Ansiedade, depress�o e burnout: preocupa��es que aumentam com o fim de ano

O mundo passa por uma verdadeira revolu��o nos �ltimos anos, com uma digitaliza��o cada vez maior, com o avan�o tecnol�gico. Potencializado com a pandemia, isso tudo tamb�m tem impactos negativos, como � o caso da press�o cada vez maior nas empresas e busca por altas metas. Isso se potencializa nos per�odos de fim de ano, com muitas frustra��es por parte das pessoas.

“O fim de ano representa fim de um ciclo, para o qual muitas pessoas se planejaram e estabeleceram metas. Al�m disso, se observa que as pessoas ficam muito mais sentimentais e sens�veis nesse per�odo. Isso, em conjunto com quest�es que vivemos recentemente, podem ser gatilhos para esses problemas de ordem psiqui�trica”, explica Vicente Beraldi Freitas, m�dico e consultor e gestor em sa�de da Moema Assessoria em Medicina e Seguran�a do Trabalho.

Ele conta que neste ano ainda existiram fatores com as elei��es e sua polariza��o e a Copa do Mundo, com sua euforia, que potencializam os impactos nas pessoas. Com isso, em rela��o a sa�de do trabalhador grande parte dos problemas deixaram de ser de ordem f�sica passando a 

atingir o psicol�gico.

"H� 20 anos, o maior n�mero de afastamentos era por conta de acidentes do trabalho, de trajeto ou por problemas ortop�dicos. Hoje, a situa��o se inverteu. Em uma r�pida an�lise, percebemos que na Unidade da Moema 70% s�o de pacientes com problemas psiqui�tricos. Em seguida v�m os problemas ortop�dicos", aponta Tatiana Gon�alves, s�cia da Moema Medicina do Trabalho.

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Tatiana Gon�alves acrescenta que nestes 70% entre as doen�as que acometem as pessoas se destacam o transtorno de ansiedade, a depress�o e a S�ndrome de Burnout. Essas doen�as e os transtornos que as permeiam correspondem a um conjunto de doen�as psiqui�tricas, caracterizadas por preocupa��o excessiva ou constante de que algo negativo vai acontecer.

Esses problemas podem surgir a partir de grande competitividade no local de trabalho, press�o inadequada ou por ser a atividade exercida muito intensa, sujeita a riscos.

Veja algumas das principais causas: Estresse na atividade profissional que abranja �reas de conflito como compet�ncia(s), autonomia, rela��o com os clientes, realiza��o pessoal e falta de apoio social de colegas e superiores; fatores organizacionais como a elevada sobrecarga de trabalho, o desalinhamento entre os objetivos da institui��o e os valores pessoais dos profissionais e o isolamento social no trabalho. E ainda h� fatores de ordem pessoal, entre os quais est�o as rela��es familiares e as amizades.

Para combater tais problemas existem alguns caminhos para as empresas. Um deles passa pela intensifica��o de a��es relacionadas a medicina do trabalho com foco no bem-estar. “As empresas podem fazer grupos para vivenciamentos, onde se aprenda a lidar com situa��es e pessoas. Al�m disso, �s vezes, o que falta nas empresas � um setor para prepara a equipe e acompanhe a situa��o”, explica Vicente Beraldi Freitas.

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Cristine Pereira, gerente de RH da Confirp Contabilidade, conta que tem desenvolvido diversas a��es para combater esse problema. “A �rea de recursos humanos da empresa busca cada vez mais pr�xima aos colaboradores. Fazendo um acompanhamento desde a contrata��o e, caso algo seja observado, j� iniciamos uma a��o mais aprofundada".

Como estes problemas est�o mais frequentes, um caminho � sempre repensar situa��es que podem originar esses males. Com melhores condi��es de trabalho e das rela��es profissionais com diminui��o do isolamento.

Pode ser importante um afastamento tempor�rio do local de trabalho da pessoa impactada, a reorganiza��o das suas atividades, um adequado investimento em outros interesses, como no maior conv�vio com fam�lia e amigos, a pr�tica de exerc�cio f�sico ou de atividades relaxantes.

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Pode ainda ser necess�rio ter ajuda m�dica, nomeadamente, quando a pessoa tem sintomas como a depress�o, crise do p�nico, S�ndrome de Burnout e ansiedade. A psicoterapia tamb�m pode ajudar a compreender melhor as raz�es que o levaram a situa��o e a evitar procedimentos semelhantes no futuro.

Assim, antes de que esses males comecem a acometer os colaboradores, as empresas possuem papel crucial de revis�o das condi��es de trabalho e busca de qualidade de vida, evitando que isso impacte diretamente nos resultados dos neg�cios.