
J� 17% afirmam que o ex-mandat�rio n�o sabia do assunto, e 15% n�o souberam opinar. Avaliaram que Bolsonaro n�o cometeu crime 38% dos 2.016 ouvidos nos dias 12 e 13 deste m�s, e 10% disseram n�o saber. A margem de erro do levantamento � de dois pontos, para mais ou para menos. O ex-presidente � investigado pelo desvio de joias e outros presentes de alto valor recebidos enquanto estava no cargo, com foco espec�fico em quatro conjuntos que foram levados para os Estados Unidos quando ele abandonou o pa�s, dois dias antes do fim de seu mandato.
Apura��es da Pol�cia Federal revelaram que as joias foram vendidas no exterior. O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, chegou a recomprar dois rel�gios ap�s manifesta��o do Tribunal de Contas da Uni�o e diz que o cliente n�o estava ciente do caso.
J� o tenente-coronel Mauro Cid, ent�o ajudante de ordens da Presid�ncia e faz-tudo de Bolsonaro, negociou dela��o premiada sobre o caso, ap�s passar meses preso por ter falsificado comprovantes de vacina��o contra Covid-19. Segundo a revista Veja, ele j� disse � PF que deu o dinheiro da venda de rel�gios nas m�os do ex-presidente.
As descobertas vieram no escopo da apura��o sobre a tentativa do Planalto de reaver joias que haviam sido enviadas para o casal presidencial por sauditas, apreendidas com o ent�o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) no aeroporto de Guarulhos.
Bolsonaro nega envolvimento nesses epis�dios de ilegalidade, dado que se tratava de patrim�nio p�blico. Ineleg�vel em decorr�ncia de sua campanha contra o sistema eleitoral brasileiro no ano passado, ele ainda goza de grande apoio: 25% dos brasileiros dizem que s�o muito bolsonaristas, e 7% afirmam ser um pouco.
- Bolsonaro e as joias: entenda em detalhes o caso que envolve ex-presidente e aliados
O Datafolha d� uma m� not�cia para o ex-presidente, algo j� aventado sem n�meros por observadores pol�ticos: o caso das joias "pegou", por ser de f�cil compreens�o popular. A pesquisa mostra agora que 77% dos eleitores tomaram conhecimento do epis�dio, 31% deles afirmando estarem bem informados. Outros 37% sabem mais ou menos do caso e 9%, se dizem mal informados.
O conhecimento vai a 90% na maior faixa de renda, que � menor numericamente (3% da amostra), mas � de expressivos 72% no populoso segmento daqueles que ganham at� 2 sal�rios m�nimos (51% dos ouvidos). Disseram n�o ter ouvido falar no caso 21%, e 2% n�o souberam responder.
Como seria previs�vel, a clivagem pol�tica ainda define percep��es. Entre os que se dizem petistas, 40% do eleitorado (29% muito, 11% um pouco), 87% acham que Bolsonaro sabia que era uma opera��o ilegal para vender as joias. J� 44% dos 32% de bolsonaristas, entre extremados e nem tanto, acham que ele desconhecia o tema.
Da mesma forma, se no geral 52% acham que o ex-presidente cometeu crime, esse dado sobe a 81% entre os petistas. Na via inversa, se 38% creem que ele � inocente, o n�mero vai a 75% entre os bolsonaristas.
Nos outros grandes estratos socioecon�micos da pesquisa, h� homogeneidade nas avalia��es, com uma not�vel exce��o da opini�o colhida entre os moradores do reduto petista que � a regi�o Nordeste, casa de 26% dos eleitores ouvidos. L�, 75% acham que Bolsonaro sabia da venda e 62%, que ele cometeu um crime. Tamb�m entre os 28% menos escolarizados h� maior cren�a no dolo do ex-presidente (57%).
Como boa not�cia relativa para o ex-presidente, h� o fato de que os brasileiros est�o divididos acerca de um ponto central de sua ret�rica, ainda que n�o encontre abrigo na lei: que as joias eram presentes pessoais, portanto poderiam ficar com Bolsonaro.
Para 47%, joias e outros presentes dados a autoridades deveriam ser considerados regalos pessoais, um �ndice que sem surpresa vai a 70% entre os bolsonaristas. J� 42% defendem que tais valores tenham de ser incorporados ao patrim�nio p�blico, n�mero que vai a 59% entre petistas. N�o souberam opinar 11%.
