
“Se n�o fosse o SUS e as universidades, a trag�dia seria ainda pior”, disse em um trecho do discurso.
Tupinamb�s foi um dos professores homenageados na solenidade. Ele tamb�m � membro do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da prefeitura de Belo Horizonte.
O infectologista come�a agradecendo pela homenagem, que estende a todos os profissionais que trabalharam no enfrentamento � pandemia.
“Recebo esta homenagem como uma homenagem a todos n�s professores, pesquisadores e trabalhadores do SUS que n�o medimos esfor�os para enfrentar a pandemia COVID-19.
Coube a voc�s se formarem no meio da maior crise sanit�ria mundial dos �ltimos 100 anos.”
Ele lembra que apesar dos desafios, os alunos tiveram uma oportunidade de aprendizado �nica.
"Voc�s fizeram parte da constru��o do conhecimento, vivenciando a import�ncia, os limites da ci�ncia e seu impacto na assist�ncia. Andaram juntos com seus colegas e professores na beira do abismo.”
Em seguida, Tupinamb�s critica o governo federal e ressalta a import�ncia das universidades, do Sistema �nico de Sa�de e de institui��es como a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Se por um lado o governo federal n�o deu as respostas necess�rias para o enfrentamento da pandemia – ficou muito claro na CPI da COVID - as universidades p�blicas, agora aqui representada pela nossa querida UFMG, o SUS e os Institutos de Pesquisa (destaco o papel da Funda��o Oswaldo Cruz) foram e est�o sendo fundamentais nestes tempos.”
Ele afirma que sem elas, a trag�dia seria ainda pior.
“Se a tradi��o do SUS n�o estivesse constitu�da em nosso pa�s e em grau t�o forte em nossa cidade, como poder�amos enfrentar uma pandemia t�o devastadora e um governo que frequenta cotidianamente o dicion�rio da barb�rie?”
“Sem esta raiz, na consci�ncia da popula��o e nos servi�os p�blicos, de uma das mais vastas experi�ncias de cobertura vacinal, como ser�amos capazes de vencer o negacionismo, como fomos capazes? Sem esta rede de cobertura assistencial estabelecida, como ser�amos capazes de dar o m�nimo de dignidade ao tratamento dos mais pobres, dos negros, das periferias, dos precarizados no trabalho que s�o multid�o? Sem uma rede p�blica de informa��o sanit�ria, que soube resistir �s tentativas mais vis de omiss�o e fraude nos dados, como poder�amos cumprir esta miss�o di�ria e sagrada de oferecer � popula��o um boletim di�rio de informa��o cient�fica e orienta��o de condutas?”, completa.
Persegui��o aos servidores da Anvisa e Conselho Federal de Medicina
Durante a fala, o infectologista destacou ainda a persegui��o do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos servidores da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) que liberaram a aplica��o da vacina contra a COVID-19 para crian�as.
“Vimos estarrecidos a persegui��o dos servidores da Anvisa incentivada pelo presidente da rep�blica, ap�s a aprova��o por esta ag�ncia da vacina contra COVID-19 em menores de 11 anos! Como se n�o bastasse enfrentamos os negacionistas e os antivacinas.”
Outra cr�tica foi feita ao Conselho Federal de Medicina (CFM) que aderiu ao chamado ‘Kit COVID’, medicamentos comprovadamente ineficazes contra o coronav�rus.
“Aqueles que tinham o dever de ser os guardi�es da ci�ncia, o Conselho Federal de Medicina (CFM), aderiu de forma acr�tica e oportunista ao “Kit COVID” e a tantos outros absurdos incentivados pela presid�ncia da rep�blica. Com certeza um dos momentos mais tristes e vergonhosos da hist�ria deste conselho.”
Reconhecimento do SUS e desafios
Tupinamb�s pontuou tamb�m o reconhecimento do trabalho dos profissionais do SUS, durante a pandemia, pela sociedade.
“Se podemos dizer que tivemos ganhos secund�rios com esta trag�dia foi o reconhecimento que toda a sociedade brasileira adquiriu da import�ncia do SUS e das universidades. O SUS merece e precisa de mais recursos em 2022.”
Ele ressaltou ainda os desafios que os profissionais de sa�de devem enfrentar com o fim da pandemia.
“O cen�rio p�s pand�mico ser� de grandes desafios. J� estamos enfrentando as sequelas da COVID-19 com grande impacto na assist�ncia, a ruptura das pol�ticas de controle das diversas doen�as cr�nicas degenerativas e end�micas: arboviroses, s�filis, HIV, IST, tuberculose e das campanhas de vacina��o. Portanto, os desafios de voc�s ser�o ainda maiores.”
O infectologista terminou o discurso com uma cita��o do educador Paulo Freire.
“Quero finalizar com cita��o de nosso patrono da educa��o Paulo Freire: “Um dos saberes primeiros, indispens�veis (...) � o saber do futuro como problema e n�o como inexorabilidade. � o saber da hist�ria como possibilidade e n�o como determina��o. O mundo n�o �. O mundo est� sendo.”
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.
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