
Os v�rus s�o seres microsc�picos que afetam n�o s� os seres humanos, mas tamb�m causam transtornos nas bact�rias. Um deles, chamado de bacteri�fagos ou fagos, � capaz, inclusive, de infectar e matar as bact�rias mais perigosas. Essa capacidade tem motivado v�rias pesquisas ao redor do mundo para tentar entender a rela��o entre v�rus e bact�rias al�m de poder ser a chave para encontrar ferramentas promissoras de combate �s infec��es bacterianas.
Com essa premissa, pesquisadores multidisciplinares da Universidade da Calif�rnia em San Diego, nos Estados Unidos, identificaram estruturas e processos biol�gicos de fagos e ofereceram uma nova vis�o sobre os chamados "fagos jumbo", que tem defesas contra bact�rias consideradas evolu�das.
Os pesquisadores perceberam que as c�lulas de "fagos jumbo" constroem um compartimento blindado que atua de forma semelhante a um n�cleo em c�lulas humanas e animais. Al�m disso, se mostrou capaz de proteger o material gen�tico central do v�rus, que � necess�rio para replicar e espalhar.
A equipe conseguiu caracterizar esse compartimento e mostrar tamb�m como ele � formado e funciona no n�vel mais b�sico - de cada �tomo � escala de todo o organismo. "� um tipo diferente de compartimento - diferente de tudo que j� vimos na natureza", garante Elizabeth Villa, uma das autoras do estudo.
A descoberta - que foi publicada na revista cient�fica Nature nesta quarta-feira (3/8) - representa uma nova era para a biologia dos fagos uma vez que o compartimento identificado serve como um escudo crescente para prote��o, mas tamb�m precisa importar e exportar algumas coisas da regi�o, fazendo isso com precis�o e seletividade. "� uma biologia muito estranha", pontua Villa.
Al�m disso, os pesquisadores descobriram que o compartimento semelhante ao n�cleo do fago se monta a partir de uma �nica prote�na e, esta rela��o motivou o nome dado a prote�na: Chimallin, em homenagem ao escudo carregado pelos antigos guerreiros astecas.
Para os pesquisadores, a descoberta abre v�rios novos caminhos. "Agora que sabemos que certos fagos t�m um escudo, podemos d�-lo a outros fagos e fazer 'superfagos' que s�o melhores na terapia f�gica e na supera��o das defesas bacterianas", ressalta Joe Pogliano, que tamb�m assina o estudo. "O primeiro passo nesse processo � entender a estrutura da prote�na Chimallin, que comp�e o escudo, e que � uma das raz�es pelas quais este trabalho � t�o importante", afirma tamb�m.
A ideia � que agora eles estudem melhor os bacteri�fagos e tentem encontrar poss�veis solu��es para o combate �s infec��es bacterianas.