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Estado de Minas AUMENTO DE CASOS

Testes r�pidos para COVID s�o confi�veis? O que revelam pesquisas nos EUA

Testes caseiros, amplamente dispon�veis em farm�cias, podem ser ferramenta fundamental para ajudar a reduzir propaga��o da doen�a durante surto


27/06/2022 08:41 - atualizado 27/06/2022 09:38

Mulher olhando resultado de teste rápido de covid-19
(foto: Getty Images)

Desde maio de 2022, os Estados Unidos est�o vivendo outro aumento no n�mero de casos de COVID-19.

Altas taxas de infec��o na Europa e na �sia, junto ao surgimento cont�nuo de novas subvariantes, como a ï¿½micron BA.4 e BA.5, levantam preocupa��es de que outro surto possa estar a caminho.

 

Embora a demanda por testes de COVID-19 tenha superado bastante a oferta no in�cio da pandemia, hoje, muitos de n�s t�m acesso a testes r�pidos caseiros.

 

Os testes caseiros fornecem um resultado r�pido e preciso, mas por outro lado muitos resultados n�o s�o mais reportados �s autoridades de sa�de.




A vantagem destes testes amplamente dispon�veis para comprar nas farm�cias (sem receita m�dica) � que os indiv�duos podem saber de forma r�pida e conveniente seu status de infec��o logo no in�cio para evitar a propaga��o do v�rus para outras pessoas.

Fazemos parte de uma equipe da Escola M�dica da Universidade de Massachusetts, nos EUA, que vem estudando o desempenho dos testes molecular (ou PCR) e ant�geno de COVID-19 nos �ltimos dois anos.

Durante esse per�odo, ajudamos v�rias empresas a gerar os dados necess�rios para passar seus produtos pelo processo de autoriza��o de uso de emerg�ncia do FDA, a ag�ncia reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, e para desenvolvimento comercial.

Tamb�m realizamos estudos em larga escala com dados do mundo real para entender como os testes r�pidos vendidos na farm�cia funcionam em compara��o com os testes de PCR na detec��o de diferentes variantes do SARS-CoV-2, v�rus causador da COVID-19, inclusive entre pessoas sem sintomas.


Mulher colhendo amostra do nariz na frente do espelho para fazer teste rápido de covid-19
Testes r�pidos de ant�geno s�o particularmente �teis para tentar determinar se voc� tem uma infec��o ativa %u2014 e/ou se ainda tem risco de infectar outras pessoas (foto: Getty Images)

Estudamos ainda se a distribui��o em massa de testes r�pidos de ant�geno antes de um surto ajuda a prevenir a dissemina��o — e se os usu�rios desses testes s�o propensos a reportar os resultados aos departamentos de sa�de.

Esses estudos est�o come�ando a fornecer a pesquisadores como n�s evid�ncias sobre o desempenho desses testes e como podemos us�-los para aprimorar as recomenda��es de sa�de p�blica no futuro.

Testes caseiros e a variante �micron

Quando a variante �micron surgiu no final de novembro de 2021, os cientistas reagiram rapidamente para determinar como o PCR e os testes r�pidos se comportavam contra essa nova variante.

 

Pesquisadores demonstraram que um indiv�duo infectado vai testar positivo em um teste de PCR um a dois dias antes de um teste de ant�geno.

Isso acontece porque um teste de PCR funciona amplificando o material gen�tico em uma amostra e, por isso, � capaz de detectar quantidades extremamente pequenas de material viral.

Em contrapartida, um teste de farm�cia s� pode detectar as prote�nas virais presentes na amostra.

No in�cio do surto da �micron, por volta de dezembro de 2021, as pessoas se perguntavam sobre a capacidade dos testes r�pidos de detectar a nova variante.


Mulher pingando conteúdo no frasco para fazer teste rápido de covid-19
Testes caseiros fornecem um resultado r�pido e preciso (foto: Getty Images)

Al�m disso, alguns testes preliminares comprovaram que os testes r�pidos que identificam a variante �micron apresentavam um atraso de um a dois dias no resultado positivo, em compara��o com os testes realizados com a variante delta.

Isso levou a um an�ncio do FDA em 28 de dezembro, pedindo cautela no uso de testes para a detec��o da �micron.

O papel dos testes r�pidos de ant�geno

Durante esse per�odo, nosso grupo estava trabalhando em um estudo analisando o desempenho de testes de farm�cia na popula��o em geral.

Usamos os dados deste estudo para avaliar o desempenho desses testes antes e depois de a �micron se tornar a variante dominante nos Estados Unidos.

Nosso estudo, que ainda n�o foi revisado por pares, foi �nico porque testou pessoas para o v�rus causador da COVID-19 ao longo de duas semanas e, por isso, fomos capazes de observar infec��es emergentes.

Em nossa an�lise de aproximadamente 150 indiv�duos que testaram positivo para SARS-CoV-2 durante o estudo, fizemos duas observa��es importantes.

A primeira � que os testes de farm�cia foram capazes de detectar a variante �micron t�o bem quanto a variante delta.

A outra � que os testes em s�rie — dois testes realizados com de 24 a 36 horas de intervalo — s�o fundamentais no caso dos testes r�pidos.

Isso porque observamos que, se uma pessoa teve uma infec��o detectada por um teste de PCR por pelo menos dois dias seguidos, um ou dois dos testes de farm�cia realizados no mesmo per�odo tamb�m detectaram a infec��o mais de 80% do tempo. Em compara��o, um �nico teste r�pido detectou muito menos infec��es.

Pesquisas anteriores feitas por nossa equipe de estudo e outras sugerem que os testes de farm�cia s�o mais propensos a detectar uma infec��o entre pessoas ativamente contagiosas.

Testes de farm�cia e notifica��es

Em 2021, avaliamos se a distribui��o em massa de testes de farm�cia pode reduzir a transmiss�o do v�rus, comparando novos casos no condado de Washtenaw, em Michigan, que tem uma popula��o de 370 mil habitantes.

Duas comunidades formadas por 140 mil pessoas da popula��o total do condado usaram mais testes r�pidos e evitaram uma m�dia de 40 casos de COVID-19 por dia durante o surto da delta.

Nossas descobertas sugerem que os testes r�pidos de ant�geno s�o uma ferramenta fundamental de sa�de p�blica que pode ajudar a reduzir a propaga��o da doen�a durante um surto.

Mas grande parte das pesquisas realizadas at� o momento sobre testes de farm�cia de SARS-CoV-2 foi feita em ambientes de estudo controlados.

Queremos saber se o desempenho dos testes em um ambiente mais realista espelha o que � observado em estudos cl�nicos.

Uma quest�o � se as pessoas v�o reportar os resultados dos testes de farm�cia aos departamentos de sa�de.

Realizamos v�rios estudos em que as pessoas se cadastravam usando o smartphone, recebiam os testes pelo correio, faziam e reportavam os testes por meio de um aplicativo de smartphone.

Nossa an�lise inicial dos dados do estudo de Michigan, descrito acima, mostra que 98% dos indiv�duos concordaram em enviar os resultados dos testes ao departamento de sa�de do estado.

Mas apenas um em cada tr�s participantes com maior risco de infec��o — por exemplo, aqueles que n�o usam m�scara em p�blico e n�o foram vacinados — enviaram seus resultados.

Os participantes que seguiram atentamente as instru��es no aplicativo reportaram mais resultados de testes ao departamento de sa�de local do que aqueles que n�o seguiram as instru��es.

Tamb�m observamos que os resultados negativos dos testes foram reportados mais do que os resultados positivos.

Em outro estudo, mostramos que os incentivos fazem a diferen�a ao reportar os resultados dos testes.

Os sites com incentivos de notifica��o, como pagamentos em dinheiro, demonstraram n�veis significativamente mais altos de notifica��o ao departamento de sa�de do estado do que os sites sem incentivos.

No total, 75% dos resultados registrados no aplicativo foram notificados. Em todas as comunidades, os testes positivos foram significativamente menos reportados do que os negativos.

Esses resultados indicam que relat�rios baseados em aplicativos com incentivos podem ser uma maneira eficaz de aumentar a notifica��o de testes r�pidos para COVID-19.

No entanto, aumentar a ado��o do aplicativo � um primeiro passo importante.

Esses estudos est�o em andamento e continuamos a obter mais informa��es sobre como as pessoas usam testes r�pidos de ant�geno.

Se voc� estiver interessado em contribuir para esta ci�ncia, voc� pode ver se � eleg�vel para um estudo.

*Nathaniel Hafer � professor assistente de medicina molecular na UMass Chan Medical School, nos EUA. Apurv Soni � professor assistente de medicina na mesma institui��o.

Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado aqui sob uma licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original (em ingl�s).

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61948938'

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