
A primeira variante brasileira, chamada de P.1 e proveniente de Manaus, tem mudan�as nos genes que codificam a prote�na spike, uma estrutura que fica na superf�cie do v�rus e permite que ele se ligue �s c�lulas para invadi-las. Os cientistas acreditam que a muta��o tenha surgido entre novembro e dezembro de 2020. Em uma an�lise de 31 amostras de material gen�tico de pacientes de Manaus com COVID-19, 13 deles apresentavam a nova variante.
O que � muta��o de v�rus e como ocorre?
Um v�rus sofre muta��o quando h� mudan�a em seu genoma, que � o conjunto de informa��es que ele precisa para funcionar. Durante esse processo, o genoma � copiado e, �s vezes, h� um erro no duplica��o. O local no qual ocorre esse erro vai afetar diretamente a capacidade do v�rus de resistir ou de continuar se replicando.
Todos os v�rus passam por algum tipo de muta��o e, geralmente, ela n�o provoca grandes mudan�as. Essas varia��es podem fazer com que um v�rus seja mais fraco, mas tamb�m podem transform�-lo numa vers�o mais contagiosa. E � isso que est� preocupando cientistas nas cepas de Sars-CoV-2 detectadas.
Hip�teses para novo surto em Manaus
Uma pesquisa publicada pelo King’s College e Universidade Harvard, com participa��o da Universidade de S�o Paulo (USP), apontou quatro poss�veis explica��es para o aumento de casos e mortes em Manaus em dezembro e janeiro.
- Hip�tese 1: A capital amazonense pode n�o ter atingido a imunidade coletiva, como muitos pesquisadores pensavam. Ent�o, reuni�es de fim de ano entre infectados e pessoas suscet�veis.
- Hip�tese 2: Pessoas que tinham sido contaminadas na primeira onda de infec��es em Manaus j� n�o seriam mais imunes ao v�rus durante a segunda onda, em dezembro, j� que estudos apontam que a imunidade contra a COVID-19 pode durar por at� seis meses.
- Hip�tese 3: As variantes do Sars-COV-2 que tamb�m podem escapar da imunidade gerada em resposta a uma infec��o anterior. L� em Manaus isso foi associado � variante P.1.
- Hip�tese 4: Linhagens que circulam agora na segunda onda no Amazonas podem ter uma taxa de transmiss�o mais alta do que as anteriores.
Cuidados para evitar novas cepas
No Brasil, o instituto Adolfo Lutz confirmou em 26 de janeiro de 2021 que tr�s casos de infec��o por coronav�rus em S�o Paulo carregavam a muta��o brasileira. Segundo a microbiologista e professora da UFMG Viviane Alves, temos que manter os mesmos cuidados do in�cio da pandemia, como lavar as m�os e o distanciamento de dois metros.
“Quanto mais o v�rus circula, maior o n�mero de muta��es que ele adquire, e maior a chance de termos outras variantes que podem ser um problema de sa�de p�blica maior que o que j� estamos vivendo no momento. A gente tem que usar as medidas que estamos repetindo: uso de m�scara, distanciamento f�sico de 2 metros, evitar aglomera��es e fazer a higiene das m�os.”
Variante brit�nica do coronav�rus
A variante B.1.1.7, original do Reino Unido, rapidamente se tornou respons�vel por mais da metade dos novos casos diagnosticados de coronav�rus, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Os pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres ainda n�o t�m evid�ncias de que os indiv�duos que contraem a nova variante corram maior risco de hospitaliza��o ou de morte, a hip�tese ainda est� em estudo.
Ap�s a descoberta da variante, os brit�nicos aumentaram as restri��es de circula��o dentro do pa�s, endurecendo as regras sobre reuni�es dom�sticas �s v�speras do Natal. Na Esc�cia e no Pa�s de Gales tamb�m foram introduzidas medidas mais rigorosas. Outros pa�ses tamb�m fecharam em algum momento as fronteiras para voos do Reino Unido para tentar conter a dissemina��o da cepa.
(*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Rafael Alves)