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Estado de Minas CORONAV�RUS

COVID-19: brasileiros est�o viajando para outros estados para se vacinar

Levantamento da Fiocruz mostra que uma a cada seis pessoas vacinadas no Brasil saiu do munic�pio onde vive para ser imunizada


28/06/2021 08:03 - atualizado 28/06/2021 08:15

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
A ansiedade de receber ao menos a primeira dose da vacina contra a COVID-19, junto com o fluxo das popula��es pendulares — pessoas que moram em uma cidade, mas trabalham em outra —, fez com que muitos munic�pios do pa�s aplicassem doses dos imunizantes em uma popula��o visitante, ou seja, que n�o mora naquela cidade. Os deslocamentos intermunicipais e, at� mesmo, interestaduais para imuniza��o foram comprovados por um levantamento feito pelo Instituto de Comunica��o e Informa��o Cient�fica e Tecnol�gica em Sa�de da Funda��o Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), que revela que uma a cada seis pessoas vacinadas no pa�s saiu da cidade onde vive para ser imunizada em outro estado ou munic�pio.

Baseados em dados do Minist�rio da Sa�de, epidemiologistas e outros pesquisadores da Fiocruz fizeram uma an�lise comparativa dos locais de resid�ncia e de vacina��o de todas as 73,8 milh�es de pessoas que receberam a primeira ou a segunda dose desde o in�cio da campanha de imuniza��o contra a COVID-19, em 17 de janeiro, at� 16 de junho. A conclus�o? De 73.828.821 doses de vacinas aplicadas, mais de 11,3 milh�es foram usadas em cidad�os fora do munic�pio de resid�ncia.

Em m�dia, estas pessoas viajaram 252 quil�metros at� o local de vacina��o, podendo se estender at� 3 mil km, em alguns casos. Segundo os pesquisadores, dois fatores podem explicar o epis�dio de deslocamento para vacina��o, que j� era esperado, de certa forma, por eles. O primeiro fluxo observado pelo epidemiologista da Fiocruz e membro do estudo, Diego Xavier, foi o de pessoas que residem em uma cidade e trabalham em outra e n�o conseguem se vacinar no local de moradia por causa do hor�rio.

No entanto, esse deslocamento j� � esperado pelo Sistema de Sa�de. � o que ocorre, por exemplo, com Bras�lia (DF), que aplicou cerca de 10.963 doses em moradores de Valpara�so do Goi�s (GO), no entorno do Distrito Federal. (Veja arte). “Esse deslocamento sempre aconteceu. No caso da vacina, que geralmente � aplicada em um hor�rio mais comercial, se essa pessoa vai para Bras�lia trabalhar e tem que voltar para o munic�pio onde mora em Goi�s para tomar a vacina dela, quando chega na cidade de moradia o posto de sa�de est� fechado. Ent�o, ela acaba tomando a vacina em Bras�lia. Isso � normal porque o SUS � universal”, explica Xavier.

Calend�rios desiguais

O outro fluxo observado pelo pesquisador, que influencia diretamente nesta equa��o, � o de pessoas que buscam o imunizante em outras cidades, por j� estarem adiantadas no calend�rio de vacina��o. “Alguns desses fluxos se d�o a uma longa dist�ncia e com um n�mero alto de doses, o que pode ser resultado da incapacidade de atendimento da regi�o de origem para a vacina��o, ou a atra��o que alguns munic�pios, com calend�rio j� avan�ado, exercem sobre moradores distantes em busca de vacinas”, conclui a nota t�cnica.

Nas �ltimas semanas, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), protagonizaram uma “competi��o” bem humorada para ver quem imunizar� primeiro a popula��o adulta de seu estado. Xaxier acredita que a corrida pela vacina��o, vista entre cidades e estados, seria saud�vel se o pa�s tivesse doses dispon�veis para toda a popula��o. “Nesse sentido, � importante que a gente abandone essa l�gica de corrida pela vacina e pense em uma coisa mais estruturada e coordenada. N�o basta que um s� munic�pio chegue � marca de vacinar a popula��o acima de 18 anos, o importante � que todos cheguem junto”, ressalta.

O consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Wladimir Queiroz, afirmou que o deslocamento das pessoas � um fen�meno j� esperado devido � falta de vacinas em quantidade suficiente e igualmente distribu�das. “O Brasil tem um dos melhores sistemas de vacina��o do mundo, ent�o a popula��o brasileira poderia ser vacinada em um tempo curto”, disse.

A ansiedade por ser vacinada motivou a professora da rede privada Ana Paula Vilela, 47 anos, que mora em Bras�lia (DF), a buscar a vacina contra a COVID-19 em Valpara�so de Goi�s (GO). “Fui avisada pelo meu irm�o, que indicou que estavam vacinando professores l�, e resolvi ir, diante da demora da vacina��o do DF”, pontua. A professora conta que outros familiares e amigos tamb�m buscaram o Entorno do DF para se imunizar contra a COVID-19.

O coordenador do Comit� de Infectologia Pedi�trica da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcelo Otsuka, acredita que a procura por imunizantes em outras cidades pode gerar desequil�brio. “As vacinas s�o distribu�das entre as cidades conforme o n�mero de pessoas propostas para a vacina��o. Ent�o, � uma proporcionalidade do n�mero de vacinas que chegam a cada regi�o. Ou seja, a partir do momento que voc� sai para ser vacinado em outra cidade, pode gerar um desbalan�o nesse controle da vacina��o, al�m de estar correndo mais riscos ao se deslocar”, explica.

Wladimir faz outro alerta importante. A mobiliza��o das pessoas entre estados pode ser prejudicial ao espalhamento de novas cepas. “� mais uma chance de espalhar cepas que, porventura, estiverem restritas a um lugar s�. N�o digo que � a �nica raz�o, mas a gente viu que a cepa que apareceu no Amazonas, em pouco tempo, foi distribu�da pelo pa�s inteiro e isso s� acontece porque as pessoas se movimentam”, conclui.

*Estagi�ria sob supervis�o de Michel Medeiros, especial para o Correio

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