
O juiz C�sar San Mat�n decidiu "declarar improcedente o recurso interposto pela defesa do r�u", que pediu sua soltura antes que expirassem os sete dias de sua pris�o preventiva, ocorrida na �ltima quarta-feira.
Na senten�a, o magistrado aponta que existe risco de fuga, j� que Castillo tentou chegar � embaixada do M�xico para se asilar, depois de ser destitu�do pelo Congresso.
O ex-presidente esquerdista seguir� detido no quartel policial da Divis�o Nacional de Opera��es Especiais (Dinoes) at� esta quarta-feira (14), quando acontecer� uma audi�ncia para definir seu destino.
O Minist�rio P�blico abriu formalmente um processo contra o presidente destitu�do e apresentou um pedido de pris�o preventiva contra Castillo por 18 meses na noite de ter�a-feira, disse � AFP uma fonte do MP.
Na audi�ncia judicial, Castillo fez sua primeira declara��o p�blica desde seu impeachment h� uma semana: "Jamais renunciarei e abandonarei esta causa popular que me trouxe at� aqui".
"Daqui quero exortar as For�as Armadas e a Pol�cia Nacional a depor as armas e parar de matar este povo sedento de justi�a", disse Castillo.
"Nunca cometi crime de conspira��o ou rebeli�o", disse, dirigindo-se a San Mart�n, o mesmo que condenou o ex-presidente Alberto Fujimori em 2009.
Castillo foi detido pela pol�cia ap�s um autogolpe fracassado e a sua posterior destitui��o pelo Congresso, que tem um �ndice de rejei��o de 86%, segundo pesquisas de opini�o.
A vice-presidente Dina Boluarte assumiu imediatamente a chefia do Estado, conforme previsto na Constitui��o.
A destitui��o de Castillo, no entanto, provocou uma onda de protestos de simpatizantes do ex-presidente, em particular no sul do pa�s, que exigem elei��es antecipadas e a liberta��o do esquerdista.
Militares nas ruas
Na ter�a-feira � noite, o ministro da Defesa, Alberto Ot�rola anunciou a aplica��o do estado de emerg�ncia nas regi�es de Arequipa e Ica (sul), o que permite a interven��o do ex�rcito diante de atos de vandalismo e bloqueios de estradas.
As For�as Armadas j� patrulham as ruas ao lado da pol�cia em v�rias cidades sob estado de emerg�ncia.
Em Lima, dezenas de manifestantes que pretendiam chegar ao Congresso enfrentaram a pol�cia com pedras e os agentes de seguran�a responderam com g�s lacrimog�neo.
V�rias estradas permanecem bloqueadas em 13 das 24 regi�es do pa�s, segundo a pol�cia.
As regi�es mais agitadas se encontram ao sul, onde ficam a tur�stica Cusco, Arequipa, a segunda maior cidade do pa�s, Puno e Apur�mac, cidade natal de Boluarte.
"� uma situa��o de convuls�o social muito s�ria, tememos que isso leve a um motim, porque existem pessoas chamando � insurg�ncia, pedindo para pegar em armas", disse � AFP a defensora do Povo, Eliana Revollar.
V�rios sindicatos agr�rios e ind�genas iniciaram nesta ter�a-feira uma "greve por tempo indeterminado" para exigir elei��es gerais, o que provocou a suspens�o do servi�o ferrovi�rio entre Cusco e a cidadela inca Machu Picchu, joia do turismo peruano.
Dina Boluarte tenta negociar com o Congresso a antecipa��o das elei��es gerais de abril de 2026 para abril de 2024, mas os simpatizantes de Castillo querem elei��es imediatas.
Na quarta-feira da semana passada (7), Castillo ordenou a dissolu��o do Parlamento e a interven��o do sistema judici�rio em um discurso ao pa�s, horas antes de a C�mara debater seu impeachment por suposta corrup��o.
O ex-presidente foi detido por seus guarda-costas enquanto se dirigia � embaixada mexicana para pedir asilo.
Apoio latino-americano
Alguns governos de esquerda da Am�rica Latina defendem Castillo, apesar do autogolpe.
"Pedro Castillo ainda � o presidente" do Peru, disse o presidente mexicano Andr�s Manuel L�pez Obrador.
Argentina, Bol�via, Col�mbia e M�xico apoiaram Castillo ontem e pediram respeito "� vontade popular expressa por meio do sufr�gio livre".
A Chancelaria peruana respondeu lembrando que Castillo foi destitu�do pelo Congresso seguindo a Constitui��o por ter cometido um "golpe de Estado", e pediu aos pa�ses que ajudem o Peru a "resguardar a institucionalidade democr�tica e o Estado de Direito".
Antes de seu autogolpe fracassado, o Minist�rio P�blico investigava Castillo por liderar uma "organiza��o criminosa" que beneficiaria familiares e amigos.
A procuradora peruana, Patricia Benavides, apresentou uma den�ncia constitucional ao Congresso em outubro contra Castillo por suposta corrup��o.
Foi uma den�ncia in�dita contra um presidente em exerc�cio no Peru, pa�s que tem o recorde de cinco ex-presidentes processados por corrup��o desde 2001.
Essa den�ncia levou Castillo a solicitar a interven��o da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), invocando a Carta Democr�tica Interamericana.
Segundo o presidente deposto, o Minist�rio P�blico e a oposi��o de direita, que controla o Congresso, atribu�ram-lhe crimes que ele n�o cometeu e tentaram dar um golpe contra ele.