Desenho em grupo permite estudar empatia no c�rebro, aponta pesquisa
Pesquisadores do Einstein desenvolveram um protocolo experimental no qual volunt�rios fazem um desenho colaborativo enquanto a atividade cerebral � registrada
Cria��o de novos m�todos de an�lise s�o importantes para aperfei�oamento de terapias na �rea de sa�de mental
Juraj Varga/Pixabay
Toda a intera��o humana est� baseada em processos cognitivos e cerebrais, que ainda s�o, em grande medida, desconhecidos para a ci�ncia. Al�m disso, at� aqui, grande parte do que se sabe no tema vem de estudos que investigam apenas um ou dois indiv�duos, isso porque a experimenta��o em din�micas sociais com mais pessoas costuma apresentar uma complexidade metodol�gica desproporcionalmente maior.
Pensando em viabilizar estudos para entender como este processo ocorre, especialmente na cria��o de v�nculos de empatia, pesquisadores do Einstein desenvolveram um protocolo experimental no qual volunt�rios produzem um desenho colaborativo enquanto a atividade cerebral � registrada.
O trabalho, orientado por Joana Bisol Balardin, resultou na disserta��o de mestrado em Ci�ncias da Sa�de no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) do Einstein de Val�ria Gon�alves da Cruz Monteiro.
O desenho colaborativo permite uma forma natural de desenvolver empatia, ao observar o rosto do outro, sem a press�o de desenvolver comunica��o social direta. O desenho em grupo acaba agindo como uma intera��o leve, como uma brincadeira que “quebra o gelo”, conta Val�ria.
No protocolo, desenvolvido no Instituto do C�rebro do Einstein, a pesquisadora utilizou a t�cnica fNIRS (espectroscopia funcional em infravermelho pr�ximo) - m�todo de monitoramento funcional, que permite entender que �reas do c�rebro est�o ativas a cada momento de intera��o, com a vantagem de permitir a mobilidade e uma condi��o mais natural dos volunt�rios.
A fNIRS foi usada em conjunto � observa��o em v�deo, que possibilita a mensura��o de comportamentos de intera��o. Dessa forma, o protocolo permite relacionar os diferentes momentos de intera��o com a atividade cerebral.
Aperfei�oar terapias na �rea de sa�de mental
A proposta pode promover o aperfei�oamento de terapias na �rea de sa�de mental. Isso porque protocolos como esse ajudam na compreens�o da cria��o de v�nculos de confian�a e de compreens�o m�tua. Existe ainda o potencial de a t�cnica de fNIRS ser utilizada como m�todo para investigar terapias complementares na �rea de sa�de mental.
“Trazer para o laborat�rio o ambiente complexo que envolve as intera��es sociais no dia a dia do ser humano em condi��es naturais � um desafio em termos de pesquisa cient�fica”, diz Val�ria. Foram analisados quartetos de jovens desconhecidos, e para descrever as respostas comportamentais de intera��o e caracterizar habilidades individuais, foram quantificados os olhares compartilhados por meio da an�lise do v�deo.
Para Paulo Baz�n, assistente de pesquisa do Instituto do C�rebro do Einstein e respons�vel por parte do estudo (especialmente o uso do fNIRS e os softwares de an�lise), protocolos com desenho colaborativo ainda devem ser mais estudados, j� que podem auxiliar a entender as bases fisiol�gicas de alguns quadros cl�nicos e, eventualmente, at� mesmo auxiliar no tratamento deles.
“Em geral, na literatura dessa �rea, acabamos nos deparando com mais estudos envolvendo m�sica e sincronia de movimento, ou com troca de olhares entre m�e e filho, mas pouco sobre uma troca de olhares mais natural, que n�o � o foco direto da instru��o dada ao volunt�rio ou sobre desenho colaborativo”, diz Baz�n.
“Desenhar est� em nossa natureza, em nossa estrutura psicol�gica. Aprendemos a desenhar antes de aprender a falar. Por isso, criar protocolos que utilizem desenhos � um passo importante para compreender, criar la�os e aperfei�oar as terapias”, afirma Val�ria.
O protocolo na �ntegra encontra-se publicado na r
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