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Estado de Minas BRASIL

Infectologista sobre fala de Queiroga: 'N�o se revoga COVID-19 com decreto'

Especialistas alertam para a necessidade de expans�o da cobertura vacinal antes de flexibiliza��es


17/04/2022 22:12 - atualizado 17/04/2022 22:26

Ministro anunciou o fim do estado de emergência para a COVID neste domingo (17)
Ministro anunciou o fim do estado de emerg�ncia para a COVID neste domingo (17) (foto: Sergio Lima / AFP)
Ap�s o an�ncio do fim do estado de emerg�ncia pela pandemia da COVID-19 no Brasil, anunciado na noite deste domingo (17/4) pelo ministro da Sa�de Marcelo Queiroga, em pronunciamento feito em cadeia nacional de r�dio e TV, o infectologista Geraldo Cunha Cury, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), avaliou a decis�o. Para ele, este n�o � o momento de encerrar a emerg�ncia em sa�de p�blica. “N�o se revoga COVID com decreto. A doen�a existe, ainda h� aspectos desconhecidos e n�o sabemos se pode aparecer uma nova variante. O mais prudente era esperar um pouco”, afirma, ao EM.
 
 
 
O espa�o entre os principais marcos da curva da doen�a tem diminu�do. O Brasil rompeu a marca dos 100 mil �bitos por COVID-19 em 8 de agosto do ano retrasado e, dois meses e dois dias depois, j� somava 150.198 baixas. Na m�o oposta, em 8 de outubro de 2021, o pa�s chegou a 600.425 mortes, mas dessa vez, para chorar mais 50 mil baixas e chegar �s 650 mil, o pa�s atravessou 4 meses e 25 dias.
 

Leandro Curi, outro infectologista, cr� que nem mesmo a suaviza��o das estat�sticas � capaz de justificar a decis�o de Queiroga.

“Os n�meros ainda existem. Ainda temos infec��es e mortes. Ainda h� poucos medicamentos para tratar, em n�vel p�blico, o COVID — o Paxlovid [aprovado pela Anvisa em novembro] est� chegando. �, ainda, uma doen�a que mata. Uma fatia muito grande da popula��o que se vacinou, mas outra, preocupante, ainda n�o”, ressalta. “Quanto mais a gente trabalhar em conjunto — popula��o e poder p�blico — mais r�pido sa�mos disso”.

Para Geraldo Cury, h�, em jogo, aspectos al�m dos efeitos legais da revoga��o. “[A decis�o] passa � popula��o a falsa impress�o de que o problema j� est� resolvido — e n�o est�. Temos, ainda, dezenas de pessoas morrendo por dia de COVID-19. Isso n�o pode ser feio com outras inten��es, pol�ticas”, pontua.

Revoga��o ‘contempla’ presidente — O ato de Queiroga vai ao encontro de um desejo de Jair Bolsonaro. O presidente tem externado a vontade de relaxar as legisla��es que regem o combate � pandemia. Ele chegou a projetar o rebaixamento da doen�a de pandemia para endemia — esquecendo-se de que a classifica��o � de compet�ncia exclusiva da OMS. 

“N�o se justifica mais todos esses cuidados no tocante ao v�rus. Todo mundo v� que praticamente acabou ‘isso a�’. Voc� v�, no carnaval e nas praias, que o povo praticamente abandonou m�scaras e outros cuidados”, argumentou, em mar�o, durante entrevista � “TV Ponta Negra”, afiliada do SBT no Rio Grande do Norte. Em dezembro de 2020, quando o pa�s atravessava alta nos indicadores da COVID-19, o presidente chegou a afirmar que a pandemia estava no “finalzinho”.

Geraldo Cury, por sua vez, alerta para a necessidade de expans�o da cobertura vacinal antes de flexibiliza��es. Em Minas Gerais, por exemplo, a terceira dose foi tomada por apenas 56,2% dos maiores de idade — no que tange � inje��o inicial e ao refor�o, os �ndices s�o, respectivamente, de 87,2% e 82,7%.

“A grande quantidade de pessoas que ainda morrem por dia, de COVID-19, � escandalosa. A �nica medida a ser feita no momento � a vacina��o, que tem de ser refor�ada. As pessoas ainda n�o est�o com a quarta dose nas faixas et�rias devidas; a terceira dose foi tomada por pouca gente”, avalia.

“N�o estamos com a pandemia controlada na palma da m�o. Com a evolu��o da vacina, se conseguirmos uma ades�o maior dos pais para vacinar as crian�as — e das pessoas que n�o se vacinaram — a gente consegue suavizar. Mas, ainda assim, existe COVID; e, ainda assim, mata. Perdemos centenas de pessoas toda semana”, corrobora Leandro Curi. O temor quanto aos n�meros insuficientes da vacina��o infantil, ali�s, tem feito o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), postergar a libera��o das m�scaras em espa�os fechados.

Embates marcam enfrentamento — O combate � pandemia nos estados e nos munic�pios tem sido marcado, tamb�m, pelos reflexos de outra decis�o vinda da esfera federal: o decreto do Supremo Tribunal Federal (STF) que confere autonomia a prefeitos e governadores. Em que pese as reiteradas cr�ticas do presidente Bolsonaro, representantes do Judici�rio defendem o mecanismo.

“O STF, em um momento de paralisia e in�rcia das autoridades p�blicas, teve o importante papel de apontar caminhos a serem seguidos pelo governo federal e pelos governos estaduais e municipais para o enfrentamento da pandemia, evitando que a crise sanit�ria ganhasse propor��es maiores”, falou o ministro Ricardo Lewandowski, no in�cio deste m�s, em um evento da Universidade de Harvard (EUA).
 
Gráfico com indicativo do número de casos e mortes por COVID no Brasil
Quadro mostra o avan�o no n�mero de casos e mortes em decorr�ncia da COVID desde o in�cio da pandemia (foto: Estado de Minas)
 

O que � pandemia

Uma pandemia � a dissemina��o mundial de uma doen�a (epidemia). Ela pode surgir quando um agente infeccioso se espalha ao redor do mundo e a maior parte das pessoas n�o s�o imunes a ele, como ocorreu com o coronav�rus descoberto em dezembro de 2019 na China e a Gripe Espanhola, no come�o do s�culo passado.

Em uma escala de gravidade criada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) - que inclui ainda epidemia, endemia e surto -, a pandemia ï¿½ o pior dos cen�rios porque ela se estende para v�rias regi�es do planeta. Quando uma doen�a � classificada como pandemia, n�o significa, por�m, que a situa��o � irrevers�vel ou que o agente da doen�a, seja v�rus ou qualquer outro pat�geno, tenha aumentado seu poder de amea�a. 
 

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