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Estado de Minas SA�DE E INOVA��O

Cardboard: psic�logos usam realidade virtual para tratar fobias

Estudo mostra que t�cnicas analisadas em 18 pesquisas foram eficazes contra fobias como as que envolvem inje��o, medo de animais e as chamadas fobias naturais


23/09/2022 08:17 - atualizado 23/09/2022 09:55

Google Card
Para as sess�es, � necess�rio um smartphone e um Cardboard, �culos desenvolvidos pelo Google (foto: Google Card/Divulga��o )
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Brasileiros t�m recorrido � realidade virtual a fim de tratar fobias, que s�o o medo irracional extremo de situa��es, objetos, animais ou atividades.

Neste ano, uma revis�o de estudos avaliou a efic�cia do m�todo e concluiu que os resultados s�o positivos, apesar de a qualidade metodol�gica ter sido considerada baixa por haver poucos volunt�rios.


A revis�o, publicada em maio deste ano na revista cient�fica Disability and Rehabilitation, concluiu que as t�cnicas analisadas em 18 pesquisas foram eficazes contra fobias como as que envolvem inje��o, medo de animais e as chamadas fobias naturais, que incluem temor de �gua, tempestade e escuro, por exemplo.




Os pesquisadores ressaltam em suas conclus�es que o custo dos equipamentos para os pacientes e o car�ter inovador dessas t�cnicas podem representar desafios para a aceita��o do tratamento.

Na vis�o de pacientes, o tratamento tem se mostrado positivo. Esse � caso do professor universit�rio Francisco Nascimento, 35, que mora em S�o Paulo.


Antes da pandemia de Covid, Nascimento viajou de �nibus para o Rio de Janeiro junto com o companheiro. Um dos passeios que o casal pretendia fazer era subir de bondinho at� o Morro da Urca e depois ir ao P�o de A��car. O problema � que o professor tinha fobia de altura e passou mal.

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Francisco procurou a psic�loga Juliane Verdi Haddad, que usa realidade virtual para tratar fobias.


Tratamentos com e sem a realidade virtual s�o feitos por meio da exposi��o do paciente � causa do medo extremo. No entanto, em casos como medo de viajar de avi�o, por exemplo, a abordagem pode ser complexa e at� invi�vel sem a tecnologia.


Utilizando um programa de computador ligado a �culos de realidade virtual, a terapeuta transmite imagens que simulam as situa��es para o paciente e faz interven��es. Os �culos mais baratos custam cerca de R$ 90.


Apesar de os pacientes saberem que est�o em uma sala, a fobia n�o diferencia o mundo f�sico do virtual, explica a psic�loga.

"A fobia � um transtorno de ansiedade causado por medo irracional. N�s enganamos o c�rebro, ent�o o corpo sente", diz. As sess�es com realidade virtual podem variar de 5 a 20 minutos.


Francisco tinha d�vidas sobre a efic�cia do tratamento e achava que a experi�ncia n�o seria muito diferente de jogar videogame, mas as sess�es o fizeram mudar de ideia. "A sensa��o � igual a estar no aeroporto", afirma.


O paciente conta que perdeu chegou a perder uma promo��o no trabalho por causa da fobia. "Eu precisaria fazer viagens de avi�o, ent�o recusei", diz ele, que sentia sintomas da ansiedade comuns � condi��o, como n�usea, tremores, calafrios, suor em excesso, dor de cabe�a, tontura, vertigem, tens�o muscular, aumento da frequ�ncia dos batimentos card�acos, boca seca e at� dificuldade para respirar.

Foram mais de quatro meses de tratamento com sess�es quinzenais at� Francisco receber alta no fim do ano passado. Desde ent�o, ele viajou de avi�o tr�s vezes.


Carolina da Luz, 26, tinha muita dificuldade de falar e estar em p�blico. A ansiedade a atrapalhou na escola e tamb�m na faculdade. A jovem, que mora em S�o Paulo, conta que teve um ataque de p�nico prestes a entrar no micro-�nibus que leva e traz os alunos de uma universidade do interior do estado porque estaria rodeada de pessoas desconhecidas durante todo o trajeto. Os pais acabaram a levaram para a aula, mas na volta precisou encarar o coletivo.


"Eu voltei com muita dor na barriga. O mal-estar passou no momento em que cheguei em casa", diz.

Luz foi diagnosticada com fobia social por Cristiane Maluhy Gebara, psic�loga e professora do Ambulat�rio de Ansiedade do Hospital das Cl�nicas da USP (Universidade de S�o Paulo).


Gebara, que atende em consult�rio particular, usa um aplicativo de realidade virtual que criou h� cerca de nove anos.


O aplicativo SocialUP3D simula situa��es comuns, como pedir informa��es a algu�m na rua. S�o momentos que causam sofrimento em pessoas com fobias sociais. Para a sess�o, � necess�rio um smartphone e um Cardboard - �culos desenvolvidos pelo Google.


O Cardboard pode ser comprado por cerca de R$ 40 na internet, e o aplicativo est� dispon�vel para aparelhos Android gratuitamente.

 

A t�cnica faz parte da abordagem da terapia cognitivo comportamental, que busca tratar os pacientes identificando padr�es de pensamento e a��es que influenciam negativamente suas vidas.

 

Ap�s dois meses de tratamento, em 2019, Luz recebeu alta. Ela terminou a faculdade de psicologia e, desde janeiro deste ano, oferece aos seus pacientes o mesmo tratamento que aliviou a fobia social.

 

Tanto Gebara quanto Haddad atendem presencialmente e a dist�ncia. Segundo as profissionais, a possibilidade de interagir com qualquer pessoa em qualquer lugar torna o tratamento mais acess�vel, em especial para pessoas que teriam dificuldade de ir ao consult�rio devido � fobia.

 

O uso da t�cnica, por�m, � contraindicado para gr�vidas e pessoas com vertigem, problemas cardiovasculares, transtornos mentais graves, como esquizofrenia e psicose. Tamb�m n�o � recomendado para quem passou por cirurgias recentemente ou foi diagnosticado com epilepsia.

Gebara diz que n�o ter conhecimento do uso de realidade virtual para tratar fobias por meio do SUS (Sistema �nico de Sa�de).


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