
A Dire��o Regional de Sa�de anunciou as mortes de sete pessoas na quinta-feira (16/12), ap�s confrontos entre manifestantes e militares em Ayacucho, sul do pa�s. De acordo com a Defensoria do Povo, duas pessoas morreram em um protesto no aeroporto da cidade.
A decis�o do magistrado � baseada no fato de haver "perigo de fuga" do r�u, que tentou buscar asilo na embaixada mexicana em Lima ap�s o autogolpe fracassado de 7 de dezembro. A medida se estende at� junho de 2024.
O estado de emerg�ncia declarado pelo novo governo permite �s For�as Armadas participar da seguran�a interna. "Exigimos que as For�as Armadas cessem imediatamente o uso de armas de fogo e bombas de g�s lacrimog�neo lan�adas de helic�pteros", disse a Defensoria.
A entidade reportou 340 feridos e, de acordo com a Pol�cia, quase metade s�o da sua institui��o.
Os protestos mais intensos, com milhares de pessoas em todo o pa�s, acontecem no sul, onde cinco aeroportos (Andahuaylas, Arequipa, Puno, Cuzco e Ayacucho) permanecem fechados.
Mais de 100 vias est�o bloqueadas, o que dificulta o transporte e o abastecimento. Cerca de 2 mil caminh�es de carga da Bol�via est�o retidos no sul peruano.
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Em Lima, dezenas de manifestantes acampam ao redor da pris�o policial onde est� detido Castillo, que tentou dar um autogolpe no �ltimo dia 7 e dissolver o Congresso.
Opositores do ex-presidente afirmam que parte de seu apoio vem do Movadef, bra�o pol�tico do Sendero Luminoso, guerrilha mao�sta que semeou o caos no Peru nas d�cadas de 1980 e 1990.
"Desde o dia em que Castillo assumiu a presid�ncia j� �ramos terroristas. N�o o deixaram governar, �ramos ladr�es, corruptos", criticou Vilma V�squez, 42, sobrinha do ex-presidente, nas imedia��es da pris�o. "Vamos ficar at� que ele saia. Pe�o que as passeatas sejam pac�ficas."
Os manifestantes pedem a liberta��o de Castillo, a ren�ncia de sua sucessora constitucional, a ex-vice-presidente Dina Boluarte, o fechamento do Parlamento e a realiza��o de elei��es gerais imediatas. Cerca de 300 pessoas marchavam do lado de fora da pris�o, sob forte vigil�ncia da pol�cia.
Diante dos protestos, o governo de Boluarte declarou na quarta-feira um estado de emerg�ncia de 30 dias.
Em cerim�nia na For�a A�rea na quinta-feira, Dina pediu ao Congresso que aprove a reforma constitucional para antecipar as elei��es gerais de 2026 para 2023. "Pe�o ao Congresso que tome as melhores decis�es para encurtar os prazos."
"Pedro Castillo continua sendo o meu presidente, mas o retiraram ilegalmente. Dina Boluarte n�o representa em nada o pa�s", criticou o ind�gena Irineo S�nchez, que est� em Lima para participar dos protestos.
O Parlamento iniciou na quinta-feira um debate para antecipar as elei��es gerais, o que exige uma reforma constitucional. Enquanto isso, peruanos de todo o pa�s tamb�m se concentravam ao redor da Pra�a San Mart�n de Lima, epicentro hist�rico dos protestos.
"N�o somos terroristas. O presidente foi sequestrado. N�o existe justi�a, t�m que fechar o Congresso", protestou a dona de casa Lucy Carranza, 41.
A situa��o tamb�m causou problemas diplom�ticos para o Peru, que convocou hoje para consultas seus embaixadores em Argentina, Bol�via, Col�mbia e M�xico, em recha�o � decis�o desses governos de apoiar Castillo.