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Covid-19: atraso em vacina��o de beb�s e crian�as preocupa pais em meio a temor de alta de casos

Esquema para faixa entre 6 meses e 2 anos e 11 meses foi limitado apenas para casos de comorbidades, mas nem esse grupo ainda tem um calend�rio definido. Minist�rio da Sa�de n�o respondeu questionamentos da BBC News Brasil.


08/11/2022 07:54 - atualizado 08/11/2022 08:58


Criança recebe vacina no Brasil
Crian�as de 3 e 4 anos podem receber Coronavac, mas algumas localidades reclamam de falta da distribui��o da vacina (foto: Getty Images)

A descoberta de uma variante da �micron no Brasil, a nova onda de casos de covid na Europa e a alta de testes positivos em laborat�rios particulares e farm�cias no pa�s elevam a preocupa��o sobre uma faixa que ainda n�o foi atendida pela vacina��o: a de beb�s e crian�as pequenas.

A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) aprovou em 16 de setembro um imunizante da Pfizer que poderia atender crian�as entre 6 meses e 2 anos e 11 meses de idade — que, at� o momento, n�o foram inclu�das na cobertura vacinal. A farmac�utica j� entregou 1 milh�o de doses ao governo.

O Minist�rio da Sa�de, no entanto, limitou a vacina��o nessa faixa et�ria apenas para casos de pessoas com comorbidades. E mesmo para esse grupo ainda n�o foi divulgado um calend�rio.

A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes), diz que "n�o h� justificativa para essa delimita��o".

Ela cita um estudo brasileiro publicado na revista cient�fica Lancet que analisou 11.613 casos de covid em crian�as e adolescentes. Em 8.352 (71,9%) das ocorr�ncias n�o havia comorbidade pr�via. A mesma situa��o foi registrada em metade das mortes nessa faixa et�ria.

"J� s�o quase dois meses desde que a Anvisa aprovou a vacina e nem mesmo as crian�as com comorbidades receberam a vacina no bra�o. E h� que se pensar nos casos de covid longa em que a gente sabe que a vacina tem efic�cia para diminuir o desenvolvimento. A situa��o � ruim e o atraso do minist�rio, irrespons�vel", afirma a epidemiologista.

Nota t�cnica elaborada pelo governo sobre a Pfizer (que tem aplica��o liberada para uma faixa mais estendida, at� os 4 anos) afirma que "de maneira geral n�o foram observadas preocupa��es significativas do ponto de vista da seguran�a".

A BBC News Brasil entrou em contato com o Minist�rio da Sa�de por e-mail, telefone e WhatsApp para obter mais informa��es sobre as defini��es para o esquema vacinal para beb�s e crian�as pequenas, mas n�o recebeu resposta.

"N�s temos fam�lias preocupad�ssimas com a aproxima��o da nova onda, com a presen�a da variante BQ.1 no Brasil. Ent�o as crian�as n�o vacinadas est�o sob maior risco. � urgente a vacina��o desse grupo", diz Maciel.

O advogado Gabriel Camorim, de S�o Paulo, pai de uma menina de 2 anos, tem seguido o notici�rio sobre a vacina��o e diz que "acompanha com bastante preocupa��o inclusive por ouvir sobre o aumento de casos de covid, especialmente porque a Anvisa j� liberou para a faixa et�ria da minha filha. A covid n�o passou totalmente. Assim que a vacina estiver dispon�vel, eu quero lev�-la ao posto".


Gabriel Camorim, pai de uma menina de 2 anos, demonstra preocupação sobre a indefnição no esquema de vacinação para essa faixa etária
Gabriel Camorim, pai de uma menina de 2 anos, demonstra preocupa��o sobre a indefni��o no esquema de vacina��o para essa faixa et�ria (foto: BBC)

Camorim afirma que fez um isolamento bem rigoroso e, diante das not�cias de novos casos de covid, tem procurado evitar aglomera��es e aumentar a frequ�ncia do uso de m�scaras.

Nas redes sociais, outros pais e m�es t�m reclamado sobre a indefini��o para distribuir os imunizantes para as crian�as menores, inclusive em cobran�as diretas ao ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga.

No m�s passado, em meio � campanha do segundo turno em que foi derrotado, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar as mortes de crian�as por covid e, sem apresentar nenhuma prova, declarou que �bitos nessa faixa et�ria eram inflados.

"Algu�m viu alguma crian�a morrer de covid? � coisa rara. O que acontecia nesse caso � que chegava uma crian�a no hospital com traumatismo craniano que caiu da bicicleta e alguns hospitais, maldosamente, botavam na UTI de covid."

Nota conjunta das Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imuniza��es (SBIm) disse que a carga da doen�a na popula��o brasileira de crian�as at� 5 anos � relevante. Cita que, apenas em 2022, foram registradas 12.634 hospitaliza��es por S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave decorrente de covid com 463 mortes confirmadas.

"Atualmente, com a circula��o predominante da variante �micron e suas diversas sublinhagens em nosso pa�s, esse quadro se mant�m, com maior risco de hospitaliza��es, complica��es e mortes em pessoas n�o vacinadas ou com esquemas incompletos. Da mesma forma, observamos tamb�m entre as crian�as um aumento no risco de ocorr�ncia de formas graves da doen�a", afirmam as entidades.

Esquema vacinal infantil

O esquema da vacina da Pfizer inclui tr�s doses de 0,2 ml (o que � equivalente a 3 microgramas). A segunda dose ser� administrada tr�s semanas depois. A terceira, ao menos oito semanas ap�s a segunda dose. Ter� tampa de cor vinho porque tem dosagem e composi��o diferente.

Os Estados aguardam uma defini��o do governo federal. A Secretaria de Sa�de de S�o Paulo, por exemplo, disse ter requisitado 615 mil doses do imunizante ao governo e aguarda envio para dar in�cio � sua campanha.

No momento, o esquema vacinal est� da seguinte forma:

  • Beb�s e crian�as entre 6 meses e 2 anos e 11 meses de idade t�m previs�o de receber a vacina da Pfizer. S� casos de comorbidade ser�o contemplados na leva inicial. Ainda n�o h� um calend�rio definido
  • Crian�as de 3 e 4 anos est�o recebendo Coronavac, mas h� queixas sobre a falta do imunizante em algumas localidades (veja a seguir)
  • A faixa acima de 5 anos pode tomar qualquer um dos dois imunizantes, Pfizer ou Coronavac

O prefeito de Recife, Jo�o Campos (PSB), escreveu nesta segunda (7/11) no Twitter que precisou suspender a aplica��o para a faixa de 3 e 4 anos por falta de Coronavac e cobrou o Minist�rio da Sa�de.

Estamos cobrando formalmente do @minsaude o envio de novas doses de Coronavac para nossas crian�as de 3 e 4 anos. � um absurdo ter que suspender a vacina��o desse grupo por falta de planejamento nacional na aquisi��o e distribui��o de vacinas. %u27A1%uFE0F

— Jo�o Campos (@JoaoCampos) November 7, 2022

Motivos de preocupa��o

Levantamento do Instituto Todos pela Sa�de (ITpS) mostra que a taxa de exames positivos para covid em laborat�rios particulares passou de 3% para 17% em menos de um m�s — um salto de 566%.

Nas farm�cias, das 14.970 testagens realizadas de 17 a 23 de outubro, 2.320 (15,5%) apresentaram diagn�stico positivo. Na semana anterior, a taxa havia sido de 9,36%, segundo a Abrafarma (Associa��o Brasileira de Redes de Farm�cias e Drogarias), que re�ne 26 redes respons�veis por cerca de 45% das vendas de medicamentos no pa�s.

A nova variante do coronav�rus, chamada de BQ.1, foi identificada no Rio e j� havia sido encontrada no Amazonas em 20 de outubro, o que fortalece a suposi��o de que ela circula em diferentes locais do pa�s.

N�o h� mudan�as em rela��o aos sintomas, que continuam sendo, para a maioria dos pacientes, dor de cabe�a, tosse, febre, dor de garganta, cansa�o, perda de olfato e paladar. A caracter�stica principal que a difere de outras cepas � um escape maior da prote��o das vacinas.

Sobre a nova onda na Europa, pesquisadores temem que as novas infec��es ocorridas no outono europeu possam ter reflexos no Brasil entre dezembro e janeiro, provocando um novo aumento nos casos e nas mortes por covid. Esse fen�meno, ali�s, aconteceu em per�odos anteriores.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63551031


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