
Wladimir Gramacho, professor da Universidade de Bras�lia e coordenador do Centro de Pesquisa em Comunica��o Pol�tica e Sa�de P�blica (CPS) observa que, em servi�os considerados como "essenciais" e mandat�rios, como universidades e trabalho em empresas privadas, os entrevistados tiveram opini�es semelhantes. Nesses contextos, eles consideram o passaporte essencial, diferentemente de lugares mais privados, como condom�nios.
"Em lugares como condom�nios, por exemplo, as pessoas veem aquele lugar como sua casa, e, assim, podem escolher o que fazer nela. Me parece que as pessoas, em geral, apoiam a exig�ncia do comprovante da vacina para aqueles lugares que n�s temos que conviver obrigatoriamente com outras. Mas nas suas casas, o que os dados sugerem � que cada pessoa deve ser livre", comenta o pesquisador.
Gramacho observa que o estudo revelou como a exig�ncia de um documento de comprova��o da vacina � considerado um fator de seguran�a para a maioria dos brasileiros. "[O passaporte da vacina] � muito importante neste momento para aumentar o n�vel de seguran�a interpessoal - a confian�a de que, de fato, estamos vacinados e seguros", ressalta. "Isso permitir� o quanto antes que a gente possa voltar a ter uma atividade econ�mica mais forte e com a maior seguran�a poss�vel, mantendo todos os cuidados, como m�scaras", acrescenta.

O coordenador do CPS chama a aten��o para o efeito das prefer�ncias pol�ticas sobre o apoio � exig�ncia do comprovante. "Entre quem avalia o governo federal como �timo ou bom, a aprova��o ao 'passaporte da vacina' � muito inferior quando comparada com os que consideram o governo ruim ou p�ssimo", relata.
Diversos munic�pios exigem comprovante de vacina��o para acesso a espa�os p�blicos. Entre eles, est�o as duas maiores metr�poles brasileiras: S�o Paulo e Rio de Janeiro. A medida serve para estimular a imuniza��o de pessoas que n�o querem se vacinar, embora j� possam faz�-lo. Em outros estados, por�m, o tema ainda sofre resist�ncia. No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha j� deixou claro que n�o adotar� a exig�ncia.
O coordenador da CPS considera a falta de consenso entre as unidades federativas como um dos problemas centrais no enfrentamento da COVID-19 no pa�s. "Essa � uma nota triste da pandemia brasileira. Infelizmente, a elite pol�tica do Brasil decidiu partidarizar a pandemia, como se o v�rus escolhesse sua v�tima a partir de uma ideologia pol�tica", pontua. "Governos estaduais e prefeituras continuam respondendo � pandemia a partir de suas prefer�ncias pol�ticas", finaliza.
*Estagi�ria sob a supervis�o de Carlos Alexandre de Souza
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