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Estado de Minas AUDI��O

O que � misofonia, transtorno auditivo que pode devastar fam�lias

H� aqueles que n�o suportam nem os sons mais simples e t�m rea��es f�sicas e psicol�gicas extremas que impactam sua vida e a de seus familiares. Nesta reportagem, duas mulheres contam como tiveram suas vidas afetadas pela misofonia.


05/08/2022 15:45 - atualizado 05/08/2022 21:45

Jovem sentado com as mãos nos ouvidos para se proteger dos ruídos
(foto: Getty Images)

� muito prov�vel que o ranger de unhas arranhando um quadro ou um vidro met�lico lhe d� arrepios, como acontece com muitos de n�s. �s vezes basta imaginar essa situa��o para sentir o inc�modo.

 

S�o sons de alta frequ�ncia e s�o t�o desagrad�veis %u200B%u200Bao ouvido humano que podem causar rea��es negativas no c�rebro, alterando temporariamente o humor e o controle do indiv�duo.

 

 

 

Mas imagine se voc� n�o suportasse um som simples, como um estalar de l�bios, ou um suspiro, ou algu�m mastigando, e sua primeira rea��o fosse atacar a fonte daquele som ou correr para se esconder?

� o que acontece com quem sofre de misofonia, um transtorno investigado h� poucos anos e que envolve sensibilidade e reatividade a est�mulos sonoros que, no n�vel mais grave, podem ser devastadores para quem sofre e seus familiares.

A BBC News Mundo (servi�o em espanhol da BBC) coletou as experi�ncias dolorosas de duas mulheres cujas vidas foram afetadas por esse mal: a m�e de um jovem com o transtorno e outra que sofre com isso desde crian�a.

Tamb�m conversamos com um psic�logo cl�nico e um neurocientista para tentar esclarecer a origem dessa condi��o auditiva, quais pesquisas foram feitas e o que a ci�ncia est� procurando para encontrar uma terapia adequada.

(Os nomes das pessoas afetadas foram alterados para proteger sua identidade)

Dentro do "emaranhado da misofonia"

Grace, de 59 anos, mora em Minneapolis, Minnesota, nos Estados Unidos, onde � professora universit�ria. Ela est� casada h� quase 30 anos e tem tr�s filhos; dois rapazes de 25 e 19 anos e uma filha de 23.

"Eu diria que tivemos uma vida familiar tipicamente feliz, com problemas que seriam considerados normais", diz � BBC News Mundo.

At� que ela come�ou a notar um comportamento curioso em seu filho mais novo.

"Quando Matthew tinha cerca de 12 anos, ele come�ou a desenvolver uma vida cada vez mais distante de mim... Ele passava mais tempo com o pai, quando tinha um problema recorria a ele", diz ela. "Eu atribu� isso aos interesses dele, ao qu�o diferente ele era de mim."


Matthew de costas andando por um caminho
Matthew, cerca de dois anos antes de manifestar a misofonia (foto: Arquivo pessoal)

Ele gostava de estar ao ar livre, andar de bicicleta, sair com os amigos e praticar esportes, enquanto ela se sente atra�da pela vida acad�mica, pela leitura.

Grace at� brincava com o marido que o menino parecia ser filho somente dele.

Eles ficaram com essa ideia, "tr�gica em retrospectiva", destaca Grace, porque se eles soubessem que estava relacionado a um problema mais s�rio, talvez pudessem ter sido capazes de intervir mais cedo.

Porque quando Matthew tinha cerca de 15 anos, a situa��o ficou mais dram�tica: o jovem come�ou a fugir de Grace.

"Se eu entrasse em uma sala em que ele estava, ele sa�a correndo. Ou se agachava em um canto at� que eu sa�sse", descreve. "O pior era no carro, quando eu o levava para a escola ou para um compromisso. Ele ficava todo curvado, puxava o capuz do moletom e n�o falava comigo."


Criança encapuzada cobre os ouvidos e no fundo há uma mulher adulta sentada em um sofá
(foto: Getty Images)

Grace perguntava a ele o que estava acontecendo, mas o menino n�o conseguia articular e respondia "nada".

"Essa evas�o me fez sentir como se ele me odiasse, e isso foi devastador para mim", diz.

"Mor�vamos na mesma casa, mas eu quase nunca o via, quase n�o o ouvia falar, ele literalmente desapareceu naquela fase aguda. Ele tamb�m emagreceu muito, estava muito estressado, parecia atormentado, miser�vel."

Algo estava acontecendo e eles n�o conseguiam descobrir. At� que marcaram uma consulta com um psic�logo e foi a� que receberam o diagn�stico: misofonia.

�dio ao som

Misofonia � um termo relativamente novo que descreve um dist�rbio auditivo que n�o � claramente compreendido, diz Zachary Rosenthal, psic�logo cl�nico e professor do Departamento de Psiquiatria e Neuroci�ncia da Duke University, nos Estados Unidos.

Envolve um tipo de sensibilidade e reatividade a est�mulos sonoros e/ou sinais visuais repetitivos.

Os sons s�o tipicamente, mas nem sempre, feitos por outras pessoas, seja com seus rostos, l�bios, narizes ou gargantas, diz Rosenthal � BBC News Mundo, e costumam ocorrer em ambientes onde a pessoa afetada se sente presa, como algu�m mastigando uma ma�� em um �nibus.

Esses sons s�o descritos como "gatilhos" porque provocam ou desencadeiam uma rea��o intensa na pessoa que se incomoda com a situa��o.

O termo vem do grego e significa literalmente "�dio ao som", e embora tenha sido adotado ap�s cuidadosa considera��o, o psic�logo o considera infeliz.

"As pessoas com misofonia n�o necessariamente t�m �dio, mas experimentam uma gama de emo��es e respondem com comportamento emocional, cognitivo e fisiol�gico que acontece quase automaticamente e elas n�o podem controlar..."

"Aqueles que sofrem de misofonia veem a pessoa que faz um barulho que os afeta "como um urso agressivo", e seu corpo reage como se fosse uma amea�a significativa, que desencadeia o instinto de fuga ou luta, e que eles s�o incapazes de fugir", diz Rosenthal.

O transtorno pode levar � incapacidade e nos casos mais graves � devastador, tanto para o indiv�duo quanto para sua fam�lia.

"Minha m�e foi o gatilho"

"A primeira lembran�a da minha inf�ncia � de um evento que me causou uma rea��o misof�nica. Minha m�e foi o gatilho", diz Diana � BBC News Mundo.

"Est�vamos sentadas assistindo televis�o quando ela me disse que queria me contar um segredo. Sendo uma garota, eu estava animada com sua cumplicidade."

"Mas o que ela fez foi colocar um monte de batatas fritas na boca e mastig�-las perto da minha orelha."


Uma jovem enchendo a boca com batatas fritas
A croc�ncia das batatas fritas pode ser insuport�vel para alguns (foto: Getty Images)

Diana atualmente tem 52 anos, � casada e tem dois filhos. Ela conviveu com a misofonia por toda a vida.

Ela n�o sabe exatamente quantos anos tinha quando sua m�e fez o que ele imagina ter sido uma brincadeira. Ele s� se lembra da f�ria que lhe causou e como gritou, chorou e sofreu c�licas.

A partir de ent�o, sua rela��o com a m�e foi muito estranha.

"Ela sempre fazia barulho porque sabia que eu teria uma rea��o. Aparentemente ela achava engra�ado, porque n�o parava de fazer isso."

Ela admite que chegou a odiar a m�e, literalmente. "N�o � como as crian�as que dizem 'eu odeio minha m�e e meu pai' �s vezes. N�o, eu absolutamente a odiei. Desenvolvi um total distanciamento emocional."

Ela fez o que p�de para evit�-la. Ficou o maior tempo poss�vel em seu quarto, aprendeu a comer muito r�pido para poder se levantar da mesa o quanto antes e, assim que cresceu, sa�a sempre que podia.

Diana era a ca�ula de seis irm�os. Os adultos j� haviam sa�do de casa e, al�m de sua m�e, havia apenas sua irm�, 5 anos mais velha, e seu pai, a quem ela sempre recorria para abra�ar e se sentir protegida.

Mas os gatilhos come�aram a aumentar (como costuma acontecer) e havia momentos em que sua irm� e seu pai tamb�m podiam desencadear uma crise nela.

J� adolescente, ap�s uma provoca��o, sua m�e ficou furiosa com a rea��o dela e exigiu que se ele n�o tivesse nada de gentil para dizer, que n�o falasse com ela.

"Foi quando eu parei de falar com ela. Eu n�o disse uma palavra para ela por dois anos."


Imagem difusa de mulheres olhando para lados opostos
A falta de compreens�o sobre a misofonia pode ser devastadora para os relacionamentos familiares (foto: Getty Images)

Apesar dessa situa��o, seus pais nunca a levaram para terapia e ela nunca confrontou sua m�e (j� falecida) com a situa��o.

"Eu assumi que eu era um ser monstruoso e maligno, algo muito comum entre aqueles que sofrem de misofonia. Eu n�o sabia que era uma condi��o, achava que era uma falha na minha personalidade e sofri em sil�ncio."

O que acontece no c�rebro?

Cerca de 10 anos atr�s, os pesquisadores Sukhinder Kumar, da Universidade de Iowa, nos EUA, e Tim Griffiths, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, realizaram um estudo no qual tocaram um conjunto inteiro de sons para volunt�rios classificarem de acordo com o qu�o suport�veis %u200B%u200Beles eram.

Ao mesmo tempo, eles observaram por meio de resson�ncia magn�tica (RM) a atividade cerebral de quem experimentou aquela gama de sons e a correlacionaram com a avalia��o pessoal que fizeram de cada som.

O que eles descobriram foi uma intera��o em duas regi�es-chave do c�rebro: o c�rtex auditivo (a parte associada � audi��o) e a am�gdala ou corpo amigdaloide, uma estrutura geralmente envolvida em processos emocionais e mais especificamente na atribui��o de val�ncias emocionais ou psicol�gicas a certos eventos ou est�mulos.


Duas imagens do cérebro. A esquerda ressalta La de la izquierda resalta o córtex auditivo; o da direita destaca a amígdala
Os estudos indicaram uma intera��o entre o c�rtex auditivo (esquerda) e a am�gdala (direita) (foto: Getty Images)

"Essas duas regi�es se alimentavam de informa��es", disse � BBC o neurocientista Phillip Gander, que continua explorando o estudo de seus colegas Kumar e Griffiths.

"Uma regi�o dizia 'eu tenho esses tipos de sons' e a outra regi�o estava dizendo 'eu realmente n�o gosto deles e essa � a rea��o que voc� deveria ter'", explicou Gander, especialista em dist�rbios auditivos no Universidade de Iowa.

Em rela��o � misofonia, suas apura��es, e a de Kumar e Griffiths, indica que as regi�es ativadas do c�rebro t�m a ver com mecanismos de controle e aprendizado e, muito importante, com mecanismos que englobam a experi�ncia do nosso mundo interior.

"Se relaciona a como o nosso mundo externo (percep��o) corresponde ao nosso mundo interno (interocep��o) e como nosso c�rebro avalia esses eventos."

"Minha voz e minha mand�bula"

Grace e seu marido tiveram a sorte de encontrar um bom psic�logo familiarizado com a misofonia muito perto de onde moram. Eles fazem sess�es familiares e individuais.

Mas, embora tenha dado a eles ferramentas para entender Matthew, ainda � uma situa��o dif�cil de enfrentar.

"Sou uma pessoa inquieta, me movo muito", diz Grace. "E antes de falar fa�o um som quase inaud�vel, uma leve apira��o que provoca meu filho, como tamb�m pode acontecer quando ele v� meu maxilar se mexer."


Três rostos de perfil distorcidas
Pessoa com misofonia pode reagir a diferentes movimentos faciais (foto: Getty Images)

"� algo que me faz sentir horr�vel, me parte o cora��o. N�o h� nada mais cruel do que seu pr�prio filho fugir de voc�, se esconder em um canto e cobrir o rosto", detalha.

"O que mudou com a terapia � que tento lidar melhor com o fato de ser constantemente a fonte dessa repulsa", diz Grace.

Medidas criativas

A fam�lia tamb�m reorganizou a casa.

Matthew ocupa o terceiro andar. Tem o seu pr�prio quarto, um banheiro e uma ampla sala. Ele vai para o local imediatamente quando chega do trabalho. Ele n�o fala ou v� sua m�e e eles se comunicam por texto ou e-mail.

"Todas as noites eu mando um texto para ele para ver como ele est� e, em seguida, geralmente mando um e-mail mais longo contando coisas sobre a nossa vida familiar."

Quando Matthew tem algo urgente a dizer, ele para no corredor e Grace entra em um quarto ao lado, onde ela pergunta por mensagem de texto se ela pode responder ou se deve apenas escutar.

Quando ele n�o est�, sua m�e sobe ao terceiro andar para arrumar o local um pouco. Ela tem um caderno onde deixa recados para ele e toda semana coloca novas fotos da fam�lia, do filho e de todos juntos nos porta-retratos.

"Parece rid�culo, mas tento fazer coisas para incluir Matthew na vida cotidiana e lembr�-lo o quanto o amamos e que ele continua sendo uma parte central da fam�lia, mesmo que permane�a � margem".


A casa de Grace
O �ltimo andar da casa de Grace foi reservado para Matthew (foto: Arquivo pessoal)

Em um Natal, por exemplo, ao abrir os presentes, Matthew e seus irm�os foram para a sala, enquanto Grace e o marido ficaram em outro andar assistindo-os em v�deo. Os filhos falavam com eles, os pais respondiam por mensagem.

Quais tratamentos existem?

Por ser um fen�meno dif�cil de diagnosticar e sobre o qual h� pouco conhecimento, n�o existem tratamentos bem desenvolvidos do ponto de vista cient�fico, diz Zachary Rosenthal, da Duke University.

"Quase tudo o que foi experimentado foi feito usando algum tipo de terapia cognitivo-comportamental (TCC)", que incluem interven��es que mudam os padr�es de pensamento, aprendizado, gerenciamento corporal, regula��o emocional, aten��o e comunica��o.


Terapeuta escuta paciente em sessão
A terapia cognitivo-comportamental, como parte de um tratamento multidisciplinar, seria uma forma de tratar a condi��o, de acordo com especialista (foto: Getty Images)

Mas a misofonia � melhor compreendida como uma condi��o multidisciplinar, diz o especialista.

"N�o dever�amos nos concentrar apenas em um dist�rbio psiqui�trico ou de sa�de mental. Consultar um especialista em terapia cognitivo-comportamental � uma parte. A outra seria consultar um fonoaudi�logo que possa avaliar problemas ou processos auditivos", explica.

Tamb�m recomenda conversar com o paciente sobre estrat�gias de escuta, onde dispositivos podem ser usados %u200B%u200Bnos ouvidos para proteger ou filtrar sons seletivos, que podem ajud�-los a funcionar em suas vidas e controlar o impulso de querer escapar.

"� complexo. N�o � um problema que vai ser resolvido em um s� lugar. H� pessoas que talvez precisem consultar um neurologista. Ou at� mesmo um terapeuta ocupacional."

"Navegando pela vida" com misofonia

Diana encontrou ajuda ap�s um �rduo processo de busca.

"Levei quase dois anos e centenas, sen�o milhares de telefonemas, para encontrar um profissional de sa�de que tivesse ao menos ouvido falar disso", diz. "Em 2016, fui a uma fonoaudi�loga que me fez um check-up completo e confirmou que eu realmente tinha misofonia".

Mas como n�o h� diagn�stico codificado, sua hist�ria reflete percep��o auditiva anormal com o subtexto da misofonia.


Silhueta difusa de uma mulher atrás de um vidro
"Voc� imagina uma bolha preta envolvendo voc�", descreve Diana sobre a misofonia (foto: Getty Images)

Come�aram com um tratamento de aparelhos auditivos internos que geravam um ru�do para tentar mascarar os sons que a incomodavam, mas n�o funcionaram.

"Com o que sofremos, podemos usar ru�do branco, rosa, marrom ou vermelho (sons de diferentes frequ�ncias) como forma de lidar com a misofonia, mas esses s�o todos gatilhos para mim", afirma.

Com a ajuda de um terapeuta, ela continuou a procurar terapias ou maneiras de conviver com a condi��o.

"Depois de todo esse esfor�o, cheguei � conclus�o de que o que preciso � aceitar que isso faz parte de mim e que tenho que navegar pela vida da melhor maneira poss�vel."

Sil�ncio e isolamento

"Criamos nossos filhos dizendo 'mam�e n�o gosta de certos sons'", diz Diana. "Eles podem comer pipoca, batatas fritas ou outros alimentos crocantes, mas precisam fazer isso em outro quarto. Isso tem sido o 'normal' de nossas vidas."

Ela enfatiza que seu marido a apoia muito e geralmente pode l�-la muito bem e reconhecer seus gatilhos.

Mas h� sempre um fator de imprevisibilidade, que gera tens�es no casamento.

"�s vezes eu fugia para o quarto, ia para a cama e ficava sozinha e no escuro. � algo que eu preciso", diz ela.

"Ele queria ser meu pr�ncipe encantado e vir em meu socorro e n�o conseguia entender que eu precisava daquele tempo para mim e que se quisesse me ajudar tinha que me deixar. Mas ele j� entende, � muito respeitoso e n�o entra no meu espa�o sem antes perguntar", explica.

Diana pratica exerc�cios para ajudar sua sa�de mental. Ela gosta de escrever, fazer artesanato e assar.

"Tenho um cachorrinho que me d� muito apoio emocional, mas 'n�o tenho vida social'", diz aos risos. "Isso � restrito a conversar com a minha melhor amiga no Facebook. Mas eu n�o saio e n�o como junto com ningu�m."


O cachorro de Diana
O cachorro de Diana lhe oferece apoio emocional (foto: Arquivo pessoal)

Abra�o inesperado

Com o apoio da fam�lia e do terapeuta, Matthew conseguiu superar algumas barreiras, com resultados que Grace admite ter surpreendido.

Ap�s um ano de separa��o total, a fam�lia come�ou a aprender como ficar reunida da maneira mais confort�vel para Matthew. E de repente ele come�ou a mandar mensagens para sua m�e perguntando onde ela estava na casa.

"Ele me procurou e me deu um abra�o. Foi algo imenso, incr�vel. Chorei por uma hora", conta, reconhecendo o pre�o que seu filho com certeza se arriscou a pagar por aquele contato.

"Isso aconteceu quatro ou cinco vezes nos �ltimos dois anos, quando estamos em contato por cerca de 40 segundos, ele pode me abra�ar, dizer que me ama e depois ir embora."

Apesar das dificuldades, Matthew tem perspectivas e motiva��es em sua vida. Ele � um grande jogador de squash, a reverbera��o sonora da bola lhe traz al�vio. Ele � um operador de ambul�ncia e em breve ser� entrevistado para um cargo no Departamento de Bombeiros de St. Paul, Minnesota, um sonho que ele tem desde a inf�ncia, conta Grace.

"Minha esperan�a � que ele desenvolva uma vida profissional feliz e tenha uma fam�lia. Eu realmente quero isso porque sinto que ele n�o teve isso aqui conosco", diz ele.

"O triste � que eu n�o vejo que essa vida me inclua muito, a menos que algo mude drasticamente, como a minha presen�a f�sica."

Grace est� escrevendo um livro sobre viver com misofonia e planeja public�-lo em um ano | Diana espera pela formatura da filha, mas s� poder� v�-la em v�deo | Zachary Rosenthal � diretor do Duke Center for Misofonia and Emotional Regulation www.misophonia.duke.edu. Phillip Gander � o principal pesquisador do Grupo de Cogni��o auditiva www.auditorycognition.org

Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62327892

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