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Estado de Minas CONGRESSO NACIONAL

Fim do julgamento: STF declara or�amento secreto inconstitucional

Placar foi de 6 votos a 5 contra o instrumento usado para barganha pol�tica no Congresso Nacional


19/12/2022 16:55 - atualizado 19/12/2022 20:21

Fachada da sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília
Voto de Ricardo Lewandowski formou a maioria contra a pr�tica (foto: Gabriela Bil�/Folhapress)
O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta segunda-feira (19/12) a inconstitucionalidade das emendas de relator. O placar foi de 6 votos a 5 pela derrubada do mecanismo.

 

julgamento havia sido interrompido na sexta-feira (16/12). Na retomada da an�lise, o ministro Ricardo Lewandowski se alinhou ao entendimento contr�rio ao instrumento usado para barganhas pol�ticas entre o Congresso e o governo federal.

 

�ltimo a se manifestar, o ministro Gilmar Mendes opinou pela manuten��o das emendas de relator, mas destacou a necessidade de avan�os quanto � transpar�ncia. Afirmou que o debate sobre a mat�ria deveria "ser enfrentado sem demoniza��es de ocasi�o".

 

A corte se reuniria nesta segunda apenas para o encerramento do ano judici�rio, com a apresenta��o de dados sobre os trabalhos realizados pelo tribunal em 2022, mas foi necess�rio realizar uma sess�o jurisdicional para finalizar o julgamento.

 

Para Lewandowski, o Congresso n�o conseguiu adotar as provid�ncias necess�rias para dar a devida transpar�ncia � distribui��o das verbas viabilizadas por meio das emendas de relator.

 

Apesar de um "progresso", frisou o ministro, a resolu��o editada pelo Legislativo com esse prop�sito n�o resolveu "v�cios de inconstitucionalidades" apontados nos processos em an�lise.

 

Segundo ele, n�o houve resposta a contento para quest�es como a identifica��o de quem pediu e quem se beneficiou dos recursos, al�m da rastreabilidade do dinheiro.

 

Inconstitucional 

 

Acionada por partidos pol�ticos, a corte delibera sobre quatro a��es que tratam das emendas de relator. Na semana passada, a presidente do STF e relatora da mat�ria, Rosa Weber, votou por vedar o uso do instrumento para atender a pedidos de parlamentares ou de pessoas externas ao Congresso.

 

A ministra disse que essa utiliza��o das emendas n�o est� de acordo com princ�pios constitucionais e que viola a separa��o de Poderes e o direito � informa��o. Afirmou ainda que o mecanismo desequilibra o processo democr�tico.

 

Para ela, s�o incompat�veis com a Constitui��o "as pr�ticas or�ament�rias viabilizadoras do chamado 'esquema do or�amento secreto', consistentes no uso indevido de emendas do relator geral do Or�amento".

 

A ministra defendeu ainda que as emendas de relator s� poderiam ser usadas para fins restritos, previstos na Constitui��o, de corre��o de erros ou omiss�es.

 

Rosa votou para determinar que os �rg�os da administra��o p�blica que usaram recursos dessas emendas de 2020 a 2022 publiquem em at� 90 dias dados referentes �s obras e compras realizadas com as verbas, assim como identifiquem quem solicitou e foi beneficiado "de modo acess�vel, claro e fidedigno".

 

C�rmen L�cia, Luiz Fux, Edson Fachin e Lu�s Roberto Barroso seguiram a colega de forma contr�ria ao uso das emendas de relator para atender a pedidos do Congresso e de pessoas externas pois ferem o princ�pio da devida transpar�ncia na aplica��o dos recursos or�ament�rios.

 

Diverg�ncias

A diverg�ncia foi aberta por Andr� Mendon�a. Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli discordaram da presidente do Supremo.

 

Embora tenham apresentados votos diferentes, os quatro entendem que � poss�vel a continuidade das emendas de relator, mas com a obriga��o de que sejam garantidos os mesmos crit�rios de transpar�ncia e controle de outros tipos de emendas legislativas previstas na Constitui��o.

 

Moraes apresentou um voto mais intermedi�rio, que tamb�m prev� que as emendas obede�am ao crit�rio de proporcionalidade das bancadas do Congresso. Toffoli, por sua vez, foi al�m e defendeu que uma s�rie de regras seja estabelecida para o uso dessas emendas.

 

Mendon�a avaliou que as emendas s�o constitucionais desde que sejam transparentes e poss�veis de fiscalizar, assim como Kassio Nunes Marques. Os dois ministros foram indicados ao tribunal pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Em meio ao julgamento, o Congresso articulou a aprova��o de um projeto de resolu��o com crit�rios para distribui��o das emendas de relator que contemplem a proporcionalidade dos partidos.

 

Foi um movimento do Legislativo para tentar esvaziar no Supremo os questionamentos ao mecanismo.

 

Lula e o or�amento secreto 

 

As emendas de relator foram criticadas na campanha por Luiz In�cio Lula da Silva (PT), mas viraram instrumento de press�o nas negocia��es para a forma��o da base do futuro governo e para a aprova��o de uma proposta de emenda � Constitui��o que garanta o pagamento do Aux�lio Brasil (que voltar� a se chamar Bolsa Fam�lia) de R$ 600 em 2023.

 

A presidente do STF classificou de "louv�vel" a iniciativa do Parlamento, mas disse que ela confirmava a liminar (decis�o provis�ria) que ela dera no processo, que chegou a suspender o uso da verba. Acrescentou ainda que a proposta "confirma a impropriedade do sistema at� ent�o praticado".

 

"A iniciativa, por�m, em absoluto prejudica o julgamento iniciado na assentada anterior", continuou Rosa, em sua fala. Segundo ela, o of�cio � apenas uma "not�cia de proposta legislativa em tramita��o" para o futuro.


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