"Fa�a gest�o individual de risco", dizem m�dicos sobre uso de m�scaras

Diversos estados e cidades pa�s afora est�o acabando com a obrigatoriedade do uso de m�scara de prote��o contra COVID-19 em locais abertos. Mas este � o momento certo para a flexibiliza��o? Sobre isso, as opini�es divergem. O Correio Braziliense ouviu especialistas da �rea da sa�de e, em pelo menos um ponto, eles concordam: cada pessoa deve avaliar situa��es de risco e ter consci�ncia de quando � necess�rio usar o equipamento de prote��o.

De acordo com a infectologista Ana Helena Germoglio, para deixar de usar a m�scara � necess�ria uma avalia��o cont�nua do percentual de imuniza��o, ou seja, de quantas pessoas est�o tomando as doses de vacina dispon�veis para cada faixa et�ria. “Retirar a m�scara em todos os ambientes � algo que � desejado por todos, mas, para que isso aconte�a com seguran�a, � importante avalia��o cont�nua do percentual de imuniza��o em adultos e crian�as e, al�m disso, quantidade di�ria de casos novos, de hospitaliza��o e quantidade de leitos dispon�veis”, ressaltou a m�dica.

Mesmo com a libera��o pelas autoridades p�blicas, cada pessoa deve avaliar a pr�pria seguran�a. “A m�scara � um EPI (Equipamento de Prote��o Individual), ent�o cada um deve avaliar a situa��o a que se exp�e e utilizar conforme seu risco, independente de libera��o pol�tica”, pontuou. “A recomenda��o �, principalmente para pessoas dos grupos de risco: fa�a gest�o individual de risco”, concluiu.

Mesmo que n�o seja mais obrigat�rio, � necess�rio que a popula��o tenha consci�ncia. O m�dico infectologista Leandro Machado aconselha que pessoas com sinais de poss�vel infec��o por covid-19 ou aquelas que, mesmo sem sintomas, estiverem em locais fechados e com grande aglomera��o, optem por continuar utilizando a m�scara. “Se voc� est� em alguma situa��o que se sente inseguro, fique livre para usar a m�scara. O term�metro � esse: voc� mesmo avalia se � um local ou situa��o que pode te oferecer um risco”, orientou.

“As pessoas n�o ser�o julgadas por estarem usando m�scara, mesmo que n�o seja mais obrigat�rio. A liberdade para n�o usar, � a mesma para usar”, assegurou o Dr. Leandro. Mesmo assim, alguns locais com alto risco de contamina��o continuar�o exigindo a utiliza��o da prote��o facial. “Por exemplo cl�nicas e hospitais. A pr�pria Secretaria de Sa�de falou que nesses locais o uso da m�scara ainda ser� necess�rio e acredito que as pessoas v�o entender a necessidade de uso nesses ambientes”, opinou o m�dico.

Na vis�o do infectologista Leandro Machado, "as pessoas j� n�o se sentiam obrigadas a usar a m�scara. Quem se sente confort�vel com ela vai continuar usando e quem n�o quer, vai parar de usar. O que precisa � de conscientiza��o”, opinou o infectologista. Para ele, o equipamento vai estar sempre presente na vida da popula��o de agora em diante. “Vai ser igual uma carteira, vamos ficar com ela no bolso e usar quando estivermos em alguma situa��o que ela seja necess�ria”, pontuou.

Leandro avalia que deixar de utilizar a m�scara n�o deve impactar diretamente o sistema de sa�de, mas podem surgir novas variantes. “A n�o obrigatoriedade do uso de m�scara n�o vai fazer com que os hospitais fiquem mais lotados, que tenham mais interna��es. O que pode acontecer � ter uma nova variante. Quanto mais pessoas infectadas com o v�rus, maior a chance de ter uma nova muta��o e que seja mais infecciosa. Esse � o risco”, garantiu.

“At� porque a maioria da popula��o usa m�scara de pano e elas n�o s�o totalmente eficazes. Elas s�o lavadas com frequ�ncia e isso faz com que os poros do tecido se abram e, assim, diminui a efic�cia. N�s temos a falsa sensa��o de que com a m�scara de pano n�s estamos bem protegidos e n�o estamos”, revelou o especialista.

Para ele, antes de existir a vacina ou at� o in�cio da campanha de imuniza��o, o uso da m�scara, mesmo que a de pano, era indispens�vel, mas agora a realidade � outra. “At� o in�cio da vacina��o, quando n�o t�nhamos muitas pessoas imunizadas com a segunda dose da vacina, fazia sentido a obrigatoriedade da m�scara. Ainda n�o t�nhamos resist�ncia e anticorpos suficientes para lutar contra o v�rus. Agora que a maioria j� est� imunizada, o cen�rio � outro”, alegou o m�dico. “Em um cen�rio em que as pessoas est�o vacinadas e o v�rus � menos infeccioso, faz sentido que o momento de deixar a m�scara um pouco mais de lado tenha chegado”, finalizou.

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