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Estado de Minas SA�DE

Abril Marrom, cegueira e miopia: o perigo dos eletr�nicos

No m�s que lembra a perda da vis�o, oftalmologista fala sobre o uso abusivo das telas e sua rela��o com a miopia, doen�a que poder� ser uma epidemia em 2050


07/04/2022 09:43 - atualizado 07/04/2022 13:31
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Óculos
(foto: Ooscario/Pixabay)

De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), aproximadamente 285 milh�es de pessoas manifestam algum problema de vis�o no mundo. No Brasil, o censo demogr�fico de 2010 (o mais recente coordenado pelo IBGE), d� conta de que cerca de 35 milh�es dos brasileiros apresentam algum grau de dist�rbio visual e mais de 1,2 milh�o vive quadros de cegueira.

Nesse ponto, o acesso ao tratamento deve acontecer o quanto antes, conforme a identifica��o do transtorno - diagn�stico precoce � essencial. De todas essas situa��es relatadas, entre 60% e 80% dos desequil�brios oculares podem ser evitados ou tratados.

A quase totalidade (90%) de toda a percep��o sobre o que est� ao redor parte da vis�o, que responde em grande medida pela intera��o com o meio. � um dos sentidos mais importantes e um dos que mais impacta no dia a dia. Dessa forma, pensar na boa qualidade da vis�o � considerar uma boa qualidade de vida.

Ainda que a sa�de ocular esteja diretamente ligada ao bem-estar, muitas vezes � negligenciada. � comum a preocupa��o com os olhos aparecer s� quando surge algum problema, e isso � um equ�voco. Da� a import�ncia dos exames peri�dicos para detec��o das doen�as, evitando estragos maiores no futuro e, ap�s a identifica��o do dist�rbio, iniciar o tratamento indicado em cada caso.

O acompanhamento oftalmol�gico deve acontecer desde cedo. O primeiro exame deve ser feito entre 6 meses e 1 ano de vida. Ap�s essa primeira avalia��o, � recomendado o exame anual.

Entre as patologias poss�veis de causar cegueira e baixa vis�o est�o a catarata, retinopatia diab�tica, o glaucoma, o ceratocone, a degenera��o macular e os erros de refra��o n�o corrigidos, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia (a popular vista cansada).

Outra desarmonia ocular � o estrabismo, um desalinhamento dos olhos que faz com que o indiv�duo n�o consiga direcionar os dois olhos para um mesmo ponto. Em todas essas situa��es, ter aten��o aos sinais que o olho d� � fundamental para prevenir quadros graves.

O uso de dispositivos digitais e a exposi��o excessiva �s telas tamb�m est�o relacionados a diversos transtornos oftalmol�gicos. Entre as queixas mas comuns nos consult�rios de oftalmologia, est�o problemas como coceira, vis�o emba�ada, dores de cabe�a e fadiga ocular, por exemplo. E isso acontece sem distin��o de idade. Entre os dist�rbios mais comuns relatados, est�o a s�ndrome do olho seco e a miopia.

CAMPANHA

E � sobre a sa�de ocular que se trata o Abril Marrom, m�s dedicado ao tema. Neste ano, um dos direcionamentos da campanha, que alerta sobre a cegueira, � a miopia, que pode fazer v�timas precoces jovens e crian�as. E justamente porque est�o cada vez mais expostos a telas de dispositivos eletr�nicos, como smartphones e tablets.

Considerada como um desafio de sa�de global subestimado, a miopia n�o � mais vista como uma anormalidade t�o simples. Pesquisas internacionais estimam que a disfun��o afetou cerca de 30% da popula��o mundial em 2020, e que esta propor��o deve chegar em 50% em 2050.

A influ�ncia do ambiente e do comportamento, no recorte para essa faixa et�ria, tem sido objeto de diversos estudos cient�ficos ao redor do mundo, que sinalizam uma verdadeira epidemia de miopia para um futuro breve, com prov�vel rela��o entre o uso crescente das telas.

� o que explica a oftalmologista Lu�za Filgueiras Bicalho. "N�o se sabe exatamente se o que estimula o surgimento ou agravamento da miopia � a luz das telas ou a proximidade dos olhos diante delas. Mas as evid�ncias entre uma coisa e outra j� s�o muito fortes", esclarece.

A miopia � um dist�rbio que ocorre quando a imagem de um objeto distante se forma antes da retina, provocando uma redu��o da vis�o a dist�ncia. Exige corre��o, que pode ser feita pelo uso de �culos e lentes ou at� cirurgia. Se n�o cuidada, a mipoia aumenta o risco de disfun��es oculares graves, como descolamento de retina, catarata e glaucoma.

Um quadro mais grave decorrente da miopia � o que pode acarretar cegueira permanente. Artigo cient�fico publicado na se��o Eye da revista Nature, em 2014, mostra que a alta miopia (a doen�a em graus mais elevados) est� surgindo como a principal causa de cegueira permanente em alguns pa�ses asi�ticos, como Jap�o e China (Xangai, especialmente). A pesquisa tamb�m constata que a miopia n�o corrigida � a causa mais frequente de defici�ncia visual � dist�ncia no mundo.

Outro estudo sobre a miopia, que consta no Relat�rio da Reuni�o Cient�fica Global Conjunta da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Brien Holden Vision Institute, de Sidney, na Austr�lia, demonstra que os erros de refra��o a dist�ncia, sendo a maioria deles causados pela miopia, s�o a principal causa mundial de defici�ncia visual moderada e grave (42%) e uma das principais causas de cegueira (3%).

A grande preocupa��o para o risco de as crian�as serem vitimadas pela miopia -somando-se a substitui��o de desktops e telas de TV pelos eletr�nicos, a precocidade da idade e a quantidade de horas manuseando estes aparelhos - � que, quanto mais cedo o in�cio da miopia, mais m�ope o indiv�duo se tornar� ao longo da vida, com todas as debilidades aumentando progressivamente.

"Isso � alarmante, considerando que estes m�poes do futuro poder�o ser as crian�as que hoje est�o expostas precocemente a este grande perigo", alerta Lu�za. � a detec��o precoce do desequil�brio que vai fazer a diferen�a no futuro da crian�a. Diagnosticada no in�cio e tratada corretamente, a miopia se estabiliza e n�o se torna grave.

 "� preciso que os pais estejam alertas, porque �s vezes a crian�a n�o d� sinais de que est� enxergando mal no in�cio do processo. O mundo dela � �nico e ela pensa que todas pessoas tamb�m enxergam assim", alerta a m�dica. Na pr�tica di�ria do consult�rio, ela conta, em m�dia 50% das crian�as que chegam para consultas de rotina j� est�o com o problema.

Abril marrom

Desde 2016, abril foi escolhido para simbolizar a luta pela conscientiza��o e alerta para os riscos da cegueira no Brasil. Foi idealizado pelo professor e m�dico oftalmologista Suel Abujamra. A escolha pela cor marrom diz respeito ao tom da �ris tipicamente dos olhos dos brasileiros.

� tamb�m neste m�s, nesta sexta-feira (8/4), celebrado o Dia Nacional do Braille, a data de nascimento de Jos� �lvares de Azevedo, professor respons�vel por introduzir o alfabeto braille no pa�s, em 1850.


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