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Estado de Minas ULYSSES, 100

Nova edi��o de 'Ulysses' re�ne ensaios in�ditos, gravuras e guia

Vers�o comemorativa da obra oferece ferramentas excelentes para auxiliar o leitor a navegar pelo texto do cl�ssico de James Joyce


28/01/2022 04:00 - atualizado 27/01/2022 22:15

 

Arte sobre 'Ulysses'
(foto: Quinho)

 

“Quem em que mundo e em que tempo ler� essas palavras escritas?” (Stephen Dedalus)

 

Leitor, leitora, voc�s escolhem: ler “Ulysses”, n�o ler “Ulysses”. A perda � de voc�s, o ganho tamb�m, a depender da decis�o. Cem anos que o livro de James Joyce est� em circula��o e a� come�a a ficar complicado empilhar desculpas, al�m da �bvia de o livro ser, bem, dif�cil. O modelo pode ser o do Paul Val�ry, que dizia: “Meu f�cil me enfada, meu dif�cil me guia. Absolutamente todos os livros que li, e todos os que me foram �teis, foram dif�ceis”. Suemos a mente, al�m de suar os corpos, essa a proposta.

 

Ent�o, vamos come�ar. 

 

Bom-dia, distintos cavalheiros e damas. Estamos preparados? Este � um cursozinho r�pido e despretensioso de introdu��o ao romance do senhor James Joyce, irland�s chegado a enfiar o p� na jaca (perd�o pela redund�ncia) e g�nio irrequieto e tinhoso nas horas vagas, que s�o mais do que ele est� disposto a admitir, autor desse livr�o chamado “Ulysses”, em pelo menos dois sentidos: � grande porque � volumoso, � grande porque foi escrito com tinta de g�nio. � tamb�m, lembrei mais um sentido gaiato aqui, porque � um tanto dif�cil de ler e muita gente tem gasto suor na tarefa e saliva para convencer novos incautos a adentrarem a arena das tentativas e outros tantos t�m se mostrado contr�rios a qualquer forma de convencimento. Uns e outros se cansam a certa altura. Mas quase sempre � cansa�o feliz, se houver uma pitada de boa vontade. 

 

Um tantinho do Brasil pode estar de olho nas celebra��es do centen�rio da Semana de Arte Moderna, mas o resto do mundo, neste m�s de fevereiro que entra (e pelo resto do ano, da d�cada e possivelmente do mil�nio) est� de olho � em outro centen�rio, o do lan�amento do romance do senhor Joyce, em 2 de fevereiro de 1922, data em que o escritor comemorava 40 anos. H� motivos para badala��es, claro. O livro � reuni�o de dois acintes, de bom e de dif�cil. Escolham, meus caros, minhas caras. Se estiverem com sanha de virar as costas ao g�nio, voc�s � quem perdem, s� digo isso. 

 

A edi��o comemorativa de “Ulysses” vem com tradu��o revista pelo Caetano W. Galindo, respons�vel pela fa�anha que foi lan�ada h� 10 anos na cole��o de cl�ssicos da Penguin Companhia das Letras e a terceira feita no pa�s (h� tamb�m uma de Antonio Houaiss e uma de Bernardina da Silva Pinheiro, mas a de Galindo deixa ambas no chinelo).

Acrescida agora, al�m da revis�o, de ilustra��es de Robert Motherwell e graciosos ensaios de uma p� de gente, entre as quais Fritz Senn, que j� presidiu a Funda��o Internacional James Joyce, e Sandra Guardini Vasconcelos, renomada estudiosa da hist�ria do romance aqui deste lado do Atl�ntico, autora, entre outros, de “A forma��o do romance ingl�s”, vencedor de um Jabuti.

Os ensaios s�o aquelas barras laterais em que a gente pode se apoiar quando n�o sentir seguran�a para andar sozinho. Os que precisarem de ajuda extra contam tamb�m com a publica��o de um guia escrito pelo tradutor, com o t�tulo de “Sim, eu digo sim: uma visita guiada ao ‘Ulysses’ de James Joyce”. Favorz�o que nos presta o senhor Galindo. Acho que posso dizer com tranquilidade que ficamos agradecidos. 

 



Vai assim

Estamos em Dublin, � o dia 16 de junho de 1904, quando o romance se inicia. De manh� cedo at� a madrugada do dia seguinte, mas para todos os efeitos ainda o mesmo dia, uma vez que ningu�m foi dormir de vez, a trama de “Ulysses” acompanha algumas personagens centrais: Stephen Dedalus, arremedo de Tel�maco, Leopold Bloom, suposto Ulisses, sua ‘conje’ Molly, uma quase Pen�lope, em circula��o pela cidade (bem, a n�o ser Molly-Pen�lope, caseira como era de praxe e necessidade de analogia com um dos textos mais fundamentais de base). 

 

Pois �, algo no romance de Joyce remete mesmo ao universo do poema de Homero chamado “Odisseia”, mas n�o � pr�-requisito ter lido este para entender aquele, at� porque essas refer�ncias mais �bvias s�o desdobradas em muitas outras, bem mais sutis. Agora, que ajuda, ajuda, n�o vou mentir. Na biografia de Richard Ellmann, ele detalha: “Stephen n�o � s� D�dalo, mas �caro, Hamlet, Shakespeare, L�cifer” (‘veja tamb�m trecho do ensaio de Sandra Guardini’). E quando algu�m (est� bem, eu conto, se voc�s realmente precisam saber, foi o Italo Svevo) perguntou a Joyce o motivo do t�tulo, ele sintetizou: “� meu sistema de trabalho”. 

 

Durante o dia, as personagens correm daqui pra ali e dali pra l� e embora o senhor Bloom n�o seja um g�nio da ra�a, antes pelo contr�rio, � at� um cara bem tranquilo, na medida do poss�vel, o senhor Joyce � de sua parte, sim, g�nio, e lan�a m�o de variadas t�cnicas liter�rias e mudan�as de tom para erguer esse que � um monumento incontorn�vel do modernismo. 

 

“James preconizava que n�o h� arte sem forma, sendo a t�cnica e a execu��o decisivas na metamorfose da mat�ria bruta em obra de arte”, escreve a senhora Guardini, n�o na maior intimidade de chamar o escritor pelo primeiro nome, mas referindo-se a Henry James, antecessor imediato do outro James, o Joyce que est� no centro de nossas preocupa��es e homenagens hoje. Ela est� mencionando, no caso, que a insatisfa��o com o estado do romance n�o era novidade, e vinha de pelo menos meio s�culo antes do salto qu�ntico provocado pelo irland�s exilado. Mas a contribui��o dele foi al�m: “Joyce operaria uma implos�o nessa forma liter�ria que havia constru�do uma hist�ria ao longo de dois s�culos”. Ou seja, Joyce, o demolidor. 

 

O livro tem uma coisa qualquer de anticlim�tica, n�o vamos nos iludir, e n�o s� porque nada de particularmente extraordin�rio acontece (de novo, � um dia comum, em que coisas triviais e corriqueiras se passam, s� que magnificadas pelas lentes de aumento do escritor minucioso que enxerga demais), mas porque estava nos planos do autor fazer um romance sobre um dia comum na vida de um homem comum, embora com um m�todo extraordin�rio. Trabalho de compacta��o, diga-se, a despeito do tamanho desmedido que o volume alcan�a. O pr�prio Joyce escreveu num texto cr�tico sua preocupa��o em p�r a vida real no palco: “Penso que, a partir da mesmice sombria da exist�ncia, pode-se extrair uma medida de vida dram�tica”. 

 

 

Heran�a jovial e meio b�bada

Acontece que Leopold Bloom, de l� pra c�, deixou de ser sujeito comum, tanto que se fazem homenagens a ele (ou ao seu autor, � claro) com um dia especial, aquele em que o romance transcorre. Todo ano comemora-se o Bloomsday, o dia de Bloom, na data de 16 de junho, em m�ltiplos lugares do mundo. Em alguns lugares, h� quem comemore tamb�m o Mollysday, ou seja, o dia da dona Marion, conhecida como Molly, a esposa do Leopold e respons�vel pelo famoso mon�logo interior direto ao final do livro. Algo que faria a Pen�lope original ficar chocada, certeza. Longa vida ao Bloom e � sua senhora, longa vida ao Joyce. Tamb�m serve de desculpa para a rapaziada encher a cara, o que � poss�vel imaginar que Joyce n�o s� aprovaria como se juntaria � horda. Ali�s, no meio do “Ulysses” est� dito: “Um bom quebracabe�as ia ser cruzar Dublin sem passar por um bar”, nessa grafia toda especial de Joyce de prescindir dos hifens (Galindo faz uma longa nota de tradutor na edi��o original para explicar por que Joyce n�o gosta nem de h�fen nem de v�rgula). Dirce Waltrick do Amarante diz, num ensaio a respeito do Bloomsday que faz parte da edi��o especial: “Nesse dia, Du-  blin se espalha mundo afora, num cruzamento de culturas que sempre foi muito valorizado por um exilado, por op��o, como James Joyce”.

 

O outro her�i do livro � a l�ngua, aquela que o senhor Joyce torce e retorce para fazer a dan�a m�gica que pretendia, e que elevou a outra pot�ncia no livro seguinte e derradeiro da pr�pria lavra, o “Finnegans Wake” (mas essa � outra hist�ria, para o curso avan�ado – paci�ncia, senhoras e senhores, ele h� de vir um dia). O escritor, como se v�, era genial e for�ava a barra sempre um pouco al�m, esse danado. Se “Ulysses” era a subst�ncia de um �nico dia, o “Finnegans” representa o sonho noturno, n�o mais de uma personagem ou conjunto de personagens, mas talvez da humanidade como um todo. 

 

Dessa discrep�ncia entre narrador e personagem, no caso do “Ulysses”, se fez um planeta, senhoras e senhores. Um planeta no qual toda pompa sofrer� menosprezo e recebe tratamento de rid�culo, para tirar o fedor de escol�stica. Agora, n�o se pode negar: � um romance que transborda de si para virar refer�ncia em toda parte. O senhor Joyce � t�o genial que de l�-lo a gente se sente um pouco contaminado e um tico mais inteligente do que nossa bestice de todo santo dia deixa transparecer. 

 

 

 

Aparatos

Os ensaios que comp�em a edi��o especial do romance joyciano s�o, para dizer pouco, excelentes. V�o desde um hist�rico das tradu��es do escritor no Brasil e sua recep��o entre intelectuais e afins (a cargo de Vitor Alevato do Amaral, coordenador de um grupo de estudos joycianos no Brasil), at� a recep��o irlandesa ao romance, no ensaio de John McCourt, texto produzido especialmente para a edi��o, embora no fundo seja um compilado do livro “Consuming Joyce: 100 years of ‘Ulysses’ in Ireland”, no prelo. S�o ensaios n�o s� bem escritos, mas que apontam caminhos e tra�am mapas de leitura e potencialidades de discuss�o e formam aquilo que o fil�sofo Jacques Derrida chamou de “o ‘software’ Joyce de hoje, o ‘Joyceware’”, que est� sendo estudado pelo mundo inteiro, pelo “James Joyce Inc.” que � a coletividade de interessados e pesquisadores, estudiosos, literatos. 

 

Capa do livro Ulysses - edição especial
� claro que �s vezes os textos passam r�pido demais por algumas quest�es. Por exemplo, o McCourt d� uma canetada para falar da recep��o do livro de Joyce na Irlanda, quando o texto do bi�grafo (a biografia de Richard Ellmann chama-se simplesmente “James Joyce”) explica, em mi�dos pormenores, o longo e tortuoso caminho, cheio de espinhos, que o senhor Joyce enfrentou quando o livro foi acusado de obsceno e obscuro e proibido nos Estados Unidos e na Inglaterra. Ou seja, a quest�o n�o � t�o jovial quanto o texto do ensaio leva a crer num primeiro momento. Mas evidente que s�o abordagens distintas que s� podem resultar em percep��es diferenciadas. No ensaio de Fabio Akcerlrud Dur�o ele faz, como o t�tulo entrega, “Em defesa da dificuldade”, um incitamento ao leitor mais acomodado, com inclusive uma escala das dificuldades a serem enfrentadas e dicas de como contornar (ou melhor, adentrar) os obst�culos. 

 

H� ainda duas resenhas da �poca, uma delas de Joseph Collins, publicada em 28 de maio de 1922 no The New York Times, ou seja, pouco mais de tr�s meses depois do lan�amento do livro. Outra � do historiador franc�s Louis Gillet, e foi publicada em 1925 na Revue des Deux Mondes. “‘Ulysses’ � um desses mastodontes que alcan�am a gl�ria como um tanque: jamais um autor havia jogado na cabe�a do p�blico uma montanha de papel t�o grande”, reclama Gillet, numa sucess�o de mal-entendidos que ele lista na sua, vamos dizer, compreens�o do romance. 

 

Importante � pensar que essas coisas se completam umas �s outras e que os interessados nos estudos joycianos t�m a quem recorrer quando em apuros, ou seja, o que � praticamente o que ocorre o tempo todo. Essa multiplica��o de textos cr�ticos s� aumenta a reputa��o do autor e melhora a recep��o. Um dia terminamos a tradu��o completa. O senhor Joyce, ali�s, requisitava, entre debochado e s�rio, um leitor insone que se debru�asse a vida inteira sobre seus escritos.  

 

 

Os finalmentes

 

Agora que estamos pr�ximos do fim, um breve recado. Se voc�s esperam um final arrepiante e tudo, n�o posso dizer outra coisa, voc�s v�o se decepcionar. Outra coisa curiosa ao fim da leitura � que a gente fica assim com vontade de escrever de maneira meio desbragada, um pouco como o tradutor Caetano Galindo faz (e muito bem, diga-se de passagem) o senhor Joyce soar, como se ele fosse n�o um tioz�o das antigas – que ele n�o era mesmo sendo, apesar de centen�rio e pimp�o –, mas um garot�o de hoje em dia, novo em folha, cheio das manhas e das g�rias mais atualizadas, renovado e reflorescido. 

 

Se os convenci a darem nova chance ao livro, tanto melhor, era uma das inten��es deste texto. De minha parte, sei que estou na boa companhia do bi�grafo de Joyce, Richard Ellmann, que lembra o quanto o senhor Joyce � um sujeito dif�cil: “Ele n�o deseja conquistar-nos, mas que n�s o conquistemos. Em outras palavras, n�o h� convites, mas a porta est� entreaberta”. Se n�o os convenci, vou de cita��o de escritor local, pago-lhes com um piparote e adeus. Mas eu, se fosse voc�s, dava uma nova oportunidade ao recado centen�rio do livro. Duvido voc�s n�o virarem bloomistas, bloom�logos, bloom�latras inveterados, joycianos convictos todos. Basta um empurr�ozinho e uma pitada daquela boa vontade que foi mencionada l� no in�cio, espargida sem conten��o. Sobre a literatura modernista de modo geral, madame Sandra Guardini diz que ela “representa o esfor�o de dar forma � experi�ncia da perda de sentido, de estabilidade e de ordem em um mundo em crise”. � triste e � real, mas tamb�m pode ser bem divertido e inteligente, como prova Joyce. Estamos, portanto, com dona Guardini. E rezamos pela cartilha do escritor irland�s. Ele mesmo, em conversa com Arthur Power, chegou a dizer que literatura n�o pode ser mais feita em plano �nico: “O tema moderno s�o as for�as subterr�neas, aquelas correntes ocultas que governam tudo e conduzem a humanidade contra o fluxo aparente”. 

 

Como falou e disse Fritz Senn num ensaio deste volume comemorativo, “o ‘Ulysses’ pode facilmente passar em brancas nuvens – e pode tamb�m se tornar um v�cio”. Ele sugere inclusive que venha com aquele tipo de advert�ncia aos incautos: “Este livro pode gerar depend�ncia”. 

 

Evidente que tem uns detalhes que n�o pudemos tratar, porque a pressa nos comove. Ficam para uma pr�xima oportunidade, se houver. Era esse o recado poss�vel neste dia em que estamos, paci�ncia. Declaro a aula de hoje ‘encerada’. Trocadilho bobo, s� para rirmos juntos um bocadinho aqui. V�o e sejam felizes. Boa sorte, bom dia. Ergam seus copos, por favor.

 

 

* Paulo Paniago � professor de jornalismo na Universidade de Bras�lia

 

 

Trechos dos ensaios
“‘Ulysses’: Um jogo inesgot�vel”, de Fritz Senn

 

“N�s confrontamos obst�culos, obscuridades, e alguns deles resistem, teimosos, enquanto outros, mais novos, continuam surgindo. O trajeto pode ser dif�cil, j� que Joyce n�o se d� ao trabalho de estender a m�o. Experi�ncias singulares de leitura, achados, epifanias se misturam com trechos impenetr�veis, frustrantes e densos, nos quais a escurid�o se ilumina s� muito tarde, e �s vezes nem assim. Alguns dos pronunciamentos de Stephen continuam cr�pticos. N�s nem sabemos por que Bloom comparece ao enterro de algu�m de quem nem era assim t�o pr�ximo; ali enlutado, ele definitivamente n�o parece estar de luto. Joyce mostra tamb�m que n�o entender, na vida, pode ser a regra, e n�o a exce��o. H� mist�rios n�o resolvidos, passagens n�o esclarecidas, mais perguntas novas que respostas satisfat�rias, mais ou menos como a vida real. O ‘Ulysses’ pode ser o primeiro livro da modernidade que j� ao surgir necessitava do tipo de anota��o que consider�vamos necess�ria para os cl�ssicos do passado distante. Talvez, ironicamente, uma pergunta dentro dele � de fato respondida com eleg�ncia, feita pelo intelectual Stephen Dedalus: por que eles colocam as cadeiras em cima das mesas � noite?. Bloom, desta vez, est� � altura do problema: ‘Pra varrer o ch�o de manh�’ – o que n�o � a maior das revela��es; n�o seria necess�rio atravessar centenas de p�ginas para perceber isso.”

 

*

 

 “James Joyce: 
Um mestre do romance”, de Sandra Guardini Vasconcelos

 

“Bloom � o her�i problem�tico, um desterrado, mas cuja humanidade lhe confere, ao mesmo tempo, uma fei��o representativa das qualidades e experi�ncias humanas, tornando-o uma figura simultaneamente particular e universal. Stephen �, por sua vez, o jovem irland�s de forma��o jesu�tica que carrega no nome a conjun��o do primeiro m�rtir crist�o, de Dedalus e �caro, de resson�ncias mitol�gicas, e � ainda Tel�maco em busca do pai. Molly, a irlandesa carnal e voluptuosa, � tanto Calipso quanto Pen�lope, sendo ainda, para alguns, arqu�tipo do feminino. Se Joyce parece ter se arrependido de compartilhar o quadro de refer�ncias � ‘Odisseia’ com alguns de seus primeiros interlocutores, as resson�ncias hom�ricas continuaram a fazer parte do aparato cr�tico sobre o romance. Seja como for, uma vez erigido o edif�cio joyciano, o paralelo hom�rico – esp�cie de andaime de que Joyce se valeu – seria, como em qualquer constru��o, totalmente desmontado com a obra pronta.” 


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