(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PRIMEIRA GERA��O

Vacina contra COVID-19: primeiras aprovadas devem ser incapazes de p�r fim � pandemia, dizem Reino Unido e EUA

H� um n�mero crescente de especialistas que tentam dosar as expectativas em torno do surgimento de uma vacina contra o novo coronav�rus


28/10/2020 14:02 - atualizado 28/10/2020 14:45

Existe risco de que uma mutação significativa do vírus possa atrapalhar as vacinas em desenvolvimento(foto: EPA)
Existe risco de que uma muta��o significativa do v�rus possa atrapalhar as vacinas em desenvolvimento (foto: EPA)

"N�o sabemos se algum dia teremos uma vacina. � importante prevenir-se contra a complac�ncia e o otimismo excessivo. A primeira gera��o de vacinas tende a ser imperfeita, e devemos estar preparados para que n�o previnam a infec��o, mas reduzam os sintomas e, mesmo assim, podem n�o funcionar para todos ou por muito tempo."

 

 

 

A an�lise acima � assinada por Kate Bingham, chefe da for�a-tarefa brit�nica criada para o desenvolvimento e a produ��o de vacinas contra a COVID-19, em texto publicado na revista cient�fica The Lancet.

Segundo ela, n�o se pode descartar a hip�tese de todas as vacinas acabarem sendo ineficazes, principalmente para o grupo mais vulner�vel e atingido pela doen�a: os idosos. Para Bingham, a vacina n�o ser� "uma bala de prata" que permitir� que a vida volte ao normal "da noite para o dia".

A autoridade brit�nica se soma a um n�mero crescente de especialistas que tentam dosar as expectativas em torno do surgimento de uma vacina contra o novo coronav�rus.

Anthony Fauci, maior especialista em doen�as infecciosas dos Estados Unidos e cientista-chefe da equipe especial da Casa Branca contra o coronav�rus, explicou que a grande maioria das vacinas contra v�rus n�o visam evitar o cont�gio, mas sim a forma grave da doen�a.


Kate Bingham, chefe da força-tarefa britânica criada para o desenvolvimento e a produção de vacinas contra a covid-19, afirma que as pessoas precisam moderar expectativas sobre vacinas(foto: BBC)
Kate Bingham, chefe da for�a-tarefa brit�nica criada para o desenvolvimento e a produ��o de vacinas contra a covid-19, afirma que as pessoas precisam moderar expectativas sobre vacinas (foto: BBC)

"O objetivo principal para (vacinas contra) a maioria dos v�rus � para prevenir doen�as cl�nicas, para prevenir doen�as sintom�ticas, e n�o necessariamente para prevenir infec��es. Esse � um objetivo secund�rio. A principal coisa que voc� quer fazer � que, se as pessoas forem infectadas, que se evite que elas fiquem doentes. E se voc� evita que fiquem doentes, voc� acabar� evitando que fiquem gravemente doentes", afirmou Fauci durante um evento online do Yahoo na segunda-feira (26/10) sobre caminhos para sair dessa crise.

Resultados de estudos com candidatas promissoras a vacinas, como a da parceria Oxford/AstraZeneca e a da Moderna, apontam que os imunizantes conseguem gerar uma resposta imune robusta contra o v�rus, impedindo que ele se propague no corpo, mas n�o foram capazes (at� agora) de evitar completamente a infec��o.

Em um artigo publicado na revista cient�fica Annals of Internal Medicine, 28 pesquisadores discutem como definir qu�o eficazes podem ser as vacinas contra a COVID-19, dada a complexidade da doen�a, que pode ser acompanhada de nenhum sintoma ou mais de 10 ao mesmo tempo.

O grupo de cientistas alerta que vacinas que evitem sintomas, mas n�o impe�am a infec��o podem levar a um aumento silencioso de pacientes infectados assintom�ticos e, num primeiro momento, impulsionar o avan�o da pandemia.

� essencial, portanto, monitorar a presen�a ou n�o do v�rus nos volunt�rios que receberam as vacinas em estudos.

Em geral, esses imunizantes podem evitar completamente a infec��o, impedir sintomas moderados e graves ou "apenas" evitar a forma grave (e portanto fatal) da doen�a. E autoridades exigem que, para serem aprovadas, as candidatas precisam demonstrar ser eficazes em, no m�nimo, 50% das pessoas imunizadas.

Se uma vacina eventualmente conseguir evitar o cont�gio, a mitiga��o da pandemia seria muito mais acelerada, mas Fauci afirma que � muito prov�vel que a imuniza��o em massa n�o ser� dessa maneira e, portanto, n�o levar� ao fim acelerado do espalhamento da doen�a ou dispensar� medidas de distanciamento social.


Anthony Fauci afirma que vacinas dificilmente devem acabar com a pandemia em pouco tempo(foto: EPA)
Anthony Fauci afirma que vacinas dificilmente devem acabar com a pandemia em pouco tempo (foto: EPA)

"(As vacinas) ajudariam bastante, mas elas n�o v�o resolver o problema sozinhas. N�s n�o seremos capazes de abandonar medidas prudentes de sa�de p�blica por um bom tempo. Temos que garantir que elas sejam parte da nossa vida sem precisarmos fechar o pa�s ou fechar a economia."

Segundo o infectologista americano, resultados positivos sobre efic�cia e seguran�a das vacinas devem ser divulgados at� dezembro, mas elas n�o resolver�o o problema

Vacina dispon�vel no Natal?

Segundo a chefe da for�a-tarefa brit�nica de vacinas, uma vacina contra a COVID-19 pode come�ar a ser aplicada em parte das pessoas mais vulner�rias em torno do Natal.

Mas a oferta limitada de doses do imunizante indica que o governo ter� que definir quem vai receber primeiro e quando.

A decis�o final ser� do governo e do Comit� Conjunto de Vacina��o e Imuniza��o (JCVI), que j� afirmou que a distribui��o da vacina deve ser priorizada de acordo com a necessidade, com profissionais de sa�de e idosos em primeiro lugar na fila.


Profissionais de saúde e idosos devem ser os primeiros a receberem as vacinas, quando e se elas forem aprovadas(foto: Getty Images)
Profissionais de sa�de e idosos devem ser os primeiros a receberem as vacinas, quando e se elas forem aprovadas (foto: Getty Images)

Bingham disse em entrevista � BBC escocesa que estava otimista com a descoberta de uma vacina que "protegeria algumas pessoas da infec��o e poderia reduzir a gravidade dos sintomas", mas � improv�vel que as primeiras sejam capazes de proteger a popula��o inteira contra a infec��o.

A chefe da for�a-tarefa disse ainda que � bastante prov�vel que as pessoas precisem de duas doses e que a revacina��o seja necess�ria daqui a poucos anos.

"Estas vacinas n�o ser�o balas de prata que far�o todos voltarem ao trabalho normalmente em 1º de janeiro. Vai levar tempo, e provavelmente vamos precisar de mais de uma vacina para diferentes parcelas da popula��o."

"Ningu�m estar� seguro at� que estejamos todos seguros. O v�rus da pandemia n�o respeita fronteiras nacionais. N�o haver� uma vacina bem-sucedida sozinha, ou um �nico pa�s, que seja capaz de atender ao mundo. Precisamos urgentemente de coopera��o internacional para somar riscos e custos, discutir barreiras de acesso e aumentar a capacidade de fabrica��o para produzir doses suficientes para proteger todos da Sars-CoV-2 ao redor do mundo" escreveu Bingham na The Lancet.

E quando a sociedade voltar� ao 'normal'?

Para Bingham, � dif�cil definir uma data exata para retomar a vida normal, especialmente sem saber que tipo de vacina estar� dispon�vel, quantas doses ser�o necess�rias, qu�o eficaz elas ser�o e em qual faixa et�ria funcionar�o melhor .

"H� uma expectativa concreta de que poderemos voltar ao normal? Claro que � o que espero que aconte�a, mas n�o temos os dados para ter certeza de que isso acontecer� e tamb�m de que ser� da noite para o dia."

Uma das principais preocupa��es, segundo ela, � que o trabalho em uma vacina tenha que come�ar da estaca zero caso o v�rus sofra uma muta��o significativa no futuro.

Bingham disse estar esperan�osa de que em 2022 n�o haver� mais necessidade de as pessoas usarem m�scaras e est� mais confiante de que poderemos fazer festas e reuni�es de fam�lia em 2022.

Mas as f�rias de 2021 ainda depender�o da efic�cia dos imunizantes e da situa��o da pandemia no momento. A Europa vive uma segunda onda da doen�a, e diversos pa�ses decidiram adotar medidas r�gidas de confinamento para evitar hospitais lotados e mais mortes.

Desde o surgimento oficial dos primeiros casos de COVID-19, em dezembro de 2019, a doen�a j� matou 1,16 milh�o de pessoas ao redor do mundo. H� 44 milh�es de casos registrados, sendo 20 milh�es deles nas Am�ricas.



(foto: BBC)
(foto: BBC)

(foto: BBC)
(foto: BBC)

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)