Bras�lia – Depois da Pol�cia Federal, da Receita Federal e do Minist�rio P�blico Federal, a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) tamb�m entr� no caso das joias dadas pela Ar�bia Saudita � fam�lia Bolsonaro.
O �rg�o informou, ontem, que far� apura��o pr�pria. Trata-se de uma investiga��o preliminar sum�ria (IPS), que tem como objetivo analisar os presentes doados pelo governo do pa�s do Oriente M�dio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e � ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A CGU justificou a entrada na investiga��o em fun��o das autoridades que podem estar envolvidas e da poss�vel participa��o de servidores p�blicos de diversos �rg�os federais no caso da entrada ilegal no pa�s de joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milh�es para MIchelle, sem contar o estojo masculino destinado a Jair Bolsonaro, que n�o foi interceptado na alf�ndega em Guarulhos.
A CGU informou em nota que o procedimento investigativo aberto tem um car�ter preliminar, que n�o busca responsabilizar ningu�m, mas que pode resultar no arquivamento do caso, se n�o se confirmarem ind�cios de infra��o; na instaura��o de um processo administrativo disciplinar, para a responsabiliza��o de servidores envolvidos em infra��es; ou em caso de ind�cios de uma infra��o menor, na celebra��o de um termo de ajustamento de conduta (TAC).
O �rg�o federal tamb�m informou em nota que, durante o processo de investiga��o, as informa��es e documentos apurados ser�o mantidos em sigilo at� o fim das investiga��es e arquivamento do processo ou julgamento dos servidores envolvidos.
Entrega
O segundo pacote de joias trazido pela comitiva do Minist�rio de Minas e Energia, em 26 de outubro de 2021, foi entregue pessoalmente a Jair Bolsonaro em novembro do ano passado. Documento divulgado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que declara��o atestando o recebimento dos itens foi visualizada pelo ex-presidente.
O documento aponta que o estojo, at� ent�o de paradeiro desconhecido, continha um rel�gio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta rose gold e um anel, todos da marca su��a Chopard.
Al�m de citar o conte�do do pacote, o documento tem a assinatura do funcion�rio Rodrigo Carlos do Santos em 29 de novembro do ano passado e um campo assinalado positivamente para a quest�o “visualizado pelo presidente?”.
As joias trazidas pelo ent�o ministro Bento Albuquerque em 2021 ficaram por mais de um ano nos cofres do Minist�rio de Minas e Energia.
No mesmo voo em que o estojo foi transportado ao Brasil, um outro conjunto com colar, brincos rel�gio e anel avaliado em R$ 11,5 milh�es chegou ao pa�s, mas foi apreendido pela Receita Federal quando um assessor do ministro tentou entrar ilegalmente com elas em territ�rio nacional.
Essas pe�as, por�m, foram apreendidas pela Receita Federal quando o assessor do ministro tamb�m tentou entrar com elas ilegalmente no pa�s.
No s�bado passado, Jair Bolsonaro, que segue nos Estados Unidos, negou que recebeu as joias e que foram trazidas de forma ilegal. O ex-presidente tamb�m desmentiu a hip�tese de que os presentes seriam destinados a Michelle Bolsonaro. A legisla��o determina que presentes trocados entre pa�ses, como o caso das joias oriundas do governo saudita, devem ser direcionados ao acervo p�blico.
Seriado
Um dos agentes respons�veis por garantir a apreens�o das joias supostamente destinadas � ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o auditor-fiscal da Receita Federal Mario de Marco Rodrigues de Souza teve seu trabalho retratado na s�rie "Aeroporto - �rea restrita", do Discovery +. De Marco, como � conhecido na Receita, atua como delegado-adjunto e substituto do maior aeroporto da Am�rica Latina, o terminal de Guarulhos.
O seriado em que o auditor-fiscal aparece detalha os bastidores das opera��es de fiscaliza��o em Guarulhos.
Nas cenas, � poss�vel ver que agentes investigam malas com fundo falso e at� a fuga de passageiros suspeitos que s�o perseguidos pela Receita Federal, no momento do embarque. Em um epis�dio da s�rie, De Marco mostra sua rotina de controle aduaneiro, quando intercepta uma passageira tentando entrar no pa�s com caixas de brinquedos e celulares irregulares, que seriam posteriormente vendidos.