
Bras�lia - O senador e ex-juiz federal Sergio Moro (Uni�o Brasil-PR) diz que est� ocorrendo uma “demoniza��o” da Opera��o Lava-Jato baseada em “narrativas que n�o se sustentam”, promovida pelo governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) que, segundo ele, fomenta um “revanchismo”.
Em entrevista ao Correio Braziliense, ele afirmou: “Fazem essa demoniza��o da Lava-Jato com narrativas que n�o se sustentam. Como que quem combateu o crime � o vil�o da hist�ria? E quando voc� pergunta: ‘Quais foram os excessos e as irregularidades?’. Voc� nunca tem uma resposta precisa. Por exemplo, a investiga��o que est�o querendo colocar na cordilheira do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) � porque eu teria violado ‘regras de prud�ncia’. Mas espera a�, algum dinheiro foi desviado? O dinheiro recuperado n�o foi importante? O que � essa regra de prud�ncia que foi violada? Ent�o, s�o narrativas que n�o se sustentam na pr�tica”, alegou.
atua��o na Lava-Jato, Moro n�o faz autocr�ticas. Para o senador, a opera��o n�o resultou na condena��o de nenhum inocente, al�m de ter agido para devolver dinheiro � Petrobras que foi proveniente de um “roubo ineg�vel”. “Faltam fatos objetivos. Ningu�m consegue apontar uma pessoa inocente que foi condenada e presa na Lava-Jato. O roubo � ineg�vel. Os fatos s�o coisas teimosas, s�o seis bilh�es de reais recuperados pela Petrobras. Dinheiro devolvido de ladr�es”, argumentou.
Sobre sua Questionado sobre a hip�tese de ter o mandato cassado devido � atua��o na opera��o – vide o que aconteceu com o ex-deputado Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava-Jato –, Moro afirmou que existe uma especula��o exagerada. O senador alegou que respeita a atua��o da Justi�a Eleitoral e que est� do lado da verdade, pois sua campanha foi feita dentro da lei
"� muito 'zum zum zum' em cima dessa cassa��o desses processos l� na Justi�a Eleitoral. A gente respeita a Justi�a Eleitoral e vamos esperar com tranquilidade o resultado do julgamento, tanto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) como no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque, no fundo, os fatos e a verdade est�o do nosso lado. Nossa campanha foi feita de maneira limpa e �ntegra, fazendo apenas aquilo que a lei permitia”, explicou.
Moro argumentou, por�m, que o clima de “revanchismo” fomentado pelo governo Lula � motivo de apreens�o frente aos processos de cassa��o do seu mandato na Justi�a Eleitoral. “Agora, existe esse clima de revanchismo fomentado pelo governo Lula que, claro, nos traz alguma apreens�o. Mas n�s estamos tranquilos quanto aos fatos e eu estou focado no meu mandato. Eu quero fazer os meus projetos. Quero agir como oposi��o respons�vel contra esse governo. A gente segue adiante olhando pra frente, assim como o governo Lula deveria fazer: olhar pra frente e n�o olhar para tr�s”, defendeu.
Sem afronta
Na entrevista, o senador Sergio Moro avaliou que a aprova��o do projeto de lei que estabelece um marco temporal n�o constituiu uma afronta � decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF). Moro cr� que a percep��o desse projeto de lei tinha que ser aprovada para pacificar o pa�s e trazer seguran�a jur�dica tanto ao campo quanto � cidade. “Precisa sim encontrar oportunidades de desenvolvimento econ�mico para a popula��o ind�gena, mas isso n�o pode ser feito com o sacrif�cio de cidades”.
A situa��o exemplo posta pelo senador � a de Santa Catarina. “V�o destruir a cidade? V�o tirar os moradores, gente que est� l� h� 70 anos para criar uma reserva ind�gena, a qual muitas vezes a popula��o n�o vai mudar a situa��o delas de pobreza ou de baixa renda. Ou seja, o foco do tratamento do problema ind�gena no Brasil est� errado. N�s temos que dar mais oportunidade econ�mica”, aponta Moro.
Para ele, a aprova��o pelo Senado n�o foi uma afronta ao Supremo, pois v�rios ministros do STF j� tiveram oportunidade de dar declara��es afirmando que os pr�prios tiveram que decidir porque o Congresso tem se omitido. “�s vezes n�o � bem verdade, mas �s vezes reflete, de fato, uma falta de delibera��o do Congresso”, diz Sergio Moro.
Delator
A defesa do empres�rio e ex-deputado estadual no Paran� Tony Garcia pediu ontem ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que seja reconhecida a parcialidade do ex-juiz e senador Sergio Moro (Uni�o Brasil-PR) e que sejam anulados todos os atos assinados pelo ex-magistrado sobre ele, incluindo a homologa��o de um acordo de colabora��o premiada.
De acordo com Garcia, Moro cometeu uma s�rie de ilegalidades ao homologar um acordo de dela��o que definia uma lista com “30 tarefas” que o empres�rio deveria cumprir, na condi��o de colaborador da Justi�a. O delator foi investigado nos anos 2000 em um caso pr�-Lava Jato, opera��o que tornou Moro conhecido nacionalmente. O ex-juiz tem negado todas as acusa��es do delator e chamado seus relatos de farsa.