Adicionar sal em alimentos � mesa aumenta em 28% o risco de morte

� comum ver um saleiro � mesa dos brasileiros - e muitos que adicionam mais do tempero � comida sempre que poss�vel. Mas, de acordo com um estudo feito pelo Biobank UK, um banco de dados ligado ao sistema p�blico de sa�de do Reino Unido, pessoas que adicionam sal aos alimentos na mesa tem uma chance 28% maior de morrer prematuramente do que aquelas que nunca ou raramente aumentam a quantidade.

O estudo, publicado este m�s no European Heart Journal, acompanhou mais de 500 mil pessoas durante nove anos. Foram distribu�dos formul�rios para acompanhar a adi��o de sal em alimentos prontos. Ao longo desse tempo, foram documentadas 18.474 mortes prematuras por todas as causas.

 

 

O trabalho ainda mostrou que a mortalidade por doen�as cardiovasculares e c�ncer tamb�m � maior para quem consome mais sal.

A maior frequ�ncia de morte se deu entre pacientes do sexo masculinos, n�o brancos e com IMC (�ndice de massa corporal) mais alto. Esses tamb�m apresentaram maior preval�ncia de diabetes e doen�as cardiovasculares. A maior ingest�o de carne vermelha e processada tamb�m impactou negativamente a sa�de deste grupo.

Nos pacientes com 50 anos ou mais, a adi��o frequente de sal nas refei��es pode reduzir a expectativa de vida em 2,28 anos para homens e 1,5 anos para mulheres.

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CONSUMO NO BRASIL

A OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de) recomenda que adultos consumam 5 gramas de sal por dia. O estudo traz um alerta para a popula��o brasileira, cujo consumo de s�dio, de acordo com os especialistas, � alto.

O cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da Unidade Cl�nica de Hipertens�o do InCor (Instituto do Cora��o), afirma que a ingest�o di�ria de s�dio no pa�s chega a ser mais que o dobro do recomendado.

 

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"S�o v�rias as fontes. � sal no cozimento, s�o os produtos que cont�m s�dio e o sal adicionado � mesa. A gente v� frequentemente em restaurantes que a pessoa coloca o sal �s vezes at� antes de provar a comida", destaca o m�dico.

A nutricionista Lara Natacci, coordenadora da comiss�o de comunica��o da Sociedade Brasileira de Alimenta��o e Nutri��o e doutora pela USP (Universidade de S�o Paulo), diz que o maior consumo pelos brasileiros � ao cozinhar ou � mesa.

"O s�dio que pode causar reten��o de l�quido, que aumenta o volume sangu�neo e d� mais trabalho para o cora��o bombear o sangue, aumentando a press�o arterial em pessoas sens�veis ao s�dio", afirma. Alguns podem ter complica��es renais, mas o mais comum s�o problemas de press�o e incha�o.

Entre aqueles que devem refor�ar os cuidados com excesso de sal est�o pacientes hipertensos e idosos. Aqueles que perderam paladar e olfato por conta da Covid-19 tamb�m devem ter aten��o, uma vez que podem adicionar mais tempero do que o necess�rio por n�o sentirem o sabor do alimento.

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MUDAN�A DE H�BITO

"[O estudo] fornece novas evid�ncias para apoiar recomenda��es que modifiquem os comportamentos alimentares a fim de melhorar a sa�de", disse o principal autor da pesquisa, Lu Qi, professor da Escola de Sa�de P�blica e Medicina Tropical da Universidade de Tulane, em nota da institui��o.

"Mesmo uma redu��o modesta na ingest�o de s�dio, adicionando menos ou nenhum sal aos alimentos � mesa, provavelmente resultar� em benef�cios substanciais para a sa�de, especialmente quando alcan�ado na popula��o em geral", afirmou.

Esse h�bito representa uma diminui��o de 6 a 20% da ingest�o total de sal nas dietas ocidentais, aponta o trabalho. Por outro lado, o estudo indica que o maior consumo de pot�ssio por meio de frutas e verduras reduz os efeitos do s�dio no corpo.

"N�o ficamos surpresos com essa descoberta, pois frutas e vegetais s�o as principais fontes de pot�ssio, que tem efeitos protetores e est�o associados a um menor risco de morte prematura", disse Qi.

A pesquisa ainda destaca que o pot�ssio atuou positivamente mesmo em indiv�duos que mantiveram a frequ�ncia elevada na adi��o de sal na comida.

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DRIBLANDO O EXCESSO

Alguns dos vil�es s�o os alimentos que cont�m o "sal escondido", segundo o cardiologista do InCor, como alimentos congelados, condimentos e embutidos.

Outra dica � ficar atento aos r�tulos para checar se a quantidade de s�dio est� dentro do recomendado. "Cada um desses alimentos ultraprocessados t�m uma quantidade de s�dio que varia", destaca Bortolotto.

Salete Nacif, cardiologista do HCor (Hospital do Cora��o), aconselha evitar cozinhar os alimentos com sal, pois diminui a absor��o pelo alimento. A recomenda��o tamb�m � temperar bem a comida com outros temperos e condimentos naturais.

O nutricionista do HCor, Lu�s Gustavo Mota, destaca que o sal de ervas pode ser um grande aliado. Basta juntar o sal grosso com temperos naturais secos ou in natura como tomilho, or�gano, salsinha no liquidificador e bater.

"Isso faz com que aumente o sabor da comida, estimula mais o paladar e que se use menos sal para cozinhar". Ele tamb�m alerta que temperos prontos e real�adores de sabor s�o ricos em s�dio e devem ser evitados.