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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: vacina salvou 54 mil mortes de idosos no Brasil em 8 meses

De janeiro a agosto de 2021, a vacina��o tamb�m impediu a interna��o de no m�nimo 158 mil pessoas com 60 anos ou mais, indica estudo


22/11/2022 10:45 - atualizado 22/11/2022 23:04

Mulher idosa recebendo vacina contra COVID-19
Os autores tamb�m consideram que, em meados de 2021, a imuniza��o da popula��o, j� em ritmo acelerado, cumpriu um "papel decisivo" para impedir o surgimento de uma nova onda grave de COVID-19 devido ao aparecimento da variante delta (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

A vacina��o contra a COVID-19 salvou a vida de 54 a 63 mil idosos durante os primeiros oito meses de 2021. Tamb�m evitou de 158 mil a 178 mil interna��es de pessoas com 60 anos ou mais em hospitais brasileiros, no mesmo per�odo. Os n�meros, divulgados na revista cient�fica The Lancet Regional Health Americas, podem ser ainda melhores. Isso porque fazem parte de uma an�lise considerada "conservadora" pelos autores do estudo, integrantes do Observat�rio COVID-19 BR. O que � certo, dizem, � que o resultado do trabalho evidencia o impacto positivo da imuniza��o em massa no pa�s.

"O fato de as vacinas terem feito diferen�a � algo incontest�vel", afirma, ao Jornal da Unesp, o pesquisador Leonardo Souto Ferreira, primeiro autor do artigo e pesquisador do Instituto de F�sica Te�rica da Universidade Estadual Paulista. Al�m da Unesp, fazem parte do observat�rio a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade de S�o Paulo (USP).

O grupo analisou os dados referentes ao per�odo entre janeiro e agosto de 2021, primeiros meses de aplica��o das vacinas no pa�s, e escolheu os idosos por terem sido os primeiros a completarem o esquema vacinal, segundo o calend�rio adotado. Ao combinarem as curvas de morte e hospitaliza��o nesse intervalo, os cientistas conclu�ram que ficou evidente a correla��o entre os dois fen�menos e a imuniza��o: quanto maior a cobertura vacinal, menor o impacto da COVID-19 entre aqueles com 60 anos ou mais. Os dados mostraram, por exemplo, uma redu��o de aproximadamente 35% das interna��es de idosos no per�odo considerado.

Segundo Leonardo Ferreira, o efeito deve ter se repetido entre os indiv�duos mais novos. "Nosso modelo parte do princ�pio de que o comportamento da epidemia nas diversas faixas et�rias � o mesmo. N�o no sentido que eles tenham o mesmo n�mero de casos, mas que eles tenham o mesmo comportamento de subida e descida, mais ou menos, no mesmo momento", explica. "O n�mero de casos graves em idosos come�ou a descer, enquanto o n�mero de hospitaliza��es em pessoas mais jovens continuava a subir. Esse comportamento � devido � vacina��o naquela popula��o", completa.

Variante gama

O grupo de cientistas tamb�m estimou quantas interna��es poderiam ter sido evitadas se o pa�s tivesse adotado um ritmo acelerado de vacina��o desde o come�o da campanha, iniciada em 18 de janeiro de 2021. Para os autores, a imuniza��o foi ganhando velocidade aos poucos. Entre fevereiro e mar�o daquele ano, eram aplicadas cerca de 250 mil doses por dia. S� em junho, chegou-se ao n�vel de 1 milh�o.

Caso esse ritmo tivesse sido adotado oito semanas depois do in�cio da campanha, em meados de mar�o, o n�mero de mortes de idosos poderia ter sido de 40% a 50% menor, em rela��o �quele observado no pico da epidemia da variante gama. Dessa forma, outros 47 mil �bitos e um adicional de 104 mil hospitaliza��es de pessoas com mais de 60 anos poderiam ter sido evitados, indica o estudo brasileiro.

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"Ainda que n�o pud�ssemos evitar a emerg�ncia da variante gama, visto que ela surgiu em novembro e as vacinas foram disponibilizadas em janeiro, uma vacina��o r�pida poderia diminuir consideravelmente o pico de hospitaliza��es e �bitos, especialmente entre idosos e principalmente nos estados em que a gama demorou um pouco para chegar", avalia Fl�via Maria Darcie Marquitti, pesquisadora do Instituto de F�sica Gleb Wataghin e do Instituto de Biologia, ambos da Unicamp.

Crian�as

Os autores tamb�m consideram que, em meados de 2021, a imuniza��o da popula��o, j� em ritmo acelerado, cumpriu um "papel decisivo" para impedir o surgimento de uma nova onda grave de COVID-19 devido ao aparecimento da variante delta, que se espalhou pelo pa�s e se tornou dominante. "Quando a delta chegou, encontrou dificuldade maior de circular", explica Marcelo Gomes, coautor do estudo e pesquisador em Sa�de P�blica da Fiocruz.

Para o cientista da Fiocruz, os resultados observados sinalizam que a estrat�gia pode ser eficiente para a vacina��o das crian�as contra a COVID-19. "A vacina��o infantil tem sido lenta porque se criou uma s�rie de questionamentos infundados a respeito da seguran�a da vacina, o que acabou gerando o que chamamos de hesita��o vacinal, ou seja, parte da popula��o ficou em d�vida em rela��o � seguran�a e efic�cia do imunizante", diz.

Impacto financeiro

O estudo tamb�m estimou o quanto se economizou com a redu��o no n�mero de interna��es. Considerando que cada pessoa hospitalizada teve, durante a pandemia, um custo m�dio de US$ 12 mil, evitar de 158 mil a 178 mil interna��es representou uma economia estimada em uma faixa de valores de R$ 1,9 bilh�o a R$ 2,1 bilh�es ao sistema de sa�de brasileiro.


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