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Estado de Minas BRASIL

M�e Bernadete: tr�s suspeitos s�o presos por morte de l�der quilombola

Um dos presos confessou ter executado a l�der quilombola. Ele foi preso na cidade Ara��s, a 105 km de Salvador


04/09/2023 14:39 - atualizado 04/09/2023 14:39
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Mãe Bernadete
M�e Bernadete era l�der do Quilombo Pitanga dos Palmares (foto: Redes Sociais/Reprodu��o)
Tr�s homens foram presos por suspeita de participa��o na morte da l�der quilombola Bernadete Pac�fico, 72, conhecida como M�e Bernadete. A informa��o foi confirmada nesta segunda-feira (4/9) pelo secret�rio de Seguran�a P�blica da Bahia, Marcelo Werner.

 

Um dos presos confessou � pol�cia ter sido um dos executores da l�der quilombola. Os outros dois n�o teriam tido participa��o direta no crime —um dele estava com o celular de M�e Bernadete, e o outro guardava as armas supostamente usadas no crime.

 

O suspeito de executar o crime foi preso na cidade Ara��s (105 km de Salvador). Os outros dois foram detidos na cidade de Sim�es Filho, na regi�o metropolitana de Salvador.

 

As armas apreendidas s�o compat�veis com os proj�teis identificados na cena do crime e ainda ser�o analisadas pela Pol�cia T�cnica da Bahia.

 

O secret�rio Marcelo Werner n�o deu detalhes sobre as poss�veis motiva��es do crime sob a alega��o de que a investiga��o corre em segredo de Justi�a e que qualquer informa��o pode atrapalhar as investiga��es.

 

Bernadete Pac�fico foi assassinada com 22 tiros em 17 de agosto na casa que funcionava como sede da associa��o de quilombolas em Sim�es Filho.

 

Quilombo Pitanga dos Palmares 

 

Ela era coordenadora nacional da Conaq (Coordena��o Nacional de Articula��o de Quilombos) e liderava o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Sim�es Filho. Trabalhava havia anos denunciando a viol�ncia contra a popula��o quilombola e as tentativas de tomada das terras.

 

Ap�s o assassinato de seu filho Fl�vio Gabriel Pac�fico dos Santos, em 2017, a luta contra ataques a terreiros e assassinatos de lideran�as religiosas de matriz africana se intensificou. Conhecido como Binho do Quilombo, ele era um dos l�deres quilombolas mais respeitados da Bahia.

 

Outro filho de M�e Bernadete, Jurandir Wellington Pac�fico afirmou que ela recebia amea�as havia pelo menos seis anos. Ele disse acreditar que a m�e foi v�tima de um crime de mando.

 

A l�der quilombola estava junto dos netos quando dois homens chegaram usando capacetes e abordaram a fam�lia. Os netos foram trancados em um quarto, e M�e Bernadete foi morta com 14 tiros.

 

Ela j� havia recebido amea�as e fazia parte de um programa de prote��o a defensores de direitos humanos do Governo na Bahia. C�meras foram instaladas na sua casa e no entorno, e policiais faziam visitas peri�dicas ao local, mas n�o havia uma vigil�ncia constante.

 

A Pol�cia Federal na Bahia diz que, al�m do inqu�rito para investigar a morte de Maria Bernadete, o caso de Binho est� sendo apurado.

 

Bernadete foi secret�ria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial de Sim�es Filho na gest�o do ent�o prefeito Eduardo Alencar (PSD), irm�o do senador Otto Alencar (PSD).

 

Em julho, ao lado de outras l�deres quilombolas, ela participou de um encontro com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, na comunidade Quingoma, na cidade de Lauro de Freitas. Na ocasi�o, M�e Bernadete afirmou que era amea�ada por fazendeiros.

 

"� o que n�s recebemos, amea�as. Principalmente de fazendeiros, de pessoas da regi�o. Minha casa � toda cercada de c�meras, eu me sinto at� mal com um neg�cio desse", afirmou.

 

Terreiro Il� Ax� Kal� Bokum 

 

M�e Bernadete iniciou-se aos 23 anos no terreiro Il� Ax� Kal� Bokum, em Salvador, por meio do babalorix� –t�tulo de maior autoridade no candombl�– Severiano Santana Porto (1894 -1972).

 

Para al�m de ser porta-voz e representante das demandas pol�ticas do quilombo, Bernadete exercia um papel de cuidado direto e pessoal com a comunidade.

 

O assassinato instalou um clima de medo entre os moradores da comunidade de Pitanga dos Palmares, que vivem de artesanato, agricultura de subsist�ncia e cria��o de animais em uma regi�o relativamente isolada do n�cleo urbano da cidade que abriga cerca de 300 fam�lias.

 

A demarca��o da �rea como terra de descendentes de quilombolas est� em fase final de tramita��o no governo federal, mas segue parada desde 2017.


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