana.
A central de Zaporizhzhia, a maior da Europa, foi ocupada pelas tropas russas nos primeiros dias da invas�o russa da Ucr�nia, iniciada em 24 de fevereiro.
Kiev e Moscou trocam acusa��es sobre bombardeios contra o entorno do complexo nuclear, localizado na cidade de Energodar.
Neste s�bado, a operadora da central, a Energoatom, afirmou que depois de ter sofrido "v�rios bombardeios no �ltimo dia" por parte da R�ssia, "a infraestrutura da esta��o foi danificada, h� riscos de pulveriza��o de hidrog�nio e de vazamento de subst�ncias radioativas, e o risco de inc�ndio � alto".
At� meio-dia de s�bado (6h00 de Bras�lia), a central "operava com o risco de violar os par�metros de seguran�a de radia��o e de inc�ndio", afirmou a Energoatom em uma mensagem no Telegram.
O minist�rio da Defesa da R�ssia afirmou em um comunicado que as for�as ucranianas bombardearam o terreno da central nas �ltimas 24 horas, com "um total de 17 proj�teis", e acusou Kiev de "terrorismo nuclear". Apesar da den�ncia, a nota afirma que os n�veis de radia��o na central "permanecem normais".
- Desconectada -
Na quinta-feira, a usina foi completamente desconectada da rede el�trica ucraniana pela primeira vez em quatro d�cadas devido �s "a��es dos invasores", segundo a Energoatom.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a corrente foi cortada porque a R�ssia havia bombardeado a �ltima linha de energia el�trica ativa que ligava a usina � rede nacional.
A central foi reconectada na sexta-feira � tarde. A Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) pediu o envio de uma miss�o � usina "o mais r�pido poss�vel para ajudar a estabilizar a situa��o de seguran�a e restabelecer a seguran�a nuclear".
A conselheira do minist�rio ucraniano da Energia, Lana Zerkal, afirmou uma inspe��o da AIEA est� prevista para a pr�xima semana.
Mas ela expressou ceticismo sobre o sucesso da miss�o: apesar da concord�ncia formal de Moscou, os russos "est�o criando artificialmente todas as condi��es para que a miss�o n�o possa visitar a central", afirmou Zerkal na quinta-feira.
- Desvio da energia -
O minist�rio brit�nico da Defesa advertiu que imagens de sat�lite captadas mostravam uma presen�a importante de unidades russas na central, com blindados de transporte de tropas a cerca de 60 metros de um dos reatores.
As autoridades ucranianas suspeitam que Moscou pretende o fornecimento de energia de Zaporizhzhia para a pen�nsula a Crimeia, anexada pela R�ssia em 2014.
O governo dos Estados Unidos condenou na quinta-feira qualquer tentativa neste sentido e seu presidente, Joe Biden, exigiu que Moscou devolva o controle da central a Kiev.
A invas�o russa da Ucr�nia - que completou seis meses no dia 24 de agosto - tamb�m provocou uma crise energ�tica global.
A urg�ncia pelo abastecimento de g�s e petr�leo provocou a disparada dos pre�os da energia. Alemanha e Fran�a anunciaram na sexta-feira que em 2022 o pre�o da energia el�trica atingir� pre�os recordes, mais de 10 vezes superiores aos deste ano.
A Uni�o Europeia (UE), autodeclarada aliada incondicional da Ucr�nia, pretende diminuir a depend�ncia dos 27 Estados membros do petr�leo e g�s russo.
Na sexta-feira, a presid�ncia tcheca da UE defendeu a convoca��o de uma reuni�o de c�pula de emerg�ncia para abordar a crise, poucos meses antes do come�o do inverno (hemisf�rio norte).