
O cen�rio descrito acima � o Brasil de 1970 — quando a sele��o brasileira era comandada pelo t�cnico Jo�o Saldanha (1917-1990) e o Brasil estava no auge do regime militar, sob a presid�ncia de Emilio Garrastazu M�dici (1905-1985).
- Como a Copa Am�rica perdeu relev�ncia e prejudica clubes brasileiros
- Jogos da Copa Am�rica ocorrer�o em locais com mais de 85% de ocupa��o de UTIs
Nas v�speras da Copa de 1970, a imprensa noticiava que M�dici queria ver o jogador Dario, conhecido como Dad� Maravilha, na sele��o. Saldanha respondeu, via imprensa, ao presidente: "Nem eu escalo minist�rio e nem o presidente escala time".
Duas semanas depois da declara��o, ele foi demitido e substitu�do por M�rio Lobo Zagallo.
'Melhor time de todos os tempos'
Em mar�o de 1970, o Brasil se preparava para embarcar para o M�xico, onde disputaria — e acabaria conquistando — a Copa do Mundo daquele ano. O supertime de 1970, de jogadores como Pel�, Tost�o e Rivelino, � at� hoje lembrado como uma das maiores sele��es (ou a maior, segundo muitas vota��es) de todos os tempos.
Comandada por Zagallo, a sele��o brasileira venceu todos os jogos que disputou na Copa de 1970 e goleou a It�lia por 4 a 1 na final, disputada no Est�dio Azteca, na Cidade do M�xico, no dia 21 de junho de 1970.
Mas 110 dias antes, o comandante era outro: o pol�mico Jo�o Saldanha — influente cronista esportivo de pouca experi�ncia como t�cnico. Sua �nica atua��o como treinador havia sido no Botafogo, ainda na d�cada de 1950.
Saldanha era muito popular entre os torcedores brasileiros devido a suas cr�nicas esportivas. Ele foi convidado para assumir o comando da sele��o brasileira em 1969, ainda durante o governo do general Artur da Costa e Silva (1899-1969), com a tarefa de fazer o torcedor esquecer do fracasso brasileiro na Copa de 1966.
E em pouco tempo formou um time considerado imbat�vel na �poca. As "feras do Saldanha" – como era conhecido o time que tinha Carlos Alberto Torres, G�rson, Jairzinho, Pel� e Tost�o – venceram todas as seis partidas que disputaram nas Eliminat�rias, se tornando uma sensa��o entre torcedores e imprensa, com seu futebol ofensivo e envolvente.
Na mesma medida que colecionava sucessos, Saldanha acumulava desaven�as e pol�micas, por conta de sua personalidade explosiva. Ele foi apelidado de "Jo�o Sem Medo" pelo jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980).
Chegou a declarar que Pel� estava jogando mal por conta de uma miopia, levando alguns a especularem que ele cortaria o astro internacional da sele��o brasileira.
Em uma desaven�a com o t�cnico do Flamengo Dorival Knipel, conhecido como Yustrich, Saldanha invadiu a concentra��o da equipe carioca brandindo uma arma.
Mas sua posi��o mais pol�mica era pol�tica: Saldanha era assumidamente comunista, quando o pa�s vivia o auge da repress�o do regime militar. Fora filiado ao Partido Comunista Brasileiro desde os anos 1940, tendo sido preso em algumas ocasi�es por sua milit�ncia pol�tica.
Com alta popularidade, Saldanha falou abertamente sobre a pris�o, tortura e morte de ativistas de oposi��o ao governo brasileiro, em uma entrevista que concedeu a jornais franceses durante sua visita ao M�xico, no come�o de 1970, quando foi participar do sorteio dos grupos e conhecer as instala��es da Copa daquele ano.
Saldanha afirmou que no Brasil havia cerca de 3 mil presos pol�ticos, 300 torturados e "n�o sei quantos mortos" pelo regime militar — e suas declara��es foram publicadas no jornal Le Monde. Na �poca, a imprensa brasileira vivia sob intensa censura pr�via, e esse assunto n�o era noticiado no Brasil.
Tamb�m no come�o de 1970, o cronista esportivo Armando Nogueira, do Jornal do Brasil, noticiou que o presidente M�dici – conhecido por frequentar os est�dios e adorar futebol – era f� do atacante Dad� Maravilha, e que teria confidenciado a um militar do Ex�rcito que queria ver o atacante convocado como reserva.
Em 3 de mar�o, perguntado por um jornalista ga�cho em Porto Alegre sobre a suposta prefer�ncia de M�dici por Dad�, Saldanha afirmou: "Eu e o presidente, ou o presidente e eu, temos muitas coisas em comum. Somos ga�chos. Somos gremistas. Gostamos de futebol. E nem eu escalo minist�rio e nem o presidente escala time. Voc� est� vendo que n�s nos entendemos muito bem".
Duas semanas depois da declara��o, no dia 17 de mar�o, Saldanha foi demitido da Sele��o Brasileira e trocado por Zagallo. A sa�da do t�cnico aconteceu dois meses antes da estreia do Brasil no M�xico. Saldanha comandou o Brasil por 17 partidas: venceu 14, empatou uma e perdeu duas.

Zagallo acabou convocando Dad�, que se sagrou campe�o mundial no M�xico como reserva, sem ter atuado em nenhuma partida. Ambos estiveram no Pal�cio do Planalto na volta do Mundial, onde foram recebidos, junto com toda a Sele��o Brasileira, por M�dici durante a festa da conquista do tricampeonato.
M�dici demitiu Saldanha?
Jornalistas e bi�grafos de Saldanha dizem que n�o h� nenhum documento comprovando que M�dici ordenou a demiss�o de Saldanha, a contrata��o de Zagallo ou a convoca��o de Dada Maravilha. O assunto ainda � controverso at� hoje.
A imprensa censurada da �poca fazia poucas refer�ncias �s crises envolvendo o t�cnico e o regime militar.
Ao noticiar a demiss�o de Saldanha, o Jornal do Brasil do dia 18 de mar�o fala que o t�cnico foi demitido ao entrar em conflito com o diretor de futebol da Confedera��o Brasileira de Desportos (entidade antecessora � CBF), Antonio do Passo.
A gota d'�gua teria sido a decis�o de Saldanha de deixar Pel� na reserva em uma partida contra o Chile naquela semana.
Sem nenhuma men��o ao presidente M�dici – algo comum no tempo da censura – a demiss�o foi tratada pelos jornais apenas como o fim de um longo processo de desgaste entre dirigentes e o t�cnico. O temperamento explosivo de Saldanha foi apontado como um dos principais motivos de sua demiss�o.
- 'Jogadores deveriam dizer n�o � Copa Am�rica', defende ex-goleiro Chilavert sobre evento no Brasil
- H� mais de 100 anos, Brasil desistiu de sediar Copa Am�rica por causa de pandemia da gripe espanhola
"'Se concentra��o ganhasse jogo, o time do pres�dio n�o perdia nunca.' Com esta frase escrita por Jo�o Saldanha num peda�o de papel a psic�loga Miriam Mendes, formada pela Universidade Federal da Alemanha, fez um estudo grafol�gico do comportamento do t�cnico", dizia uma reportagem do Jornal do Brasil.
"A sua letra mostra instabilidade emotiva por oscila��es entre impulsividade e dom�nio de si mesmo, o que lhe traz grandes conflito �ntimos. Tem grande sensibilidade, impressionabilidade e suscetibilidade (o suscet�vel precipita a emo��o)."
Em suas entrevistas antes de ser demitido, Saldanha fez algumas refer�ncias veladas � possibilidade de ser demitido n�o pela CBD – mas sim pelos militares.
"Entre eu e a comiss�o t�cnica est� [tudo] muito bem. Nenhum problema entre n�s. Agora visivelmente h� algo de podre no reino da Dinamarca, n�? Esse time � o que vai jogar, se for eu o treinador. Se for outro, voc�s perguntem a ele", disse Saldanha em uma entrevista a um rep�rter de televis�o poucos dias antes de sua demiss�o, em meio � pol�mica sobre a n�o escala��o de Pel�.
'Maior assassino da hist�ria do Brasil'
Passado o regime militar e a censura, Saldanha deu entrevistas culpando M�dici por sua demiss�o.
"Eu considero o M�dici o maior assassino da hist�ria do Brasil", disse Saldanha ao programa Roda Viva, em 1987. "Ent�o voc�s v�o ver que n�o h� de ser algo muito airoso que eu possa falar [dele]."

"Eu nunca vi ele em pessoa, nunca estive com ele em pessoa. At� recusei em Porto Alegre um convite que fizeram para um jantar com ele. N�s est�vamos l� por acaso e sem saber – � claro que talvez eu fosse at� barrado – eu disse: 'eu n�o vou'. P�, o cara matou amigos meus. (...) Ent�o eu vou compactuar com um ser desses? Eu tenho um nome a zelar — j� tinha e tenho ainda."
Ao programa, ele falou que foi contratado durante o governo do general Artur da Costa e Silva (1967-1969) atrav�s de um supervisor, o capit�o Jos� Bonetti, que agia como interlocutor da CBD com o governo.
"Quando o Costa e Silva era governo, eu fui chamado para a Sele��o. Do Bonetti, eu nunca tinha ouvido falar. Ele botou a m�o no meu ombro e disse assim: 'o general [Costa e Silva] conhece tudo de voc�'. Pudera, [Costa e Silva] veio do SNI (Servi�o Nacional de Intelig�ncia), n�o ia conhecer de mim? Eu nunca tive vida misteriosa, sempre tive vida aberta."
"Eu explico para o telespectador que n�o sabe: eu fui preso nove ou dez vezes; aqui em S�o Paulo umas tr�s vezes, no Rio um monte de vezes. Ent�o n�o tinha nenhum mist�rio para ningu�m. Fichado de frente, de perfil, esse tro�o todo. Mas [Bonetti me disse que] o general quer isso mesmo, ele quer uma aproxima��o popular."
Por ser jornalista, Saldanha tamb�m teria sido contratado para agradar a cr�nica esportiva brasileira, que havia se tornado muito cr�tica da Sele��o ap�s a m� campanha na Copa de 1966.
Com a morte de Costa e Silva em 1969 e a chegada de M�dici em 1970, Saldanha diz que a rela��o entre militares e o treinador se deteriorou.
"Em janeiro para fevereiro veio esse cara, o M�dici. Mau, rancoroso, frio. Meu patr�o disse 'olha n�o tem pra ti mais'. Eu disse: 'eu t� sabendo desde que o Costa e Silva [morreu]'", disse o ex-t�cnico no Roda Viva de 1987.
"A� veio [o M�dici], e come�ou a press�o. O [presidente da CBD, Jo�o] Havelange dizia: 'pelo amor de Deus chama o Dario, porque da� a gente fica bem com os caras'. E eu dizia: '� Havelange, n�o adianta se abaixar, quanto mais se abaixar, mais eles v�o malhar'. E pra cima de mim..."
"O neg�cio n�o era a Sele��o Brasileira, era atender o homem. E o Havelange dizia 'voc� quer me levar para a desgra�a' e eu dizia '� Havelange, eu t� nisso h� muitos anos e n�o vou mudar de ideia'. A� n�o dava n�? Me mandaram embora."
Os envolvidos naquele epis�dio – entre eles M�dici e Havelange – nunca se pronunciaram em detalhes sobre o ocorrido.
Militares e sele��o
A Sele��o Brasileira e a CBD sofreram forte inger�ncia do governo militar na prepara��o da Copa de 1970. O chefe da delega��o brasileira era o brigadeiro Jer�nimo Bastos.

O regime militar via na sele��o uma oportunidade para elevar o esp�rito ufanista nacional e unificar o pa�s com a Copa, que seria a primeira com transmiss�o ao vivo pela televis�o.
Em especial, os militares tiveram um papel importante na prepara��o f�sica dos jogadores – um dos fatores que havia sido apontado como motivo do fracasso do Brasil na Copa de 1966.
Entre os preparadores f�sicos estavam os militares Cl�udio Coutinho e Carlos Alberto Parreira – que posteriormente viraram t�cnicos das sele��es brasileiras que jogaram as copas de 1978 (Coutinho), 1994 e 2006 (Parreira).
"Os militares brasileiros descobriram que a Copa do Mundo de 1970, que eles queriam se utilizar de alguma maneira [dela] para fazer propaganda do regime, era uma coisa s�ria demais para deixar na m�o dos dirigentes de futebol do Brasil", disse ao document�rio Pel�, Argentina e os Ditadores, da BBC, o jornalista Juca Kfouri.
"Ent�o o que fez o Ex�rcito brasileiro? Cuidou de p�r a Sele��o para fazer a sua prepara��o f�sica na escola de educa��o f�sica do Ex�rcito."
Os jogadores e jornalistas da �poca lembram que os treinos exigiam alto esfor�o dos atletas, mas que o trabalho rendeu frutos, com o Brasil sendo uma das sele��es de melhor forma f�sica no mundial de 1970. A concentra��o e os trabalhos f�sicos em campos de treinamento do Ex�rcito duraram tr�s meses – algo in�dito na �poca.
"Para mim, de todas as Copas do Mundo que eu participei, sem d�vida a de 1970 era a que estava melhor preparada", disse Pel� ao document�rio da BBC.

O ex-jogador Paulo C�zar Caju lembra: "O brigadeiro Jeronimo Bastos era o chefe da delega��o, e ent�o ele dizia: 'quem n�o quiser, quem n�o estiver satisfeito, a gente manda embora, tem v�rios [que querem]'".
Saldanha acabou indo ao M�xico – mas na condi��o de jornalista. Em suas cr�nicas escritas para a imprensa brasileira durante a Copa, fez elogios entusiasmados a seus ex-comandados.
"Antes de mais nada, quero dizer que que a vit�ria extraordin�ria do Brasil foi a vit�ria do futebol. Do futebol que o Brasil joga, sem copiar ningu�m, fazendo da arte dos seus jogadores a sua for�a maior e impondo ao mundo futebol�stico o seu padr�o, que n�o precisa seguir esquemas dos outros, pois tem sua personalidade, a sua filosofia e jamais dever� sair dela. Foi uma vit�ria do futebol. O futebol que n�s gostamos de ver e aplaudimos e que o mundo ontem teve de se curvar", escreveu Saldanha ap�s a final contra a It�lia.

Os jogadores vencedores tamb�m defenderam o legado de Saldanha na Sele��o, creditando a ele parte do trabalho que levou � conquista da Copa.
Pel� afirmou � BBC que Zagallo, ao assumir, deu continuidade ao trabalho que Saldanha havia iniciado.
Tite x Bolsonaro
As rusgas entre Saldanha e os militares voltaram � mem�ria nos �ltimos dias, com declara��es abertas do governo federal e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contra o t�cnico Tite.
O motivo da atual briga seria um suposto apoio de Tite a jogadores que n�o querem jogar a Copa Am�rica, que ser� realizada no Brasil, depois que Col�mbia e Argentina deixaram de ser sede do torneio.
A Col�mbia foi descartada pela Conmebol (Confedera��o Sul-Americana de Futebol) devido a protestos populares que acontecem no pa�s.
A Argentina desistiu de sediar o torneio por causa do agravamento da pandemia de coronav�rus.
Bolsonaro autorizou que o torneio fosse realizado no Brasil — sob cr�ticas de diversos setores.

Na semana passada, a imprensa brasileira noticiou que muitos jogadores poderiam boicotar a Copa Am�rica. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), escreveu uma carta aos jogadores pedindo que eles n�o jogassem o torneio, devido a temores de um agravamento da pandemia de COVID-19 que j� matou mais de 470 mil pessoas no Brasil.
O t�cnico Tite disse que os jogadores da sele��o e a comiss�o t�cnica se pronunciar�o sobre a Copa Am�rica nesta ter�a-feira (08/06), ap�s o �ltimo compromisso do Brasil antes do torneio.
N�o est� claro qual seria o motivo da insatisfa��o dos jogadores: o poss�vel impacto da Copa Am�rica na pandemia, a falta de f�rias dos jogadores (que terminaram a temporada europeia e n�o tiveram descanso) ou alguma insatisfa��o com um novo esc�ndalo envolvendo o presidente afastado da CBF, Rog�rio Caboclo.
A imprensa brasileira noticiou que os jogadores dever�o confirmar nesta ter�a-feira — ap�s o jogo contra o Paraguai em Assun��o, pelas Eliminat�rias — que v�o jogar a Copa Am�rica.
Curiosamente, em campo, os jogadores da sele��o tentam nesta ter�a-feira igualar um recorde que permanece sendo de Jo�o Saldanha e suas "feras": de seis vit�rias em seis partidas de Eliminat�ria.
- Os argumentos da Argentina para recusar a Copa Am�rica no pa�s
- Copa Am�rica pode ser gota d'�gua para 3ª onda estourar no Brasil, diz Miguel Nicolelis
A declara��o de Tite — e sua relut�ncia em confirmar a participa��o brasileira no torneio — foi vista por muitos como uma sinaliza��o de que o treinador e os jogadores boicotariam a Copa Am�rica, desagradando Bolsonaro.
Tite passou a ser alvo de bolsonaristas nas redes.
"A gente n�o viu o Tite falando nada quando a Copa Am�rica seria realizada na Argentina. Bastou a CBF pedir para o presidente Bolsonaro a autoriza��o para que ela acontecesse aqui no Brasil para que o Tite se posicionasse politicamente. � um hip�crita, porque a gente tem v�rios v�deos dele no passado onde ele faz refer�ncias e puxa um saco do ex-presidente Lula sem tamanho. Mas, falou de Bolsonaro, ele fecha a cara e faz de tudo para boicotar", disse o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente, em um v�deo publicado no domingo (06/06).

O vice-presidente, general Hamilton Mour�o (PRTB), disse na segunda-feira: "Eu sou do tempo que jogador de futebol, quando era convocado para a Sele��o Brasileira, era considerado uma honra. O t�cnico, ele n�o quer mais, n�o quer, o Cuiab� est� precisando de um t�cnico, a�, n�o t�? Ent�o leva l�, sai, pede o bon�. Acho que isso � uma discuss�o, neste momento, totalmente disfuncional".
A discuss�o sobre a realiza��o da Copa Am�rica no Brasil acontece em meio a outra crise — uma den�ncia de ass�dio sexual por uma funcion�ria da CBF contra Rog�rio Caboclo. No domingo, a comiss�o de �tica da CBF anunciou o afastamento do presidente da entidade por 30 dias.
O jornalista do canal pago SporTV, Andre Rizek, afirmou que, antes de seu afastamento, Caboclo havia prometido a Bolsonaro demitir Tite da sele��o e contratar Renato Ga�cho, que � apoiador do presidente. A informa��o foi desmentida por Caboclo na segunda-feira. O jornal espanhol As tamb�m afirmou que Bolsonaro articulava para demitir Tite.
Bolsonaro negou essa vers�o em conversa com apoiadores seus na segunda-feira: "Minha participa��o na Copa Am�rica foi abrir o Brasil para que ela fosse realizada aqui. No que diz respeito a jogador e t�cnico, eu t� fora dessa e n�o tenho nada com isso aqui".
Na segunda-feira, o presidente em exerc�cio da CBF, Ant�nio Carlos Nunes (conhecido como Coronel Nunes), garantiu a perman�ncia de Tite e descartou sua demiss�o.
"Ele � s�rio. J� sei como �. N�o adianta, por uma quest�o de vaidade, colocar fulano. N�o funciona assim", disse o Coronel Nunes.
Tite, futebol e pol�tica
O t�cnico brasileiro j� deu algumas declara��es falando que futebol e pol�tica "n�o se misturam".
Em 2018, na Copa da R�ssia, Tite afirmou que n�o iria a Bras�lia para ser recebido pelo ent�o presidente Michel Temer, "nem ganhando, nem perdendo a Copa".
Nas redes, voltaram a circular v�deos em que o comandante brasileiro, na �poca em que treinava o Corinthians, aparece gravando um recado para o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, torcedor do clube. Tite tamb�m foi fotografado com Lula e o trof�u da Libertadores de 2012, conquistada pelo treinador no Corinthians.

Anos depois de assumir a Sele��o Brasileira, Tite disse que o encontro com Lula foi um erro.
"Em 2012 eu errei. Ele n�o era presidente, mas fui ao Instituto [Lula] e mandei felicita��es por um anivers�rio. N�o me posicionei politicamente", disse Tite em 2018.
"Errei l� atr�s, n�o faria com o presidente antes da Copa e nem agora porque entendo que misturar esporte e pol�tica n�o � legal. Fiz errado l� atr�s? Sim. Faria de novo? N�o."
Internautas tamb�m divulgaram um v�deo em que Tite, ap�s receber a medalha pela conquista da Copa Am�rica de 2019, parece n�o querer conversar com Bolsonaro na cerim�nia de premia��o.
J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!