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Estado de Minas

Gr�vidas correm mais risco com a covid-19? O que dizem os cientistas

Em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, o Minist�rio da Sa�de recomendou o adiamento de gesta��es quando poss�vel em raz�o da pandemia. Entenda o que a ci�ncia j� sabe sobre o assunto.


19/04/2021 21:19 - atualizado 19/04/2021 21:19

Gestantes apresentam risco aumentado de complicações pela covid-19(foto: Getty Images)
Gestantes apresentam risco aumentado de complica��es pela covid-19 (foto: Getty Images)
Numa coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (16/04), o secret�rio de Aten��o Prim�ria � Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Raphael C�mara, recomendou que casais posterguem, se poss�vel, os planos de gravidez em alguns meses em raz�o do agravamento da pandemia.

 

C�mara usou as novas variantes do coronav�rus para justificar a nova orienta��o, apesar da falta de pesquisas publicadas a respeito do tema.

 

"Estudo nacional ou internacional n�o temos, mas a vis�o cl�nica de especialistas mostra que as variantes t�m a��o mais agressiva nas gr�vidas. Antes, o risco maior estava ligado ao final da gravidez. Mas, agora, vemos uma evolu��o mais grave no segundo trimestre e at� no primeiro trimestre", apontou.

O secret�rio ainda disse que o adiamento da gesta��o deve ser feito dentro da realidade de cada casal.

 

"Caso poss�vel, postergar um pouco a gravidez para um melhor momento, para que voc� tenha uma gravidez mais tranquila. � l�gico que a gente n�o pode falar isso para quem tem 42 ou 43 anos, mas para uma mulher jovem que pode esperar um pouco, � o mais indicado", explicou.

 

Mas o que h� de evid�ncias sobre o risco de covid-19 para as futuras m�es e seus filhos? E quais os cuidados devem ser tomados se voc� estiver gr�vida?

O que a ci�ncia j� sabe

Os nove meses de gesta��o s�o marcados por uma s�rie de mudan�as no corpo da mulher.

 

O sistema imunol�gico, por exemplo, sofre v�rias altera��es. O objetivo � evitar que as c�lulas de defesa ataquem o feto, pois metade das informa��es gen�ticas que ele carrega vem do pai e n�o � familiar ao corpo da m�e.

 

Seguindo essa l�gica, o beb� em desenvolvimento n�o deixa de ser um "corpo estranho", que pode gerar uma resposta imune indesejada. E isso exige certas adapta��es do organismo feminino.

 

Outra �rea afetada ao longo dos nove meses � a respira��o. Conforme o �tero cresce, ele come�a a pressionar os �rg�os do abd�men e o diafragma, o m�sculo envolvido diretamente no processo de inspira��o do oxig�nio e de expira��o do g�s carb�nico.

 

Logo, n�o � de se estranhar que doen�as infecciosas que afetam os pulm�es sejam particularmente preocupantes nas gr�vidas: esse mix de comprometimento imunol�gico e respirat�rio as coloca numa situa��o de relativa vulnerabilidade.

 

� justamente por isso que essas mulheres fazem parte dos grupos priorit�rios das campanhas de vacina��o contra a gripe que acontecem todos os anos no Brasil.

E na covid-19?

Desde que o coronav�rus come�ou a se espalhar e virou uma preocupa��o mundial, os especialistas acompanham os efeitos que o agente infeccioso poderia ter nas gestantes.

 

Ap�s um per�odo de muita incerteza e dados desencontrados, ficou claro que gr�vidas com covid-19 apresentavam maior risco de agravamento e necessidade de intuba��o quando comparadas �s mulheres da mesma idade que n�o esperavam filhos.

 

Um estudo publicado em setembro de 2020 no British Medical Journal calculou que gestantes infectadas com o coronav�rus tinham um risco 62% maior de interna��o em UTI e 88% mais probabilidade de necessitar de ventila��o mec�nica invasiva.

 

O trabalho, liderado pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, reuniu dados de 11 mil gr�vidas com suspeita ou confirma��o de covid-19 que precisaram ser internadas por qualquer motivo.

 

Os dados delas foram confrontados com os de outras mulheres da mesma faixa et�ria que tamb�m buscaram atendimento m�dico, mas n�o esperavam um beb�.

 

Um outro estudo, feito pelo Centro de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos, encontrou n�meros parecidos: as mulheres gr�vidas americanas com covid-19 apresentavam um risco 1,5 vezes maior de ir para a UTI e 1,7 vezes superior de necessitar de ventila��o mec�nica.

 

"Um fator que ajuda a explicar esse maior risco tem a ver com a diminui��o da capacidade respirat�ria, especialmente no terceiro trimestre de gesta��o. O crescimento do �tero restringe o abd�men e o t�rax", explica o infectologista Ruan de Andrade Fernandes, do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D'Or S�o Luiz, em S�o Paulo.

 

Portanto, a covid-19 poderia somar uma dificuldade extra aos pulm�es e levar a um quadro mais grave, que exige maior cuidado.

 

"Tamb�m j� sabemos que a covid-19 aumenta o risco de parto prematuro", acrescenta a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo.

 

Por ora, apesar de todas as complica��es, os trabalhos publicados mundo afora n�o encontraram uma maior mortalidade pela covid-19 em mulheres gr�vidas.

Falta de assist�ncia adequada

Os n�meros do Observat�rio Obst�trico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), por�m, mostram que a realidade das gestantes brasileiras durante a pandemia � assustadora.

 

Ao longo de 2020, foram registradas 453 mortes pela infec��o com o novo coronav�rus nas mulheres que esperam ou acabaram de dar � luz a um filho, o que representa uma m�dia semanal de 10,5 �bitos.

 

Nos primeiros quatro meses de 2021, j� foram registradas 289 mortes, o que faz a taxa semanal de �bitos nessa popula��o dobrar.

 

Na compara��o entre os dois anos, o crescimento de mortes entre gr�vidas foi de 145,4%, enquanto na popula��o geral esse aumento ficou em 61,6%, calcula o OOBr Covid-19.

 

A explica��o para esse fen�meno estaria na falta de assist�ncia adequada: com a chegada de tantos pacientes num curto espa�o de tempo, muita gente n�o teve acesso aos leitos de enfermaria ou UTI e, infelizmente, acabou morrendo na espera de um atendimento.


No Brasil, mortalidade das gestantes por covid-19 parece destoar do que ocorre no resto do mundo(foto: Getty Images)
No Brasil, mortalidade das gestantes por covid-19 parece destoar do que ocorre no resto do mundo (foto: Getty Images)

 

De acordo com as fontes ouvidas pela BBC News Brasil, isso impacta especialmente grupos com a sa�de mais vulner�vel, como as gestantes.

 

Uma pesquisa publicada em julho de 2020 j� apontava essa tend�ncia: at� o dia 18 de junho do ano passado, o Brasil respondia por 77% de todas as mortes de gestantes por covid-19 do mundo.

 

Os dados, colhidos por especialistas da Fiocruz e de outras quatro institui��es, indicavam que 23% dessas mulheres n�o tiveram acesso a um leito de UTI e 36% nem chegaram a ser intubadas.

E qual o papel das variantes?

Como o pr�prio secret�rio do Minist�rio da Sa�de adiantou, ainda n�o existem muitas informa��es publicadas e validadas sobre o impacto das novas variantes, detectadas em locais como Reino Unido, �frica do Sul e Brasil.

 

Por ora, ainda n�o h� certeza se elas s�o realmente mais agressivas �s gestantes do que as vers�es anteriores do coronav�rus.

 

"Existe uma especula��o de que as novas variantes estejam associadas a uma maior transmissibilidade na popula��o geral, mas mesmo isso ainda n�o � consenso na �rea", avalia Fernandes.

 

"Ainda n�o temos estudos espec�ficos sobre o impacto das variantes nas gr�vidas, mas o fato de essas cepas serem aparentemente mais transmiss�veis levaria a um aumento nos casos graves, nas interna��es e nas mortes por covid-19 em todas as popula��es, incluindo nessas mulheres", aponta Dal Ben.

 

A �ltima recomenda��o do Governo Federal, portanto, parece estar baseada em relatos e observa��es emp�ricas colhidas com alguns profissionais que atuam em hospitais e maternidades.

 

Atualmente, entidades como a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Sistema Nacional de Sa�de do Reino Unido entendem que as gestantes s�o um grupo que apresenta risco baixo de desenvolver quadros severos de covid-19.

 

Mesmo assim, a possibilidade de agravamento da enfermidade � maior em compara��o com mulheres da mesma idade que n�o gestam uma crian�a.

 

O risco aumenta mais nos casos em que a gesta��o ocorre numa idade mais avan�ada ou est� relacionada a quadros de sobrepeso, obesidade, hipertens�o ou diabetes.

 

Outro fator que exige ainda mais aten��o � quando essa mulher trabalha em servi�os essenciais, como as m�dicas, enfermeiras e outras profissionais que est�o na linha de frente do combate � pandemia.

 

Por fim, a covid-19 costuma ganhar uma dose extra de perigo em gr�vidas que fazem parte de grupos vulner�veis e minorias �tnicas, que t�m acesso ainda mais limitado a servi�os de sa�de.

E os beb�s?

A boa not�cia � que as crian�as n�o s�o particularmente afetadas pela infec��o — nem antes e muito menos depois do parto.

 

At� o momento, um quadro de covid-19 ao longo da gesta��o n�o parece estar envolvido com casos de aborto espont�neo ou problemas no desenvolvimento do beb�.

 

A transmiss�o do v�rus da m�e para o feto ou para o rec�m-nascido tamb�m � algo raro.

 

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, n�o encontrou ind�cios do coronav�rus em 127 amostras de plasma sangu�neo, cord�o umbilical ou placenta.

 

Os achados foram publicados no Journal of the American Medical Association.

 

Uma outra investiga��o, realizada na Universidade da Calif�rnia em S�o Francisco (EUA), tamb�m observou que os rec�m-nascidos n�o apresentam complica��es ap�s suas m�es serem diagnosticadas com covid-19.

 

A doen�a n�o alterou par�metros importantes na hora do parto e nas primeiras oito semanas de vida, como peso ao nascer, dificuldades para respirar, quadros de apneia ou o aparecimento de infec��es no sistema respirat�rio.

Vale postergar os planos?

A recomenda��o de adiar uma eventual gesta��o n�o � algo particularmente novo nas hist�rias das epidemias e das pandemias recentes.

 

Nas �ltimas d�cadas, orienta��es parecidas foram dadas por autoridades em sa�de p�blica diante das emerg�ncias da aids (anos 1980 e 1990), da gripe H1N1 (2009) e do zika (2016).

 

Mas a quest�o levanta preocupa��es �ticas relevantes.

 

Um artigo publicado na revista The New England Journal of Medicine e assinado por tr�s especialistas em pediatria, obstetr�cia e bio�tica dos Estados Unidos questiona fortemente pol�ticas p�blicas do tipo.

 

"O exerc�cio da autoridade p�blica em uma �rea t�o profundamente pessoal e privada como a decis�o sobre se e quando ter um filho requer forte justificativa, dadas as muitas quest�es �ticas que levanta. Existem v�rias �reas potenciais de preocupa��o. O primeiro est� relacionado � autonomia reprodutiva".

 

As pesquisadoras tamb�m lembram que historicamente orienta��es e para postergar a gesta��o representaram "viola��es �ticas flagrantes".

 

"Outra preocupa��o � o potencial de discrimina��o. Mesmo pol�ticas objetivamente neutras podem se traduzir em experi�ncias diferentes de acordo com a ra�a, grupo �tnico ou classe social. O conselho p�blico que desencoraja a gravidez tamb�m pode transferir indevidamente a responsabilidade pela gravidez somente para os pais, isentando as institui��es que s�o respons�veis %u200B%u200Bpor mitigar os danos e t�m o poder de faz�-lo", concluem.

 

At� o momento, recomenda��es de adiar os planos de ser m�e e pai n�o parecem ter sido oficialmente adotadas por outros pa�ses — no m�ximo, as autoridades sugerem que o casal converse com especialistas e avalie os riscos e benef�cios antes de tomar qualquer decis�o.

 

Fernandes entende que o tema � controverso e n�o h� uma resposta �nica sobre ele. "Diferentemente do que aconteceu na aids e na zika, agora ainda n�o est� claro o risco de transmiss�o de covid-19 pela placenta, da gestante para o feto", compara.

 

"Talvez a abordagem pudesse ser mais no sentido de oferecer informa��es ao casal sobre riscos e benef�cios, e n�o apenas pedir para postergar os planos de gravidez", completa o infectologista.

 

J� Dal Ben acredita que � preciso ver caso a caso.

 

"Nessas horas, precisamos pensar em v�rios fatores. Se a mulher estiver com 38, 40 anos, quase no fim da fase reprodutiva, uma recomenda��o dessas n�o faz sentido. Mas, caso ela tenha entre 20 e 30 anos, talvez pesar pr�s e contras e aguardar uns dois anos para ter uma gravidez mais tranquila n�o seja um problema t�o grande assim", pensa.

Estou gr�vida. O que fazer?

A OMS recomenda que a mulher tome algumas precau��es e preste bastante aten��o a poss�veis sintomas de covid-19.

 

Os cuidados s�o os mesmos que devem ser seguidos pelo resto da popula��o:

  • Lavar as m�os com frequ�ncia com �gua e sab�o ou �lcool gel
  • Manter uma dist�ncia segura de outras pessoas
  • Evitar encontros, reuni�es e aglomera��es com indiv�duos que n�o fazem parte de seu conv�vio di�rio
  • Usar m�scara toda vez que precisar sair de casa
  • Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca
  • Praticar etiqueta respirat�ria: cobrir boca e nariz com o bra�o ou com len�o descart�vel toda vez que tossir ou espirrar

Dal Ben destaca que os cuidados n�o devem ser redobrados apenas pelas gestantes, mas por todo mundo que t�m contato com elas.

 

"Chamamos isso de prote��o de ninho. Quem convive com essas mulheres precisa, na medida do poss�vel, usar m�scaras sempre, sair o m�nimo poss�vel e refor�ar todas as a��es preventivas", sugere a m�dica.


Mesmo na pandemia, é essencial fazer o pré-natal e todos os exames de acompanhamento(foto: Getty Images)
Mesmo na pandemia, � essencial fazer o pr�-natal e todos os exames de acompanhamento (foto: Getty Images)

 

Outra dica importante � ficar de olho em qualquer sintoma sugestivo de uma infec��o por coronav�rus, como tosse, febre, falta de ar, perda de olfato e paladar, problemas gastrointestinais…

 

Se esses inc�modos aparecerem, vale consultar o m�dico e pedir orienta��es sobre a necessidade ou n�o de fazer um teste de diagn�stico.

 

Falando em profissional da sa�de, todas as entidades nacionais e internacionais refor�am que o acompanhamento pr�-natal � algo que n�o pode ser ignorado: o casal deve passar pelas consultas e exames que garantem o bom andamento da gesta��o.

 

Algumas dessas orienta��es e atendimentos, inclusive, podem at� ser feitos � dist�ncia, por meio de aplicativos de videochamada.

 

E quando houver a necessidade de ir at� uma cl�nica ou hospital para realizar exames, � necess�rio que os futuros pais sigam todas as recomenda��es que diminuem o risco de cont�gio, como uso de m�scaras e o distanciamento social.

E a vacina��o?

Essa � uma �rea com muitas controv�rsias. Isso porque a maioria das vacinas contra a covid-19 n�o inclu�ram as gestantes como participantes dos testes cl�nicos.

 

Com isso, h� pouca observa��o sobre a seguran�a e a efic�cia dos imunizantes nesse grupo espec�fico.

 

Mas a experi�ncia de mundo real, nos pa�ses onde a campanha de imuniza��o j� est� mais adiantada, indica que n�o h� grandes preocupa��es sobre a aplica��o das doses nessas mulheres.

 

A OMS entende que as vacinas j� aprovadas pelas ag�ncias regulat�rias n�o apresentam nenhum risco espec�fico durante a gravidez.

Entre as vacinas aprovadas no Brasil at� o momento, tamb�m n�o h� nenhuma preocupa��o maior.

 

"A CoronaVac � feita de v�rus inativado, enquanto a AZD1222 usa a tecnologia de vetor viral. Como elas n�o usam v�rus vivos, n�o teriam motivos para fazer algum mal na gesta��o", avalia Fernandes.

 

No dia 15/03, o Minist�rio da Sa�de atualizou suas diretrizes a respeito do assunto.

 

As �ltimas recomenda��es indicam que as gestantes que apresentam comorbidades (portadoras de diabetes, hipertens�o, obesidade, doen�as cardiovasculares, asma, doen�as renais cr�nicas, doen�as autoimunes, imunossuprimidas ou transplantadas) estejam entre os grupos priorit�rios.

 

A orienta��o � que essas mulheres confiram o cronograma de vacina��o de suas cidades ou estados e procurem os postos de sa�de nas datas estipuladas pelos gestores de sa�de locais.


Gestantes com comorbidades podem ser um dos próximos públicos a receberem a vacina contra a covid-19 no Brasil(foto: Getty Images)
Gestantes com comorbidades podem ser um dos pr�ximos p�blicos a receberem a vacina contra a covid-19 no Brasil (foto: Getty Images)

 

Mas e as gestantes que n�o apresentam nenhuma dessas doen�as?

O minist�rio admite que elas tamb�m poder�o ser vacinadas — elas at� foram inclu�das recentemente no Plano de Operacionaliza��o da Imuniza��o Contra a Covid-19.

 

Mas a orienta��o � conversar com o m�dico de confian�a para fazer uma avalia��o dos riscos e dos benef�cios antes de tomar qualquer decis�o.

 

Vale aproveitar a discuss�o tamb�m para refor�ar a necessidade de atualizar a carteirinha de vacina��o com as doses que previnem contra outras doen�as.

 

A Sociedade Brasileira de Imuniza��es possui um calend�rio espec�fico para gestantes, com todos os imunizantes recomendados e contraindicados nessa fase.


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