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Estado de Minas CONTAMINA��O

Sexo oral sem preservativo pode provocar doen�as: entenda riscos e como se proteger

Contato com mucosa da boca e com secre��es facilita prolifera��o de v�rus e bact�rias


05/08/2022 09:44 - atualizado 05/08/2022 09:47

Boca
Contato entre a boca e a genital pode favorecer o surgimento de uma ou at� v�rias ISTs (foto: Getty Images)

Doen�as causadas por rela��es sexuais desprotegidas geralmente s�o associadas � penetra��o. Mas o sexo oral sem preservativos tamb�m eleva os riscos de ISTs (infec��es sexualmente transmiss�veis). O contato com a mucosa da boca e com as secre��es facilita a prolifera��o de v�rus e bact�rias.


Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, as mais comuns s�o gonorreia e s�filis. Nesta �ltima, sintomas como �lceras na regi�o da boca e das bochechas, al�m de manchas na pele, podem aparecer — e muitas vezes o indiv�duo nem sabe que est� contaminado por confundir com aftas ou por receber um diagn�stico tardio.

De acordo com Demetrius Montenegro, chefe do setor de infectologia do Hospital Universit�rio Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (UPE), a s�filis est� fora de controle no Brasil e merece aten��o.

"A maioria das pessoas acredita que � poss�vel se contaminar no sexo s� com penetra��o, mas isso n�o � verdade", lembra.

 

 


Al�m dessas, h� o risco de HPV (sigla em ingl�s para Papilomav�rus Humano)herpes, clam�dia, hepatites e amigdalite gonoc�cica.

 

Embora os m�dicos alertem para o risco de contrair infec��es pelo sexo oral, contabilizar o n�mero de contaminados por esse meio � mais dif�cil, pois muitas doen�as s�o subnotificadas e nem todas as pessoas fornecem informa��es concretas aos �rg�os de sa�de.


"Os riscos existem, mas n�o s�o calculados exatamente, pois � mais dif�cil dizer sobre taxas de transmiss�o de IST a partir de rela��es isoladas. Geralmente, elas v�m combinadas com rela��es pelas vias genitais", explica Igor Marinho, infectologista do Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Mas como ocorre a contamina��o?

O contato entre a boca e o genital pode favorecer o surgimento de uma ou at� v�rias ISTs. O simples toque com a pele de algu�m que j� tem uma doen�a potencializa a transmiss�o, como ocorre com a s�filis. No caso dos homens, o esperma que sai do p�nis pode contaminar quem est� fazendo o est�mulo sexual.


J� as mulheres podem ter algum pat�geno na lubrifica��o que sai da vagina. Contudo, elas s�o naturalmente mais suscet�veis �s ISTs por causa da anatomia do �rg�o sexual.

"A mucosa vaginal � um epit�lio muito fino. Durante as rela��es sexuais, quase sempre h� algum grau de fissura dessa regi�o, o que facilita a entrada de diversos v�rus. O homem, todavia, tem um �rg�o exposto", explica Camila Ahrens, infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR).

 

O risco se torna ainda maior quando h� les�es na genit�lia ou na boca. Na pr�tica, quando uma pessoa realiza o ato chamado pelos m�dicos de cunil�ngua, no qual a vagina � estimulada pela l�ngua de algu�m, ou a fela��o, quando o mesmo acontece com o p�nis, existe o risco de transmitir alguma infec��o ou doen�a para quem est� recebendo o sexo oral.

 

J� a anil�ngua, quando a pessoa estimula o �nus do parceiro com a pr�pria boca, tamb�m favorece o surgimento de infec��es. Uma das mais comuns � a hepatite A, que ocorre, justamente, pela transmiss�o de v�mitos e fezes, seja por contato sexual ou consumo de alimentos ou �gua contaminados. H�, ainda, o risco de clam�dia, gonorreia e outras doen�as.

 

Vale lembrar que o comportamento sexual sem preservativo � que vai diferir a transmiss�o das ISTs.

"Na realidade, o sexo vaginal insertivo tem mais troca de fluidos corporais. O anal tem maior risco de lacera��o, o que facilita a entrada de v�rus ou bact�rias. J� o oral tem menos risco, mas quem est� fazendo o ato pode transmitir e quem tem a doen�a ativa pode passar", refor�a Ahrens.

Veja abaixo as infec��es que podem ser contra�das durante o sexo oral sem prote��o.

S�filis

Segundo o �ltimo boletim epidemiol�gico de s�filis, divulgado pelo Minist�rio da Sa�de no ano passado, no Brasil, a popula��o mais afetada por essa infec��o s�o mulheres, especialmente negras e jovens, na faixa et�ria de 20 a 29 anos.

A infec��o � causada pela bact�ria Treponema pallidum, que pode comprometer genitais, garganta e boca. Ela pode ser transmitida tanto no sexo oral quanto na penetra��o. O diagn�stico ocorre por meio da sorologia, que � o exame de sangue, ou pelo chamado VDRL (em ingl�s Venereal Disease Research Laboratory). Essa IST tem suas principais apresenta��es na forma prim�ria, secund�ria e terci�ria.


Banana e mamão
No caso dos homens, o esperma que sai do p�nis pode contaminar quem est� fazendo o est�mulo sexual. J� as mulheres podem ter algum pat�geno na lubrifica��o que sai da vagina (foto: Getty Images)

Na prim�ria, ocorre o surgimento de uma �lcera indolor pelo contato da bact�ria da pele do indiv�duo que foi contaminado. A pessoa pode ter ferimentos dentro da boca, seja na l�ngua, bochecha ou em outra parte interna desta regi�o. Essas les�es s�o chamadas de "cancro duro". "Elas podem ser indolores e at� confundidas com uma afta", diz Marinho.

Quando isso ocorre, o indiv�duo que fez o sexo oral no outro parceiro pode contamin�-lo at� mesmo sem saber que estava doente.

"A bact�ria � encontrada no s�men ou no l�quido de secre��o do p�nis", acrescenta Montenegro.

No caso da mulher, ela pode transmitir o agente por meio da lubrifica��o que sai da vagina durante o ato sexual. O risco � ainda maior quando o outro tem ferimentos na cavidade oral.

A s�filis secund�ria � caracterizada por sintomas mais sist�micos e ocorre algumas semanas ap�s a contamina��o do primeiro tipo. O indiv�duo pode apresentar manchas na pele e prostra��es.

No formato terci�rio, os sintomas surgem anos depois da infec��o. Mas, devido ao diagn�stico tardio, pode ocorrer o acometimento vascular e neurol�gico, com insufici�ncia card�aca ou acidente vascular cerebral (AVC).

"Ela se torna uma doen�a silenciosa e vai transmitindo", refor�a Montenegro.

O tratamento ocorre com antibi�tico e a melhor forma de preven��o � usando camisinha feminina ou masculina.

Amigdalite gonoc�cica

Provocada pela bact�ria gonococos, o mesmo agente da gonorreia, a infec��o causa secre��o nas am�gdalas e garganta.

� mais comum que seja transmitida pelo sexo oral, pois h� um contato direto da boca com o genital, aumentando o risco de cont�gio. O diagn�stico acontece pelo hist�rico de sintomas do paciente. Geralmente, � feito um exame retirando a secre��o da garganta para visualizar o micro-organismo.

Segundo Montenegro, ainda h� um tabu entre os pr�prios m�dicos em perguntar sobre a atividade sexual das pessoas. Se o compartilhamento das informa��es fosse mais difundido, diagn�sticos tardios seriam evitados, melhorando a resposta do tratamento ao quadro, opina.

Muitas vezes, a pessoa que j� est� contaminada com a gonorreia pode ser assintom�tica e infecta o parceiro.

Como se trata de um tipo de bact�ria resistente, n�o � todo antibi�tico que vai tratar e curar o problema. Por isso, � importante uma investiga��o a fundo dessa IST.

"Uma amigdalite que n�o tem resposta, precisa suspeitar e perguntar se o paciente teve algum tipo de rela��o oral. Normalmente, em quem tem gonococos, eles aparecem na regi�o genital, a� contamina o outro. Isso vale tanto para o homem quanto para a mulher", refor�a o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz.

Gonorreia

Tamb�m causada pelo gonococos, essa IST pode provocar corrimentos uretrais e, em quadros mais graves, infec��o na pelve e at� infertilidade. A transmiss�o ocorre tanto pela penetra��o, quanto pelo sexo oral.

O diagn�stico � feito por meio de um exame semelhante ao da covid-19, no qual � inserido uma haste flex�vel (o swab) na garganta.

Os sintomas nesta parte do corpo podem ser assintom�ticos e o indiv�duo, muitas vezes, contamina outras pessoas sem ao menos saber que tem a infec��o. Por causa disso, � ainda mais complicado quantificar a incid�ncia dessa IST na popula��o brasileira.

"A gonorreia n�o tem notifica��o compuls�ria e obrigat�ria. Por isso, � uma infec��o subnotificada", ressalta Mario Gonzales, diretor m�dico do Instituto de Infectologia Em�lio Ribas, em S�o Paulo.

O tratamento dessa infec��o sexualmente transmiss�vel tamb�m � complicado e pode demorar, j� que em alguns casos o organismo desenvolve uma resist�ncia maior a alguns antibi�ticos.


Camisinhas coloridas
Uso de camisinha � recomendado como um dos m�todos para prevenir as ISTs (foto: Getty Images)

HPV

Essa infec��o sexualmente transmiss�vel ocorre por meio do papilomav�rus humano. O HPV provoca verrugas na regi�o genital, oral e anal. O principal meio de cont�gio ocorre pela via sexual, que pode ser pelo contato oral-genital, genital-genital ou at� manual-genital.

No sexo oral, o surgimento dos sintomas tamb�m pode aparecer na l�ngua, na garganta, no canto da bochecha e tecido gengival. Mas a contamina��o s� ocorre, de fato, quando h� uma les�o prim�ria e por meio de algum tipo machucado ou fissura. Desta forma, o agente viral consegue se infiltrar no organismo e contaminar o indiv�duo.

� importante um tratamento r�pido e eficiente, pois a infec��o pode evoluir para c�ncer do colo do �tero, al�m de tamb�m ser um agente importante por tr�s de tumores no �nus, na cabe�a e no pesco�o. A linha terap�utica consiste na cauteriza��o e elimina��o das verrugas existentes.

A maneira mais f�cil de prote��o acontece por meio das vacinas, dispon�veis na rede p�blica para alguns grupos espec�ficos. "O ideal � que a vacina��o seja feita antes de iniciar a rela��o sexual. Existem v�rios tipos de HPV, mas a vacina vai proteger os que causam c�ncer", alerta Montenegro.

Herpes

Essa IST � provocada por um v�rus que se divide nos tipos 1 e 2. No primeiro caso, o surgimento de "bolhas" � mais comum na regi�o oral. J� no 2, os sintomas podem aparecer na regi�o genital.

Com o sexo oral desprotegido, a contamina��o ocorre de forma cruzada e o tipo genital pode se manifestar na cavidade oral. A recorr�ncia do problema (com o aparecimento das les�es em formas de bolhas e feridas), indica que a pessoa est� com queda de imunidade e precisa fazer exames para verificar se h� falta de vitaminas ou de outros nutrientes.

Vale lembrar que a forma de transmiss�o tamb�m pode ser por outras vias como beijo, pincel de maquiagem, compartilhamento de objetos, entre outros. O tratamento inclui uso de pomadas ou comprimidos.

Clam�dia

Segundo o Minist�rio da Sa�de, n�o existem dados epidemiol�gicos no Brasil sobre essa IST, mas os dados do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos (CDC/2017) mostram que a maioria dos casos ocorre em pessoas na faixa et�ria entre 15 e 24 anos. A condi��o pode ser transmitida por uma bact�ria chamada Chlamydia trachomatis, que provoca inflama��es na regi�o genital e urin�ria.

O micro-organismo pode causar cervicite, que atinge o colo do �tero causando dor na rela��o sexual e sangramento. Em infec��es graves e profundas, pode causar infertilidade no homem e na mulher.

Essa IST tamb�m pode ser transmitida pelo sexo oral, mas o contato com esperma aumenta o risco do problema — isso porque o s�men pode ter uma carga viral maior do agente infecioso. Por isso, o sexo desprotegido, incluindo a penetra��o, tamb�m aumenta o risco dessa doen�a.

Para tratar o quadro, recomenda-se o uso de antibi�ticos e n�o ter rela��es sexuais durante seu curso, normalmente, de sete dias.

Hepatite A, B e C

No �ltimo boletim epidemiol�gico de hepatites virais divulgado pelo Minist�rio da Sa�de no ano passado, no Brasil, entre 1999 a 2020, 254,3 mil pessoas foram diagnosticadas com o v�rus da hepatite B e 262,8 mil com o v�rus da hepatite C. Essas infec��es s�o as principais causas de doen�a hep�tica cr�nica, cirrose hep�tica e carcinoma hepatocelular.

Contudo, a transmiss�o da hepatite A � por meio de vias orais-fecais. Ou seja, � poss�vel contrair a infec��o no sexo oral e tamb�m por qualquer atividade sexual. A mais comum, no entanto, � pelo �nus. Por isso o risco de lamber a regi�o ou realizar sexo anal desprotegido aumentam a incid�ncia do quadro.

"Em 2017, a OMS fez um alerta sobre surto de hepatite A por transmiss�o sexual pela pr�tica de sexo oral-anal. Esse surto aconteceu em algumas cidades da Europa, como Barcelona. No Brasil, o n�mero de casos foi maior na cidade de S�o Paulo", destaca Montenegro. Ainda n�o h� nenhum tratamento espec�fico para esse tipo de hepatite. No geral, os especialistas recomendam lavar bem as m�os e alimentos, uso de preservativos antes e depois das rela��es sexuais, lavagem da genit�lia, per�neo e regi�o anal ap�s o ato sexual e higieniza��o de vibradores, plugs anais e vaginais.

No tipo B, a contamina��o pode ocorrer por uma les�o na boca, por contato com o s�men e pelo canal vaginal ou anal. A linha terap�utica inclui uso de antivirais e tamb�m, quando necess�rio, n�o consumir bebidas alco�licas.

No tipo C, o risco pelo sexo oral � menor e est� ligado com o manejo de objetos infectados como agulha contaminada, uso de materiais para drogas recreativas, seringas e outros. O tratamento ocorre com antivirais.

H� riscos de HIV?

Embora seja menos comum, tamb�m � poss�vel se contaminar com HIV por meio do sexo oral. No entanto, � necess�ria uma quantidade de v�rus elevada para isso ocorrer, al�m do parceiro ter alguma ferida ou machucado na boca ou garganta.

"O risco � um pouco menor, mas com pequenas feridas, que podem aparecer com depila��o, por exemplo, existe a possibilidade", refor�a Marinho.

A contamina��o entre o sexo masculino e feminino � diferente justamente por causa da ejacula��o. Segundo os m�dicos, exames j� mostraram uma carga viral maior no s�men, sendo essa uma porta de entrada para o cont�gio. Contudo, isso � uma exclusividade dessa infec��o.


Eletromicrografia mostra HIV infectando célula humana
Eletromicrografia mostra HIV infectando c�lula humana (foto: Getty Images)

De acordo com Felipe Tuon, infectologista do Hospital Universit�rio Cajuru, em Curitiba (PR), em outras doen�as ainda faltam estudos comparando o risco de transmiss�o e existem s� conceitos te�ricos.

E o monkeypox?

Sim, o v�rus causador da var�ola dos macacos tamb�m pode passar durante o sexo oral. Isso porque o contato com o v�rus acontece atrav�s das feridas t�picas da doen�a, que aparecem na boca, nos genitais, no �nus e nos bra�os.

Portanto, a pessoa que faz sexo oral em algu�m infectado tamb�m pode pegar o monkeypox.

� por isso que os m�dicos recomendam que indiv�duos com essas manifesta��es na pele procurem uma avalia��o m�dica e fa�am o teste.

Se o exame confirmar a doen�a, � preciso ficar em isolamento at� que as feridas estejam completamente cicatrizadas.

Como prevenir?

Uma das formas mais acess�veis � utilizar m�todos de barreira para impedir que a mucosa da boca entre em contato com os genitais. No passado, como o uso do preservativo feminino n�o era t�o difundido entre as mulheres, os pr�prios m�dicos recomendavam a aplica��o de papel filme, aqueles usados na cozinha.

Por�m, com a baixa ades�o e por ser mais f�cil de sair durante o ato sexual, atualmente, os profissionais sugerem a camisinha feminina. Mesmo assim, a prote��o ainda n�o � t�o usual entre os parceiros.

"� muito dif�cil ver pacientes usando. Vemos muitas pessoas se reinfectando e menosprezando a recomenda��o m�dica", afirma Ahrens.

Para os homens, tamb�m � indicado o uso de preservativos durante todas rela��es sexuais. "� necess�rio proteger a regi�o genital com camisinha e n�o retir�-la. Pode colocar a camisinha feminina, camisinha masculina ou ambas", destaca Tuon.

Medidas educativas e pol�ticas p�blicas tamb�m devem ser inseridas, principalmente entre jovens e adolescentes que, muitas vezes, n�o usam camisinha. Isso foi constatado, inclusive, por um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulgado no in�cio do m�s de julho. Os dados indicam que o percentual de pessoas entre 13 e 17 anos que usaram preservativo na �ltima rela��o sexual diminuiu de 72,5% para 62,8%.

No caso de indiv�duos que j� t�m vida sexual ativa, o recomendado, segundo os especialistas, � fazer testes de rotina a cada seis meses para identificar poss�veis infec��es. "Pessoas com s�filis precisam ser testadas", alerta Tuon.

A profilaxia, que � um m�todo de preven��o, pr� e p�s sexo, tamb�m � indicada para diminuir o risco de ISTs. � poss�vel procurar hospitais da rede p�blica para consulta ou orienta��es e, dessa forma, evitar contamina��es.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62347014

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