
Segundo as estimativas, 167 mil deixaram de ser hospitalizados gra�as aos f�rmacos. No entanto, esse n�mero poderia subir para cerca de 272 mil com a ado��o pr�via dos imunizantes.
Para Leonardo Ferreira, primeiro autor do artigo e pesquisador do IFT (Instituto de F�sica Te�rica) da Unesp, o estudo mostra que, mesmo com percal�os, a vacina��o foi consider�vel para conter fatalidades por COVID. "Se tiv�ssemos feito mais rapidamente e de forma mais organizada, ter�amos reduzido mais ainda", afirmou.
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A vacina��o contra a COVID-19 no Brasil come�ou em janeiro, per�odo simult�neo ao in�cio das infec��es associadas � variante gama. A campanha, no entanto, s� ganhou tra��o nos meses posteriores, resultando em um impacto pequeno na redu��o de mortes e interna��es causadas por essa cepa.
Segundo os autores, a imuniza��o no Brasil teve um papel decisivo contra fatalidades a partir de maio, durante a onda da variante delta.
Por isso, a aplica��o pr�via das doses representaria uma queda nos quadros cr�ticos da doen�a antes do que foi visto.
Mas, para chegar a esse dado, o impacto da campanha da forma como foi realizada entre janeiro e agosto foi comparada com um cen�rio em que a vacina��o n�o tivesse ocorrido. Ent�o, os pesquisadores observaram o quanto a vacina diminuiu as mortes e as interna��es por COVID-19 em idosos.
Al�m disso, situa��es hipot�ticas em que a vacina��o teria iniciado antes compuseram a estimativa. Nesse caso, foram dois cen�rios: um com quatro semanas de anteced�ncia e outro com oito.
De forma parecida, esses cen�rios foram comparados com aqueles em que n�o houve vacina��o e tamb�m com os n�meros de mortes e hospitaliza��es evitadas com a campanha da forma como ela ocorreu. Foi a partir dessas compara��es que a pesquisa concluiu o montante de mortes (47 mil) e de quadros graves (105 mil) que n�o seriam registrados caso a aplica��o dos f�rmacos ocorresse de forma mais �gil.Brasil tinha capacidade para iniciar a vacina��o com maior anteced�ncia
Ferreira disse que o Brasil tinha capacidade para iniciar a vacina��o com maior anteced�ncia, al�m de aumentar a taxa di�ria de imunizados. O pesquisador cita que, no come�o da campanha, cerca de 100 mil doses foram aplicadas por dia.
O pa�s, por�m, j� tem um hist�rico de aplica��es di�rias de 1 milh�o de doses. A pr�pria campanha contra a COVID depois contou com n�meros dessa ordem. "O que limitou nossa capacidade de vacina��o foi a pouca procura de vacina por parte do governo federal", afirmou.
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Segundo ele, o governo poderia ter colaborado com o Instituto Butantan para aquisi��o de mais doses da Coronavac. Outra sa�da seria comprar com maior velocidade outros f�rmacos, como da Pfizer.
Erros repetidos Embora a vacina��o contra a Covid tenha aumentado, o cen�rio gera preocupa��o pelo aparecimento de novas subvariantes da �micron. Uma delas, a BQ.1, est� associada com aumento de casos da doen�a em v�rios pa�ses, como o Brasil.
Vacinas de modelo bivalente -que cont�m a cepa original e a �micron- j� s�o aplicadas nos EUA, Canad� e Europa. Os f�rmacos atualizados registram maior efic�cia para barrar novos casos da doen�a por serem formulados com as subvariantes BA.1 e BA.5 (da �micron), as duas formas do v�rus hoje com maior circula��o.
O Brasil, no entanto, ainda n�o conta com os imunizantes. A previs�o � que isso pode ocorrer s� em 2023, atrasando a atualiza��o do calend�rio vacinal -algo que preocupa Ferreira. "A gente est� repetindo os mesmos erros que fizemos h� um ano e meio."
No estudo que assina, observou-se que o retorno econ�mico com a redu��o de mortes e hospitaliza��es por vacina eram basicamente o mesmo dos custos da compra do imunizante. A vantagem, no entanto, pende para os imunizantes por evitarem fatalidades e reduzirem casos de sequelas por COVID-19. A conclus�o, para o pesquisador, � �bvia: "N�o tem motivo para n�o comprar vacina."